17A
O 17A, apelidado de Caravana pela República e por alguns meios argentinos como Protesto dos Contágios foi uma série de protestos massivos contra o governo de Alberto Fernandez que ocorreram no 17 de agosto de 2020.[1]
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Trata-se de protestos pacíficos na base de diversos reclamos, entre outros: a defensa de instituições e a separação de poderes, contra o projeto do reforma judiciária impulsada pelo governo, contra a impunidade de Cristina Kirchner, contra respostas à pandemia de COVID-19, contra a falta de liberdades, contra o incremento no crime, contra a grande quantidade de atividades econômicas que não podiam trabalhar, e por um incremento nas aposentadorias.[1][2][3][4]
O protesto maior foi no Obelisco de Buenos Aires, mas protestos ocorreram em muitos lugares de Argentina, entre outros: a Quinta de Olivos (residência oficial do Presidente), e ás cidades de Córdoba, Santa Fe, Mendoza, Tucumã, La Matanza, Mar del Plata, Lomas de Zamora, Adrogué, Avellaneda (Santa Fe), Comodoro Rivadavia, Río Gallegos, La Plata, Bahía Blanca e Viedma.[5][6][7] Também se registrassem protestos na Punta del Este, Uruguai.[8]
Foram convocados principalmente pelas redes sociais, por contas contrarias no governo, mas de forma apartidária, já que nenhum partido político incitou os protestos.[9][10][11][12] Participaram alguns políticos como cidadãos privados, como Patricia Bullrich (presidente do PRO).[12][13] O governo da época qualificou os protestos como contra-quarentena e uma paródia as medidas para conter a pandemia.[14][15][16]
Foi feito principalmente desde carros para manter a distância social precisa para a prevenção do COVID-19.[17] Também houve concentrações de pessoas de pé, usando máscaras faciais é mantendo distância.[18]
Contexto
editarNo 12 de março, uma quarentena rígida foi estabelecida em toda a Argentina. Esta medida causou um aumento na imagem positiva do presidente Alberto Fernández em março. Apesar disto, diversas causas fizeram descer a imagem positiva nos seguintes meses de quarentena (oficialmente chamado “isolamento preventivo e obrigatório”), atingindo no agosto a imagem positiva mais baixa desde o começo das medidas sanitárias.[19][20][21] de opinião mostraram uma desça considerável nas expectativas econômicas da população, principalmente nas expectativas de emprego e preços futuros.[20][22][21][23]
A população que aprovava o manejo da pandemia passou de 91,7% em março para 62,4% em junho, enquanto a desaprovação passou de 5,5% em março para 35,8% em junho.[20]
No 9 de julho, protestes contra o governo foram feitas no Obelisco de Buenos Aires e vários outros pontos do Argentina.[24][25]
No 30 de julho, o presidente enviou um projeto de lei ao Congresso para a reforma do Judiciário, como o objetivo, de acordo com Fernandez, de lograr “uma melhor organização da Justiça Federal, para superar a crise de credibilidade e do funcionamento da Justiça Federal Criminal”.[26][27][28] Este projeto considerava a unificação da Justiça Federal Criminal com a Econômica, e a criação de 23 novos tribunais, o que diluiria a influência dos 12 juízes federais do país, além a unificação de cortes de apelações e a imposição de novas regras de atuação para os juízes federais.[26][29] Além disso, um conselho consultivo para a reforma do Corte Suprema e do Conselho de Magistratura foi criado.[30][31]
No agosto, a imagem negativa do presidente superou pela primeira vez à positiva.[19][32] Só uma pesquisa, feita pela Faculdade de Ciências Sociais da universidade pública UBA, mostrava uma maior imagem positiva que negativa.[33]
No Grande Buenos Aires aconteceu uma suba do crime cometido por pessoas sem antecedentes, apelidados de “crime de supervivência” pelo Ministro de Segurança da Província, Sergio Berni.[34][35] Este incremento no crime tive grande cobertura nos médios de comunicação e foi uma das causas dos protestos. A Ministra de Segurança da Nação, Sabina Frederic, declarou: “Não há tantos roubos [...] estamos observando atos de violência durante o crime, que são alertos principalmente pelos meios, que os visibilizam é fazem seguimento”.[36][37] Depois destas declarações, o Chefe do Gabinete de Ministros, Santiago Cafiero, agregou: “O que eu sei é o que a Ministra de Segurança Frederic diz sobre uma estatística frente o ano passado. Em relação no março, evidentemente há mais casos”.[38][39]
Para o 17 de agosto, o dia dos protestos, a quarentena (ou “isolamento social preventivo e obrigatório”) já tinham estado em vigor há 151 dias na capital Buenos Aires e no Grande Buenos Aires, enquanto a maioria do resto de país tinha passado para uma fase menos rígida chamada Distanciamento Social.
Opiniões do governo
editar- Alberto Fernandez, Presidente: “O protesto é um chamado ao contágio”, e “Eles não nos vão dobrar, aqueles que gritam geralmente não estão certos”.[40][41]
- Ginés González García, Ministro de Saúde: “Hoje eu li que os idosos são convocados...é uma piada. O protesto é uma piada sobre todas as medidas que estamos tentando com esforço os argentinos todos”.[15]
- Santiago Cafiero, Chefe do Gabinete de Ministros: "Pedimos desculpas aos profissionais de saúde por não ter conseguido evitar o protesto".[42]
- Agustín Rossi, Ministro da Defesa: "Foi um ato de irresponsabilidade política. Um protesto claramente convocado pelos setores mais violentos desde o discursivo da oposição".[41][43]
- Roberto Salvarezza, Ministro da Ciência e Tecnologia: "Vai ter consequências no número de contágios".[16]
- Luana Volnovich, diretora do PAMI (sistema de saúde pública para pessoas idosas): "Se alguém fora convocar chamasse minha mãe para um protesto, eu iria matá-lo".[44]
Participantes
editarDistintas figuras públicas do país participaram do protesto, entre outros:
- Luis Brandoni,[45] ator
- Patricia Bullrich,[45][46] presidenta do PRO
- Waldo Wolff,[45][47] deputado (Juntos Por el Cambio)
- Héctor "Toty" Flores,[45][48] deputado (Juntos Por el Cambio)
- Carolina Piparo,[45][49] deputada da Província de Buenos Aires (Juntos Por el Cambio)
- Hernán Lombardi,[45][50] político
- Andrés Horacio Ibarra,[45][51] Ministro no Governo de Mauricio Macri
Notas
editar- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «17A».
Referências
editar- ↑ a b «Anti-government protesters defy virus measures in Argentina». France 24 (em espanhol). Francia. 18 de agosto de 2020
- ↑ «La marcha de los contagios: los anticuarentena en el Obelisco». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «En Viedma también hubo marcha contra la cuarentena y la reforma judicial». Río Negro (em espanhol). General Roca. 17 de agosto de 2020
- ↑ «Marcha opositora contra la cuarentena en el centro y otros puntos del país». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «Marcha del 17A: banderazo contra el Gobierno en el Obelisco y las principales ciudades del país». Clarín (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «#17A: la marcha opositora al gobierno se hizo sentir en Mar del Plata». La Capital (em espanhol). Mar Del Plata. 17 de agosto de 2020
- ↑ «Miles de bahienses se sumaron a la marcha del 17A contra el Gobierno nacional». La Nueva Provincia (em espanhol). 17 de agosto de 2020
- ↑ «Marcha 17A: argentinos también se manifestaron en Punta del Este». Correo de Punta del Este (em espanhol). Punta del Este. 17 de agosto de 2020
- ↑ «La "Caravana por la República" se hizo sentir en Tucumán». La Gaceta (em espanhol). San Miguel de Tucumán. 17 de agosto de 2020
- ↑ «Santilli también se despegó de la marcha anticuarentena». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020
- ↑ «La marcha del 17A - Fernán Quirós: "Que el esfuerzo colectivo no corra riesgo por la necesidad de un subgrupo de expresarse"». Todo Noticias (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ a b «Patricia Bullrich: "El PRO no convoca a la marcha del lunes, pero voy a ir sin romper ninguna regla"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020
- ↑ «Marcha del 17A: cómo fue la participación de Bullrich en el banderazo». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «Roberto Salvarezza dijo que "la marcha anticuarentena va a traer consecuencias en el número de contagios"». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ a b «Ginés González García criticó a las personas que asistirán a la marcha». MDZ Online (em espanhol). Mendoza. 17 de agosto de 2020
- ↑ a b «Salvarezza: "La marcha del 17A va a traer consecuencias en el número de contagios"». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «A solo ocho meses de asumir, multitudinaria protesta contra el Gobierno». infobae (em espanhol)
- ↑ Mercado, Silvia. «Una protesta contundente con barbijos y banderas de Argentina en contra de la reforma judicial». Infobae (em espanhol)
- ↑ a b «La imagen de Alberto Fernández es negativa por primera vez desde el inicio de la pandemia». Perfil (em espanhol). Buenos Aires. 19 de agosto de 2020
- ↑ a b c Management & Fit. «CRISIS SANITARIA COVID-19 - Índices de optimismo & Encuestas Temáticas» (PDF) (em espanhol)
- ↑ a b «Encuesta: cae la imagen del Gobierno por la cuarentena y el 60% afirma que su situación económica empeoró». El Cronista (em espanhol). Buenos Aires. 15 de julho de 2020
- ↑ «Crece el pesimismo sobre el futuro económico y la capacidad del Gobierno de controlar la pandemia». El Cronista (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020
- ↑ «Más de la mitad de los argentinos cree que la situación económica está peor que el año pasado y que se agravará aún más». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 4 de agosto de 2020
- ↑ Beato Vassolo, Inés (10 de julho de 2020). «Multitudinario banderazo contra el Gobierno en diferentes puntos del país». La Nación (em espanhol). Buenos Aires
- ↑ «El nuevo "banderazo" anticuarentena del 9 de julho, con los discursos de siempre». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 10 de julho de 2020
- ↑ a b Cibeira, Fernando (30 de julho de 2020). «Alberto Fernández presentó la reforma judicial: "Una Justicia sobre la que no influyan los poderes"». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires
- ↑ «El Presidente presentó el proyecto de ley de reforma de la Justicia». Presidencia de la Nación Argentina (em espanhol). 29 de julho de 2020
- ↑ «Alberto Fernández: "Proponemos organizar mejor la justicia federal"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020
- ↑ «Punto por punto, los cambios que introduce la reforma judicial que presentó Alberto Fernández». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020
- ↑ Hauser, Irina (28 de julho de 2020). «Reforma judicial: el Presidente definió los 11 primeiros que integrarán el consejo asesor». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires
- ↑ «Reforma judicial: "La Corte Suprema debería tener 9 miembros", consideró un integrante del nuevo consejo de asesores del Presidente». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 28 de julho de 2020
- ↑ Giacobbe Opinión Pública (18 de agosto de 2020). «INFORME X - ESPECIAL COVID-19» (PDF) (em espanhol)
- ↑ «A un año de las PASO, Alberto Fernández mantiene una alta imagen positiva». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020
- ↑ «Sergio Berni: "Ahora tenemos una presencia muy fuerte del delito de supervivencia"». Perfil (em espanhol). Buenos Aires. 30 de junho de 2020
- ↑ «Por la cuarentena, bajó el delito en la Ciudad». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020
- ↑ «Sabina Frederic: "No son muchos los robos, los medios de comunicación los hacen visibles"». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 3 de agosto de 2020
- ↑ «"No hay muchos robos en la Argentina", aseguró la ministra de Seguridad de la Nación». La Capital (em espanhol). Rosario. 3 de agosto de 2020
- ↑ «Cafiero: "Claramente hay aumento de casos de inseguridad desde el inicio de la pandemia"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 5 de agosto de 2020
- ↑ «Cafiero habló de inseguridad y reconoció que hubo un aumento: "El delincuente no es delincuente porque es pobre"». Los Andes (em espanhol). Mendoza. 5 de agosto de 2020
- ↑ «Alberto Fernández tras el banderazo del 17A: "No nos van a doblegar, los que gritan no suelen tener razón"». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 19 de agosto de 2020
- ↑ a b «Alberto Fernández tras el banderazo del 17A: "No nos van a doblegar, los que gritan no suelen tener razón"». Hoy (em espanhol). La Plata. 19 de agosto de 2020
- ↑ «Cafiero el 17A: "Le pedimos perdón a los trabajadores de la salud por no haber podido evitar la marcha"». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ «ROSSI: "LA MARCHA DE AYER FUE UN ACTO DE IRRESPONSABILIDAD POLÍTICA"» (em espanhol). El Destape Radio
- ↑ «Banderazo del 17 de agosto: "Si alguien convocara a mi mamá a una marcha, lo mato", afirmó Luana Volnovich, titular del PAMI». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 16 de agosto de 2020
- ↑ a b c d e f g «Marcha 17A: quiénes fueron los opositores que se sumaron a la protesta o la respaldaron». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020
- ↑ @PatoBullrich (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter
- ↑ @WolffWaldo (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad #NosotrosEstamos"» (Tweet) – via Twitter
- ↑ @TotyFlores (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad #17APorLaRepublica #17ASalimosTodos #17A"» (Tweet) – via Twitter
- ↑ @CarolinaPiparo (17 de agosto de 2020). «"Acompaño con responsabilidad y con las convicciones de siempre. Todo mi apoyo y cariño a los miles de argentinos que reclaman una salida planificada a la cuarentena, firmeza ante la inseguridad y gritan un no rotundo a la reforma judicial #17AJuntosContraLaImpunidad #LaPlata ♥️🇦🇷"» (Tweet) – via Twitter
- ↑ @herlombardi (17 de agosto de 2020). «"Acompañamos a la gente, manteniendo la distancia social, junto a Beto Brandoni. 1 argentino cada 2 metro diciendo no a la reforma judicial que persigue la impunidad. Sepa el gobierno escuchar. #17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter
- ↑ @andreshibarra (17 de agosto de 2020). «"Más juntos que nunca defendiendo los valores de la República 🇦🇷💪🏻 #17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter