Açorda à alentejana
Açorda à alentejana é uma sopa típica do Alentejo que, ao contrário da maioria das sopas, esta não é cozinhada: é montada cozinha quando é servida. A receita de açorda não é única, porque muda de região para região e mesmo de família para família.
A palavra que designa esse tipo de sopa, escrita como açorda ou sorda, deriva do árabe ath-thorda.[1]
A composição básica da açorda é alho, sal, azeite, água em ebulição e pão fatiado, no entanto a esta mistura acrescentam-se ervas aromáticas como o coentro ou o poejo e pode servir-se com peixe fresco (cozido ou frito), bacalhau ou ovo (escalfado ou cozido).
O processo de confeção passa pelo pisar do sal com a erva aromática e o alho, mistura à qual se acrescenta azeite. Deita-se depois por cima a água onde se cozeu o acompanhamento, ainda fervente, e deita-se pão alentejano fatiado.[2][3]
A açorda à alentejana foi um dos candidatos finalistas às 7 Maravilhas da Gastronomia portuguesa.
História
editarSegundo a tradição, a origem da açorda remonta à época da ocupação árabe, daí o nome (ath thurda): prato básico obtido pela desintegração do pão num caldo aromatizado ao qual se junta o azeite. A preparação acompanhou os árabes durante muitos séculos e de facto há testemunhos dela nesta parte do império árabe da época, no período entre os séculos VIII e XIII. É um prato adequado até às mesas mais pobres, mas - podendo ter à disposição condimentos e pratos mais ricos - mesmo à mesa mais nobre podia ser servido sem desfigurar.[4]
Ver também
editarReferências
- ↑ Marto, José Manuel Rodrigues (2013). A sopa - entre gosto e desgosto: As crianças do pré-escolar face ao consumo de sopa (PDF) (Tese). p. 19
- ↑ «Açorda à alentejana». Gastronomias.com
- ↑ «Açorda à Alentejana». iguaria.com
- ↑ Alfredo Saramago (1997). Para uma História da Alimentação no Alentejo. [S.l.]: Assírio & Alvim. ISBN 9789723704136. OCLC 39281732