Açoreira

freguesia de Torre de Moncorvo, Portugal
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 Nota: Para outros significados, veja Açoreira (desambiguação).

Açoreira é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Açoreira do Município de Torre de Moncorvo, freguesia com 23,97 km² de área[1] e 340 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 14,2 hab./km²

Portugal Portugal Açoreira 
  Freguesia  
Localização
Açoreira está localizado em: Portugal Continental
Açoreira
Localização de Açoreira em Portugal
Coordenadas 41° 08′ 26″ N, 7° 02′ 19″ O
Região Norte
Sub-região Douro
Distrito Bragança
Município Torre de Moncorvo
Código 040901
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 23,97 km²
População total (2021) 340 hab.
Densidade 14,2 hab./km²
Código postal 5160-011
Sítio www.arcacoreira.com

Açoreira dista cerca de oito quilómetros de Torre de Moncorvo, situando-se numa elevação semiplanáltica do Reboredo. De solo muito acidentado, onde predomina o xisto, as encostas e terrenos precipitam-se em direcção a vários cursos de água como a ribeira da Gricha, a ribeira da Fonte das Pingas, a ribeira de Casa Sós e a ribeira de Cano Velho, todas elas afluentes de uma maior de seu nome “Ribeira”.

Tem como freguesias limítrofes Felgueiras, Maçores, Urros, Peredo dos Castelhanos, Moncorvo, Foz Côa e inclui uma anexa denominada Sequeiros que fica a uma distância de três quilómetros.

História

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São vários os estudos e as explicações dadas para a origem do nome de Açoreira, por exemplo, em vários documentos, desde o século VIII até ao século XII, o nome da freguesia aparece escrito de duas formas, “Assoreira ou Assureira”, que, na altura significava “matas”, “devesas”ou “moutas”. Outras fontes defendem que a palavra Açoreira deriva de Assoeira que significava imagem pintada ou esculpida ou ainda terra que produzia “nespas”. Alguns autores, com algum fundamento, recorrem ao “Portugalie Moimenta Histórica”, lembrando que, nas Ordenações de D.Duarte, Açoreiros era o nome dado aos homens encarregados dos Açores para caçar. Na opinião do povo, este nome deve-se ao facto de existir, noutros tempos, uma Quinteira que vendia soro. Nessa altura, as pessoas das aldeias vizinhas vinham comprar soro à aldeia e com o passar do tempo, a frase “Vamos à Xoreira” repetiu-se continuamente, pelo que talvez tenha sido esta incorrecção linguística a dar o nome à aldeia.

Segundo fontes históricas, devia existir, onde se situa hoje o povoado desde tempos muito remotos e como prova disso existem vestígios de fortificações castrejas e restos de povoações como a Volta de Castra, que nos reportam para épocas celtas ou até mesmo anterior, uma vez que apareceram na zona machados de pedra e uma lucerna de bronze.

Segundo José Leite de Vasconcelos, em “Religiões da Lusitânia”, na povoação, concelho de Moncorvo “apareceu uma berroazinha, como o povo lhe chama, de granito e já muito esmurrada. É muito pequena, com trinta e dois centímetros de comprimento e de circunferência abdominal de quarenta e quatro centímetros, encontrando-se actualmente no Museu Etnológico Português, facto que vem fundamentar uma das teses sobre o topónimo Açoreira”.

Mais tarde Açoreira viveu sob a dominação germânica e posteriormente sentiu a presença árabe, daí serem numerosas as lendas bem como os versos alusivos às Mouras Encantadas.

Século XVIII

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Açoreira era, em 1747, uma aldeia portuguesa do termo e Arciprestado da vila de Mirandela, Comarca da vila da Torre de Moncorvo, Bispado de Miranda do Douro, Província de Trás-os-Montes.[3]

A igreja paroquial estava fora do lugar, sendo o seu orago São João Evangelista. Tinha uma só nave, e quatro altares, a saber: O altar-mor em que estava o Santíssimo, o de Nossa Senhora da Piedade, o de Nossa Senhora do Rosário, e o das almas, com sua Irmandade. O pároco era vigário, apresentado pelo reitor da vila da Torre de Moncorvo. Tinha de renda catorze mil reis em dinheiro, vinte e dois alqueires de trigo, e dois almudes de vinho.

Tinha quatro ermidas no seu distrito, que eram Nossa Senhora dos Prazeres, Santa Marinha, do Espírito Santo e Nossa Senhora da Graça. Os frutos da terra eram trigo, cevada, centeio e azeite, e muitas frutas como eram figos, amêndoas, ameixas, pêssegos, limões e laranjas, as quais todas eram muito agradáveis ao gosto, e de belo sabor.[4]

Demografia

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A população registada nos censos foi:[2]

População da Freguesia de Açoreira[5]
AnoPop.±%
1864 522—    
1878 594+13.8%
1890 531−10.6%
1900 560+5.5%
1911 597+6.6%
1920 494−17.3%
1930 646+30.8%
1940 685+6.0%
1950 711+3.8%
1960 768+8.0%
1970 565−26.4%
1981 631+11.7%
1991 554−12.2%
2001 526−5.1%
2011 524−0.4%
2021 340−35.1%
Distribuição da População por Grupos Etários[6]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 65 76 269 116
2011 33 57 302 132
2021 16 9 167 148

Património

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Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Luís Cardoso (Pde.) (1747). Diccionario Geografico ou Noticia Historica de Todas as Cidades, Villas, Lugares e Aldeas, Rios, Ribeiras e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve com todas as cousas raras que nelles se encontrao assim antigas como modernas Que escreve e offerece Ao Muito Alto e Muito Poderoso Rey D. João V Nosso Senhor o P. Luiz Cardoso da Congregaçao do Oratorio de Lisboa Académico Real do Numero da Historia Portugueza. I. [S.l.]: Regia Officina Sylviana. p. 46 
  4. Luís Cardoso (Pde.) (1747). Diccionario Geografico ou Noticia Historica de Todas as Cidades, Villas, Lugares e Aldeas, Rios, Ribeiras e Serras dos Reynos de Portugal e Algarve com todas as cousas raras que nelles se encontrao assim antigas como modernas Que escreve e offerece Ao Muito Alto e Muito Poderoso Rey D. João V Nosso Senhor o P. Luiz Cardoso da Congregaçao do Oratorio de Lisboa Académico Real do Numero da Historia Portugueza. I. [S.l.]: Regia Officina Sylviana. p. 46 
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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