ANA Aeroportos de Portugal

A ANA - Aeroportos de Portugal (conhecidos normalmente simplesmente pelo acrónimo ANA significando Aeroportos e Navegação Aérea) é a empresa responsável pela gestão de aeroportos em Portugal. A ANA administra vários aeroportos, incluindo o maior aeroporto de Portugal, o Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa. Está sediada na capital portuguesa e integra várias empresas do sector da aviação. Esta empresa nasceu em 1998 de uma alteração resultante da cisão da Empresa Pública Aeroportos e Navegação Aérea em duas empresas distintas.

ANA Aeroportos de Portugal
ANA Aeroportos de Portugal
Razão social Aeroportos de Portugal, SA
Subsidiária
Atividade Aeroportuária
Fundação 1998; há 26 anos
Sede Lisboa, Portugal
Área(s) servida(s) Nacional
Proprietário(s) Vinci Airports
Presidente Luís Evangelista Esteves de Araújo
Produtos Administração de aeroportos
Website oficial www.ana.pt
Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com o logo da ANA, S.A.
Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na cidade do Porto.

A empresa manteve o objectivo social de prestar serviço público aeroportuário de apoio à Aviação Civil passando o serviço público aeroportuário de apoio à navegação aérea civil a ser responsabilidade da Navegação Aérea de Portugal. O transporte aéreo continua a afirmar-se como um meio de transporte em expansão, assim sendo este grupo afirma-se estrategicamente, estando direcionado para a prestação de serviços com elevados padrões de qualidade, e com uma gestão orientada para o mercado e para a criação de valor.

Os aeroportos de Lisboa (Humberto Delgado), Faro, Porto (Francisco Sá Carneiro), Madeira (Cristiano Ronaldo), Porto Santo, Ponta Delgada (João Paulo II), Horta, Santa Maria, Flores e Beja (Alentejo), têm a sua gestão, exploração e desenvolvimento a cargo da ANA, SA.

Empresas como a NAER (Novo Aeroporto), Portway (Handling de Portugal) e ADA (Administração de Aeroportos, em Macau), contam com uma participação da ANA Aeroportos de Portugal S.A. numa grande percentagem do seu capital.

História

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1986-1989

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Estamos nesta altura no final dos anos 80, e o tráfego aéreo mundial tem uma grande expansão económica. Esta foi para a ANA uma época de investimentos e de integração em órgãos internacionais. A sede da empresa e edifícios para os parceiros foram construídos, fizeram-se renovações em alguns aeroportos e sistemas de controle de tráfego aéreo. Actividades não aeroportuárias como estacionamentos, free shops, rent a car, foram desenvolvidas (História, 2006).

Data dessa altura a construção da sede da empresa e dos edifícios para os parceiros: transitários, concessionários e companhias aéreas. Foi ainda uma fase de integração em órgãos internacionais como o Eurocontrol, ICAA (Associação Internacional de Aeroportos Civis), ICAO (Organização Internacional de Aviação Civil) e AOCI (Conselho Internacional de Operadores Aeroportuários).

1990-1992

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A década de 90 começou com a crise do Golfo, que teve um impacto na aviação e na economia mundial. Outras fontes de instabilidade foram a Guerra na Jugoslávia, a reunificação alemã e o desaquecimento da economia dos EUA. Estas circunstâncias significaram para a ANA o fim de um ciclo de investimentos autofinanciados, obrigando-a ao recurso ao crédito para suportar o seu desenvolvimento. Apesar dessas dificuldades, continuaram a ser reforçadas as infra-estruturas, com destaque para os aeroportos de Lisboa, Faro e Ponta Delgada e, na navegação aérea, o projecto Atlântico.

Em 1991 foi aprofundada a liberalização do mercado europeu, com o fim dos monopólios e do controlo tarifário, medidas que trouxeram grandes desafios. Para lhes fazer face, em 1992 a ANA procedeu a uma profunda reflexão, cujas palavras-chave – Cliente e Eficácia – nortearam o seu crescimento nos anos seguintes.

1993-1998

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Dessa reflexão resultou uma reorientação da empresa no sentido da competitividade. Adoptou-se uma gestão descentralizada, que transferia capacidade de decisão para as várias áreas de negócio: os aeroportos, os centros de controlo de tráfego aéreo, a área de actividades comerciais e a área de estudos e projectos de infra-estrutura aeronáutica.

A estrutura organizativa ganhou simplicidade e eficácia. Foi instituída uma política tarifária capaz de atrair grandes clientes com uma melhor relação custo-benefício. Expandiu-se a rentabilização comercial dos aeroportos, com a atribuição de diversas concessões. Foi nesse período que a ANA afirmou a sua capacidade de prestar serviços a terceiros, no País e no exterior. Os aeroportos do Funchal e Macau foram os primeiros a confiar à empresa a sua gestão. O investimento em infra-estruturas prosseguiu, com melhoramentos nos vários aeroportos e na gestão do tráfego aéreo.

A uma fase de expansão económica e do tráfego, com intensa concorrência entre destinos e aeroportos, a ANA respondeu com um contínuo crescimento, coroado no ano da Expo 98 com um desempenho recorde, tanto em volume de negócios como no resultado líquido e nos investimentos. No final de 1998 a ANA Aeroportos, EP cindia-se em duas novas empresas, às quais deixava um legado de infra-estruturas, bons indicadores económicos e sociais e uma cultura de competitividade. Nascem a ANA - Aeroportos de Portugal, SA, voltada para a gestão aeroportuária, e a NAV, EP, para a navegação aérea.

1999-2004

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A ANA, SA nascia num contexto de acelerada globalização, com um movimento cada vez mais intenso de bens e pessoas. A sua competitividade e a do País dependiam das respostas a essa nova realidade. Uma dessas respostas foi uma nova visão estratégica, que definiu a ANA como um grupo de referência nos serviços aeroportuários. Um grupo que integrava, entre outras empresas, a Portway, a operar desde 2000 no handling, e a NAER, criada em 1998 para levar à frente o novo aeroporto de Lisboa.

A construção do novo aeroporto fora decidida pelo Governo português não só para responder à anunciada saturação da Portela, mas para dotar o País de um pólo atlântico de ligação à Europa. Em 1999 foi definida a sua localização, e em 2000 o seu modelo: uma parceria público-privada, a articular com a privatização da própria ANA.

Entretanto, prosseguiram a expansão da Portela, com vistas a alcançar a sua plena capacidade, enquanto o Aeroporto Sá Carneiro ganhou um novo plano de desenvolvimento, vocacionando-se para servir todo o Nordeste ibérico. O Aeroporto da Madeira, uma proeza da engenharia, abriu o arquipélago às grandes aeronaves. E prosseguiria a remodelação do Aeroporto de Faro, visando convertê-lo no melhor aeroporto turístico da Península.

Essa orientação para a expansão e competitividade sofreu um sério revés com o 11 de Setembro. A crise na economia e na aviação levaram a uma forte perda de receitas, agravada pelo aumento dos custos com a segurança. A instabilidade internacional e as dificuldades económicas do País vieram pôr em causa os grandes projectos como o do novo aeroporto de Lisboa, suspenso pelo Governo em 2004.

Nesse contexto, ganhou ainda mais relevância a adopção de uma estrutura mais leve e com menores custos, capaz de partilhar recursos e procedimentos entre todo o grupo. Essa reestruturação, ocorrida entre 2002 e 2004, foi mais um passo na criação das condições indispensáveis à privatização.

2004, não tendo trazido a esperada retoma, foi o ano em que o tráfego nos aeroportos da ANA voltou a crescer. Para isso contribuiu o Euro 2004, mas também uma bem-sucedida estratégia comercial, com preços e incentivos flexíveis que atraíram novas companhias aéreas, em particular as low cost.

Concessão 2012

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Em 27 de Dezembro 2012 o Governo português decidiu que a Vinci foi a vencedora do concorrido processo de concessão por 50 anos, tendo oferecido 3.080 milhões de euros.[1] No 21 de Fevereiro 2013 realizou-se assinatura do contrato promessa de concessão, o Estado recebeu um sinal de 100 milhões de euros e ainda as garantias bancárias que atestam que a Vinci tem capacidade para pagar o restante valor.[2][3][4]

A revista 'World Finance' premiou o Estado Português com o prémio "Airport Deal of The Year 2013" por ter realizado a melhor operação de privatização à escala mundial no setor aeroportuário.[5] A ex-secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, afirmou que a proposta apresentada pela ANA correspondia a "um múltiplo de EBITDA 16 vezes", o que foi considerado notável do ponto de vista financeiro.[1] Outros deputados também elogiaram o negócio e mencionaram o mesmo valor. O ex-secretário de Estado das finanças, Manuel Rodrigues, disse que a venda da ANA acabou por ser uma das privatizações de operadores aeroportuários de maior sucesso no mundo.[1] No entanto, o ex-Ministro das Infraestruturas e atual deputado pelo Partido Socialista do Parlamento, Pedro Nuno Santos, asseverou, em 2020, que "a privatização da ANA foi um péssimo negócio para o Estado" e "a mais prejudicial para o interesse público, e não há forma suave de o dizer."[6]

Ver também

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Referências

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  1. a b c Vinci paga 3080 milhões de euros para comprar a ANA - PÚBLICO
  2. «Estado assina amanhã contrato com a Vinci». Diário Económico. 20 de Fevereiro de 2013. Consultado em 20 de Fevereiro de 2013 
  3. «Governo assina amanhã contrato de venda da ANA». Dinheiro Vivo. 20 de Fevereiro de 2013. Consultado em 20 de Fevereiro de 2013 
  4. «Governo e Vinci assinam acordo de venda da ANA amanhã». Jornal de Negócios. 20 de Fevereiro de 2013. Consultado em 20 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 20 de fevereiro de 2013 
  5. «Privatização da ANA vence prémio de "negócio do ano"». Jornal de Negócios. 16 de Março de 2014. Consultado em 27 de Novembro de 2024 
  6. «Privatização da ANA "foi um péssimo negócio para o Estado"». Dinheiro Vivo. 18 de janeiro de 2020. Consultado em 27 de novembro de 2024 

Ligações externas

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