Abu Nidal, codinome de Sabri Khalil al-Banna (Jafa, maio de 1937 — Bagdá, 16 de agosto de 2002), foi um dos militantes líderes do grupo Fatah, mais comumente conhecido por liderar a Organização Abu Nidal (ANO), voltada à defesa da causa palestina. No auge de sua atividade, nas décadas de 1970 e 1980, a ANO era considerada o mais violento dos grupos palestinos.[1][2][3][4][5]

Abu Nidal (أبو نضال)

Abu Nidal numa imagem liberada em 1976
Nome completo Sabri Khalil al-Banna (صبري خليل البنا)
Nascimento maio de 1937
Jafa, Palestina mandatária
Morte 16 de agosto de 2002 (65 anos)
Bagdá, Iraque
Nacionalidade Palestino
Etnia Árabe
Progenitores Pai: Hajj Khalil al-Banna
Cônjuge Hiyam al-Bita
Filho(a)(s) Um filho, duas filhas
Alma mater Universidade do Cairo
Ocupação Militante pela causa palestina

Abu Nidal, em língua árabe, significa "pai da luta".

Origens

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Abu Nidal Sabri al-Banna nasceu em 1937 em Jaffa, na Palestina sob mandato britânico. Seu pai foi Hajj Khalil al-Banna. Filho mais novo de sete irmãos, nasceu em uma família abastada de sua cidade, cuja riqueza provinha da citricultura. Ele e sua família deixaram sua cidade natal em 1948, após a criação do Estado de Israel. Viveu os 20 anos seguintes na Jordânia e na Arábia Saudita.[6]

Atuação política

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Passou a integrar o grupo Fatah, um braço da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que lutava pela independência da Palestina frente ao domínio israelense. Em 1973, abandonou a Organização por dissidência em relação às novas políticas de Yasser Arafat, que buscava soluções moderadas e diplomáticas para a questão palestina. Desde então, fundou sua própria organização, a Organização Abu Nidal (ANO), não mais relacionada à Fatah, atuando no Iraque, Síria e, posteriormente, Líbia, recebendo suporte dos governos destes países. Em função de ataques a palestinos cuja orientação política era diferente da sua, Abu Nidal foi condenado à morte, em 1974, por um tribunal da OLP.[6]

Seus adversários, tanto no Oriente Médio, quanto no Ocidente, atribuem a Abu Nidal e sua organização a autoria de diversos atentados contra diplomatas árabes e israelenses, além de representantes de governos do Oriente Médio e Europa. Alega-se que seus atentados incluíram derrubada de aviões e ataques à bomba. Um dos crimes de maior repercussão que lhe foram atribuídos foi a derrubada de um avião egípcio, em 1985, o que resultou na morte de 60 pessoas. Supostamente, ele também teria comandado atentados a aeroportos em Roma e Viena, além do ataque a uma sinagoga em Istambul. Em 1991, agentes de sua organização teriam assassinado Abu Iyad, um importante membro da OLP, próximo a Arafat.[1]

A ANO é frequentemente considerada pelo Ocidente como uma organização que jamais contou com grande por parte do povo palestino, sendo que seus membros nunca excederam algumas poucas centenas.[1].

Após ser expulso de diversos países e frequentemente perseguido por inimigos, Abu Nidal estabeleceu-se em Bagdá, no Iraque.[1] Em 19 de agosto de 2002, foi encontrado morto em seu apartamento, com marcas de ferimentos à bala. Segundo fontes palestinas, ele teria cometido suicídio[7], embora sua morte ainda seja objeto de controvérsia.

Referências

  1. a b c d «Abū Niḍāl | Palestinian leader | Britannica». www.britannica.com (em inglês). Consultado em 14 de julho de 2022 
  2. Chamberlin, Paul Thomas (2012). The Global Offensive: The United States, the Palestine Liberation Organization, and the Making of the Post-Cold War Order. New York: Oxford University Press, 173.
  3. Kifner, John (14 September 1986). "On the bloody trail of Sabri al-Banna", The New York Times.
  4. Randal, Jonathan C. (10 June 1990). "Abu Nidal Battles Dissidents", The Washington Post.
  5. Partrick, Neil (2015) [1997]. "Abu Nidal", in Martha Crenshaw and John Pimlott (eds.), International Encyclopedia of Terrorism. London: Routledge, 326–327.
  6. a b «Washingtonpost.com: Terrorism Report». www.washingtonpost.com. Consultado em 14 de julho de 2022 
  7. «Folha Online - Reuters - Líder terrorista Abu Nidal é encontrado morto em Bagdá - 19/08/2002». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 14 de julho de 2022 
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