Acidente Ferroviário de Algueirão
O Acidente Ferroviário de Algueirão foi um acidente ocorrido em 20 de Dezembro de 1965 na Linha de Sintra, junto à Estação Ferroviária de Algueirão - Mem Martins, no concelho de Sintra, em Portugal. Consistiu numa colisão entre dois comboios, provocando 22 mortos e 17 feridos.[1]
Acidente Ferroviário de Algueirão | |
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Descrição | |
Data | 20 de dezembro de 1965 (há 59 anos) |
Local | Algueirão - Mem Martins ( Sintra) |
País | Portugal |
Linha | Linha de Sintra |
Operador | Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses |
Tipo de acidente | Colisão |
Estatísticas | |
Comboios/trens | 2 |
Mortos | 22 |
Feridos | 17 |
Acidente
editarPor volta das 18 horas, uma automotora colidiu com um comboio de mercadorias que estava em manobras,[2] no lanço da Linha de Sintra entre a gare de Algueirão - Mem Martins e o antigo matadouro municipal,[1] a cerca de 500 m de uma passagem de nível.[2] Com a violência da colisão, o comboio de passageiros ficou quase totalmente destruído, tendo a carruagem motora sido levantada, ficando quase na vertical, enquanto que as outras carruagens foram empurradas para fora da linha.[3][2] O comboio de passageiros era o 4909, que tinha saído da Estação de Lisboa-Rossio às 17:21.[2]
Resposta e consequências
editarO ruído do embate atraiu a população em redor da linha, que correu ao local do acidente.[2] O acidente foi visto desde o quartel dos Bombeiros Voluntários de Mem Martins, de onde o comandante Magalhães Ferreira deu o alerta.[2] Pouco depois, começaram a chegar ao local do acidente ambulâncias de várias corporações próximas, dezenas de veículos particulares, e agentes da Polícia de Viação e Trânsito e do Serviço de Socorros da Polícia de Segurança Pública, que enviou oito ambulâncias e vários carros patrulha.[2]
Muitas das vítimas ficaram encarceradas nos destroços metálicos dos comboios, incluindo o maquinista do comboio de mercadorias, que ficou com uma perna entalada, e cuja remoção constituiu uma operação muito difícil.[2] Foi retirado ainda vivo, tendo sido reencaminhado para o hospital.[2] Às 20 horas já tinham sido removidas dos destroços mais de vinte pessoas, incluindo homens, mulheres e crianças, das quais doze já estavam mortas.[2] Os feridos foram transportados para os Hospitais de Sintra e de Lisboa.[2] A Sintra chegaram dezanove mortos e vinte feridos, dos quais cinco foram enviados para as suas residências após serem tratados, e sete foram encaminhados para o Hospital de São José.[2] Nesta unidade hospitalar, foi recebida uma vítima mortal, mais os cinco passageiros feridos, três deles em estado grave.[2]
Devido à natureza dos terrenos em redor, não foi possível fazer chegar as ambulâncias ao local, o que complicou as operações de socorro.[2]
O balanço provisório logo após o acidente foi de vinte mortos[2], tendo o resultado final sido de dezassete feridos e 22 mortos.[1] No cemitério de Lourel foram enterrados os corpos de 21 vítimas mortais, das quais dezoito vinham do Hospital de Sintra.[2] Ainda assim, apurou-se que a tragédia teria sido pior se a automotora se estivesse a deslocar a uma velocidade maior, e se a maior parte dos passageiros não tivesse saído pelo caminho, uma vez que tinha partido com a lotação completa do Rossio.[2]
Uma das corporações de bombeiros a responder ao local do acidente foi a de Almoçageme, que foi homenageada em 7 de Março de 1966 pela Associação dos Bombeiros Voluntários de Algueirão-Mem Martins com uma medalha de cobre de Louvor, com fivela 20-12-65.[1]
Este desastre ocorreu pouco tempo após um outro acidente que envolveu o comboio Sud Expresso, em Espanha, e no qual faleceram vários portugueses.[2]
Ver também
editarReferências
- ↑ a b c d CAETANO, 1995:117
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r «Chocaram dois comboios perto do Algueirão». Diário de Lisboa. Ano 45 3.ª ed. Lisboa: Renascença Gráfica. 20 de Dezembro de 1965. p. 1-32. Consultado em 22 de Janeiro de 2018 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ Reuters (1965). «PORTUGAL: CROWDED PASSENGER TRAIN CRASHED INTO GOODS TRAIN - 20 DEAD». British Pathé
Bibliografia
editarCAETANO, Maria Teresa (1995). Cem Anos ao Serviço da Comunidade: 1895-1995. Almoçageme: Associação dos Bombeiros Voluntários de Almoçageme. 312 páginas