Adansonia digitata
A Adansonia digitata, conhecida por baobá, embondeiro ou imbondeiro [1][2], é a única espécie de Adansonia que ocorre no continente Africano. Pode ser encontrada nas savanas quentes e secas da África subsariana. Aparece também em zonas de cultivo e em áreas povoadas. O limite norte da sua distribuição no continente africano está associada aos padrões da chuva, restrita ao litoral Atlântico. No Sudão, ocorre naturalmente no Sael, mas a sua ocorrência é muito limitada no resto da região saheliana da África Central. Na África oriental as árvores crescem em aglomerados e também no litoral. Em Angola, que é o supostamente o seu local de origem, os imbondeiros crescem em florestas e nas regiões costeiras e são comuns nas savanas, como também é o caso na Namíbia e no Botsuana e o resto da África Austral. Também se encontra em Dofar na região de Omã e no Iêmen na Península Arábica. O nome digitata, surge do formato da folha que se parece com os cinco dedos da mão.
baobá, embondeiro, calabaceira Adansonia digitata | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
Adansonia digitata L. |
Crescimento
editarApesar de muita gente afirmar que os imbondeiros podem viver milhares de anos, tal não pode ser comprovado, pois o seu crescimento não leva à formação de anéis anuais.
As flores são de cor brancas, muito grandes e pesadas. São vistosos pedúnculos com um grande número de estames. Têm um cheiro peculiar a carniça e são principalmente polinizadas por morcegos frugívoros. Os frutos têm no interior uma pasta que quando seca, endurece e cai aos pedaços parecendo-se com pedaços de pó de pão seco.[3]
O imbondeiro é tradicionalmente utilizado como fonte de alimento em África, mas esse potencial é pouco conhecido em outros lugares. Tem sido sugerido que pode ser usado para melhorar a nutrição e segurança alimentar, impulsionar e promover o desenvolvimento rural sustentável das regiões pobres e secas.[4]
Adansonia digitata do grupo baobá é o tipo de árvore florida de maior longevidade. A mais velha a morrer, Panke no Zimbábue, viveu cerca de 2.500 anos antes de entrar em colapso ao longo de 2010 e 2011. As outras três árvores que morreram, incluindo a árvore Chapman, em Botsuana, tinham apenas 1.250 a 1.500 anos de idade.[5]
Nomes comuns
editarA Adansonia digitata é conhecido por muitos nomes. Nos países lusófonos em África e em Portugal é conhecida por embondeiro/imbondeiro. Em francês, é conhecida como arbre de mille ans (árvore dos mil anos) e calebassier du Sénégal (daí na Guiné-Bissau, ser conhecida por calabaceira). Em suaíli como mbuyu, mkuu hapingwa, mkuu hafungwa e muuyu.[6] É conhecida por momret na língua tigrínia da Etiópia.[7] É conhecida por kuka pelos povos de língua hauçá da África Ocidental. No Sudão, a árvore é chamado de tabaldi e o seu fruto é chamado de gongu iaze.
Fruto
editarO fruto, conhecido em Angola por múcua[8] (do quimbundo múkua) ou máqua e em Moçambique na província de Tete como malambe, pode ter até 25 centímetros de comprimento, tem no seu interior um miolo seco e comestível, desfaz-se facilmente na boca e o seu sabor é agridoce. Este fruto é rico em vitaminas e minerais.
Ao dissolver-se a múcua em água a ferver obtém-se o sumo de múcua que, depois de arrefecido, é tomado como uma bebida fresca com um sabor muito apreciado em determinados países.
A sua polpa branca, depois de seca, é utilizada para a alimentação, em tempos de escassez de comida; também é referida como cura para a malária[9].
Tem duas vezes mais cálcio que o leite e é rico em antioxidantes, ferro e potássio, e tem 6 vezes mais vitamina C do que uma laranja. As folhas podem ser comidas e as sementes produzem óleo comestível.
Em 2008, a União Europeia aprovou a utilização e consumo de múcua como ingrediente em barras de cereais[10].
Em 2009 a FDA (Food and Drug Administration), nos Estados Unidos da América, reconheceu como seguro o uso da polpa do fruto como ingrediente alimentar.[11]
Uma organização sem fins lucrativos, a PhytoTrade África, tem planos para comercializar o fruto para benefício de cerca de 2,5 milhões de famílias mais pobres na África Austral.[12][13]
A Baobab Fruit Co. do Senegal, comercializa o fruto na Europa e na América do Norte através do seu agente Conceptula LLC[14][15].
Ver
editarReferências
editar- Notas
- ↑ «Ciberdúvidas - Controvérsias»
- ↑ «Entrada "Imbondeiro" no Dicionário Piberam Imediatamente Redirectionada»
- ↑ National Research Council (25 de janeiro de 2008). «Baobab». Lost Crops of Africa: Volume III: Fruits. Col: Lost Crops of Africa. 3. [S.l.]: National Academies Press. ISBN 978-0-309-10596-5. Consultado em 15 de julho de 2008
- ↑ National Research Council (27 de outubro de 2006). «Baobab». Lost Crops of Africa: Volume II: Vegetables. Col: Lost Crops of Africa. 2. [S.l.]: National Academies Press. ISBN 978-0-309-10333-6. Consultado em 15 de julho de 2008
- ↑ Milius, Susan (18 de junho de 2018). «The most ancient African baobabs are dying and no one knows why». Science News (em inglês)
- ↑ Grubben, G. J. H. & O. A. Denton (2004). Plant Resources of Tropical Africa 2. Vegetables. [S.l.]: PROTA Foundation, Wageningen; Backhuys, Leiden; CTA, Wageningen
- ↑ "Wild Food Plants Attracting Additional Consumer Categories": Adansonia digitata (Famine Food Guide website)
- ↑ «Dicionário Priberam da Língua Portuguesa»
- ↑ (ver a colecção Plantas Medicinais de Moçambique editada pelo Ministério da Saúde nos anos 1980).
- ↑ «Baobab dried fruit pulp». Advisory Committee on Novel Foods and Processes. 2008. Consultado em 15 de abril de 2010. Arquivado do original em 3 de junho de 2008
- ↑ Laura M. Tarantino (25 de julho de 2009). «Agency Response Letter GRAS Notice No. GRN 000273». FDA
- ↑ «Exotic fruit cleared for UK sale». Channel 4 News. 15 de julho de 2008
- ↑ «New exotic fruit to hit UK shops». BBC News. 15 de julho de 2008
- ↑ Baobab Fruit Co. Senegal
- ↑ Baobab-Fruit.com
Ligações externas
editar- «Description and cultural information» (em inglês)
- «Structured description» (em inglês)
- «PROTAbase Adansonia digitata» (em inglês)
- «Adansonia digitata en Brunken, U., Schmidt, M., Dressler, S., Janssen, T., Thiombiano, A. & Zizka, G. 2008. West African plants - A Photo Guide. www.westafricanplants.senckenberg.de» (em inglês)