Agrostemma githago

A Agrostemma githago, vulgarmente chamada nigela, axenuz, beijo-de-freira, erva-fina, erva-sapa, canavora ou candelária,[1] é uma erva daninha tóxica (embora às vezes utilizada ornamentalmente)[2] encontrada na Europa, onde ataca principalmente as culturas do trigo e do milho. Ela é uma planta curiosa e extraordinária, um caso raro do que se chama de alelopatia positiva, tendo em vista que a maioria das alelopatias são negativas. Algumas pesquisas mostram que essa pequena planta pode gerar um efeito bastante positivo nas culturas se utilizada de forma racional.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAgrostemma githago
Agrostemma githago
Agrostemma githago
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Caryophyllales
Família: Caryophyllaceae
Género: Agrostemma
Espécie: Agrostemma githago

Distribuição

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A planta é encontrada em terras aráveis em todos os continentes, exceto a Antártica, em diversas altitudes, e em ilhas como a Nova Zelândia. Na América, contudo, não é nativa.[2][3]

Alelopatia

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Ao observar os campos atacados pela Agrostemma githago uma pesquisadora a Dra. Danica Gajic, da Servia, verificou que antes de matar o trigo havia um desenvolvimento fora do normal nas plantas localizadas próximas às plantas de Agrostemma githago. Isso intrigou a pesquisadora que passou a estudar mais afundo as interações entre essa planta e as plantas cultivadas. A pesquisadora descobriu que a Agrostemma githago tinha o efeito de aleopatia. A pesquisadora descobriu que o extrato da Agrostemma githago aplicado de forma e dose adequada produz um efeito altamente positivo nas plantas cultivadas.

Ao entrar em contato com as plantas cultivadas o extrato da Agrostemma githago simula um ataque por erva daninha e quando a planta percebe a presença das substâncias ativas são desencadeadas, em seu interior, uma série de reações bioquímicas que resultam no aumento expressivo de produtividade e qualidade. Estudos comprovam que o extrato da Agrostemma githago atua no metabolismo tanto em nível de órgãos e tecidos como a nível de células.

Todas as reações provocadas pelo extrato da Agrostemma githago produzem uma série de efeitos positivos na planta, entre eles podemos listar: aumenta no teor de clorofila a e b e da taxa fotossintética, maior desenvolvimento das raízes, maior desenvolvimento da parte aérea, maior vigor de germinação das sementes, maior resistência a pragas e doenças e danos climáticos (geada, seca e etc.), melhoria na qualidade de frutos, grãos e outros órgãos comestíveis em resumo aumento significativo da produtividade e qualidade.

Estudos compravam também que o extrato da Agrostemma githago induz à produção de triptofano, aminoácido precursor do fito hormônio AIA (Ácido Indol-3-Acético), responsável pelo crescimento da parte aérea e da raiz. Ainda, a planta possui por aleloquímico principal a alantoína.[4]

Importância

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A descoberta dos efeitos positivos da Agrostemma githago tem trazido desde a década de 70 enormes benefícios aos agricultores europeus, pois os mesmo utilizam o extrato dessa erva para induzir as plantas cultivadas a produzirem mais, sem risco ao meio ambiente e aos consumidores devido ao extrato ser totalmente natural.

O crescimento da população mundial tem aumentado de forma assustadora a demanda por alimentos o que estimula o setor agrícola a produzir cada vez mais. Porém o aumento na produção agrícola traz consigo serias conseqüências ambientais e sociais como a poluição do meio ambiente com produtos tóxicos, contaminação de alimentos pelo uso exagerado de agrotóxicos e desmatamento de áreas florestais para expansão da fronteira agrícola. Dentro desse contexto se faz extremamente necessário a descoberta de tecnologias sustentáveis, ou seja, que gerem benefícios financeiros sem causar danos às gerações futuras. Técnicas como a utilização do extrato da Agrostemma githago para aumento da produtividade das culturas são muito bem vindas, pois não poluem o meio ambiente, evitam o desmatamento devido à maior produção na área já plantada e trazem um maior retorno financeiro ao produtor.

Referências

  1. «Agrostemma githago». Jardim Botânico UTAD 
  2. a b Hämet-Ahti, Leena; Suominen, J.; Ulvinen, T.; Uotila, P.; et al. (1998). Retkeilykasvio. 4. Helsinque: Luonnontieteellinen keskusmuseo. p. 119. ISBN 951-45-8166-0 
  3. Anderberg, Anne. «Klätt (Agrostemma githago)». Linnaeus (em sueco). Consultado em 23 de julho de 2019 
  4. Borgati, T.F. (2010). Síntese e Atividade Alelopática de Carboxamidas Indólicas (PDF) (Tese de Mestrado). Belo Horizonte: UFMG. p. 21 
 
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