Alípio de Miranda Ribeiro
Alípio de Miranda Ribeiro (Rio Preto, 21 de fevereiro de 1874 - Rio de Janeiro, 8 de janeiro de 1939) foi um naturalista brasileiro. Foi o criador do primeiro serviço oceanográfico da América do Sul, a Inspetoria de Pesca (1911).[1][2][3]
Alípio de Miranda Ribeiro | |
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Nascimento | 21 de fevereiro de 1874 Rio Preto |
Morte | 8 de janeiro de 1939 Rio de Janeiro |
Residência | Brasil |
Cidadania | Brasil |
Filho(a)(s) | Paulo de Miranda Ribeiro |
Ocupação | herpetólogo, naturalista, zoólogo, ictiólogo, colecionador de animais |
Biografia
editarNascido em Rio Preto, desde jovem interessou-se por História Natural e, na adolescência, traduziu para a língua portuguesa a obra do conde de Buffon.[carece de fontes]
Mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do Império do Brasil, onde se matriculou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, não tendo chegado a concluir o curso. Em 1894 ingressou no Museu Nacional, com a função de preparador interino da 1ª Secção. Em 1897 foi nomeado naturalista-auxiliar, vindo a exercer os cargos de Secretário (1899), professor e chefe da Divisão de Zoologia (1929), função que exerceu até vir a falecer.[carece de fontes]
Participou da Comissão Rondon e acompanhou a sua primeira expedição (1908-1910), oportunidade em que realizou valiosas observações e coleta de material, tendo aproveitado o percurso do Rio de Janeiro a Corumbá, para coletar material zoológico (1908). Theodore Roosevelt, ex-Presidente dos Estados Unidos, participou de uma dessas expedições juntamente com o Coronel Cândido Mariano Rondon (1865-1958), na que ficou conhecida como Expedição Roosevelt-Rondon.[carece de fontes]
Exerceu o cargo de substituto da Secção de Zoologia (1910-1929), quando foi promovido a Professor-Chefe do mesmo.[carece de fontes]
Em 1911, após ter visitado museus na Europa e nos Estados Unidos, e de ter estudado os seus programas de pesquisa, fundou a Inspetoria de Pesca, primeiro serviço oficial a dedicar-se ao setor, no Brasil. Foi seu primeiro diretor (1911-1912), ali tendo estabelecido um espaço museológico sobre a pesca, uma biblioteca especializada, seções técnicas de pesquisa e tendo operado um navio oceanográfico, o "José Bonifácio".[carece de fontes]
Foi membro fundador da Sociedade Brasileira de Ciências e produziu uma vasta obra com mais de 150 obras sobre vertebrados e invertebrados da fauna brasileira, além de outros títulos sobre peixes, répteis, pássaros e mamíferos, com destaque para a fauna brasiliense – peixes, em cinco volumes.[carece de fontes]
Sob o pseudônimo Cryptus, entre 1907 e 1908 Miranda-Ribeiro publicou na revista Kosmos a tradução da obra Für Darwin [en], de Fritz Müller.[4][5][6]
Obra
editarA sua obra mais célebre é "Fauna Brasiliensis – Peixes", que vem a público em 1911 e que ascende a duas mil páginas.[carece de fontes]
- 1918 - "Dous generos e tres especies novas de peixes Brasileiros determinados nas collecções do Museu Paulista". Revista do Museu Paulista, v. 10: 787–791, 1 pl.
- Miranda Ribeiro, Alipio de; Museu Nacional (Brazil) (1907). Fauna brasiliense. [S.l.]: Rio de Janeiro : Impre. Nacional. Consultado em 12 de janeiro de 2021
- Ribeiro, Alipio de Miranda; Brazil. Comissô de Linhas Telegrficas Estratgicas de Mato Grosso ao Amazonas (1916). A Commissô Rondon e o Museu Nacional; conferencias. [S.l.]: [Rio de Janeiro, L. Macedo. Consultado em 12 de janeiro de 2021
Ver também
editarReferências
editar- ↑ Jr, Pombal; P, José (setembro de 2002). «Ribeiro ou Miranda-Ribeiro? Nota biográfica sobre Alípio de Miranda Ribeiro (1874-1939)». Revista Brasileira de Zoologia (3): 935–939. ISSN 0101-8175. doi:10.1590/S0101-81752002000300030
- ↑ Cid, Maria Rosa Lopez; Waizbort, Ricardo (2006). «Alípio de Miranda Ribeiro e as lições da Comissão Rondon para o Museu Nacional». Filosofia e História da Biologia (1): 215–227. ISSN 1983-053X
- ↑ Cid, Maria Rosa Lopez (2009). Miranda Ribeiro: um zoólogo evolucionista nos primeiros anos da República (1894-1938) (Doutorado em História das Ciências). Rio de Janeiro: FIOCRUZ
- ↑ Papavero, Nelson (2003). «Fritz Müller e a comprovação da Teoria de Darwin». In: Heloisa Maria Bertol Domingues, Magali Romero Sá, Thomas Glick (eds.). A Recepção do Darwinismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. pp. 29–44. ISBN 978-85-7541-032-5
- ↑ Cid, 2009. p. 16. "A tradução feita por Cryptus apareceu em capítulos na revista Kosmos a partir de fevereiro de 1907, com a publicação do capítulo I. Nos meses seguintes, até maio de 1908, foram publicados outras partes do livro até o capítulo XI: Kosmos, ano IV, 1907, nos. 2, 3, 4, 6, 8, 10, 11, e Kosmos, ano V, 1908, nos. 3, 4, e 5."
- ↑ Gualtieri, Regina Cândida Ellero (2003). «O evolucionismo na produção científica do Museu Nacional do Rio de Janeiro (1876-1915)». In: Heloisa Maria Bertol Domingues, Magali Romero Sá, Thomas Glick (eds.). A Recepção do Darwinismo no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ. pp. 45–96. ISBN 978-85-7541-032-5
Bibliografia
editar- ADLER, Kraig. Contributions to the History of Herpetology. Society for the study of amphibians and reptiles: 1989. 202p. ISBN ISBN 0-916984-19-2