Alberto António da Silva Costa
Nascimento | |
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Morte |
3 de Novembro de 1908 |
Outros nomes |
Pad’Zé |
Atividade |
Jornalista e escritor |
Alberto António da Silva Costa, igualmente conhecido como Pad’Zé, (Joanes, Fundão, 15 de Abril de 1877 - Lisboa, 3 de Novembro de 1908) foi um jornalista e escritor português.
Biografia
editarNasceu na Aldeia de Joanes, em 15 de Abril de 1877,[1] filho de Agostinho da Costa Nogueira.[2] Foi aluno no Colégio de São Fiel, em Louriçal do Campo, entre 1890 e 1893, experiência que relatou na sua obra O Livro do Dr. Assis.[1] Frequentou depois a Faculdade de Direito de Coimbra, onde recebeu a alcunha de Pad'Zé, por ter estudado no seminário.[1] Fez parte de várias tertúlias, onde travou conhecimento com futuras grandes figuras da literatura e ciência nacional, como Afonso Lopes Vieira, Alberto Pinheiro Torres, D. Tomás de Noronha e Egas Moniz.[1] Ficou principalmente conhecido por ter escrito a obra humorística O Livro do Doutor Assis, onde criticou duramente a organização educativa da universidade, principalmente o corpo docente, sendo o título uma alusão ao professor António de Assis Teixeira de Magalhães.[1] O livro teve um grande sucesso devido ao seu tom irónico e caricaturas, tendo sido uma obra de referência para várias gerações de estudantes.[1] Alberto Costa também foi uns dos principais responsáveis pela organização do Centenário da Sebenta, e foi neste período que começou a sua carreira jornalística, sendo então o autor da Revista do Civil, destinada a estudantes do ensino superior.[1] Posteriormente, trabalhou como redactor no jornal O Mundo.[3]
Suicidou-se com um revólver na noite de 2 para 3 de Novembro de 1908, na redacção do jornal O Mundo.[3] Foi enviado para o posto de socorros da Misericórdia, onde faleceu por volta das 2 da madrugada.[3] No dia seguinte o corpo foi exposto na sede do jornal, tendo sido acompanhado desde o posto de socorros por uma comitiva que incluiu figuras destacadas do jornalismo nacional, como França Borges, João Chagas, Augusto José Vieira, Luís Derouet, Carlos Olavo e Alfredo Pinto, além do actor Inácio Peixoto.[2] O funeral teve lugar no dia 5, para o Cemitério Oriental.[2] Na sequência do seu falecimento, a revista O Xuão emitiu uma nota de pesar, onde o classificou como um «rapaz sincero, liberal e pensador, tão bohemio na pandega como forte e destemido nas luctas contra o preconceito em pró da liberdade», e «um combatente leal e destemido que manejava a satyra mordaz com a mesma facilidade com que ajudava fortemente a derruir o mau estar d'este regimen prestes a desabar».[4]
Referências
- ↑ a b c d e f g GARCIA, Antonieta (11 de Setembro de 2019). «O Pad'Zé». Gazeta do Interior. Consultado em 15 de Agosto de 2023
- ↑ a b c «Dr. Alberto Costa: o seu funeral» (PDF). Diario Illustrado. Ano 38 (12690). Lisboa. 5 de Novembro de 1908. p. 1. Consultado em 15 de Agosto de 2023 – via Biblioteca Nacional de Portugal
- ↑ a b c «Dr. Alberto Costa» (PDF). Diario Illustrado. Ano 38 (12689). Lisboa. 4 de Novembro de 1908. p. 2. Consultado em 15 de Agosto de 2023 – via Biblioteca Nacional de Portugal
- ↑ «Pad'Zé» (PDF). O Xuão. Ano 1 (38). Lisboa. 10 de Novembro de 1908. p. 2-3. Consultado em 15 de Agosto de 2023 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa