Alberto Vojtěch Frič
Alberto Vojtěch Frič (Praga, 18 de setembro de 1882 – Praga, 4 de dezembro de 1944) foi um etnógrafo e botânico tcheco.
Alberto Vojtěch Frič | |
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Nascimento | 18 de setembro de 1882 Praga |
Morte | 4 de dezembro de 1944 (62 anos) Praga |
Sepultamento | Cemetery in Motol |
Nacionalidade | checoslovaco |
Cidadania | Checoslováquia |
Progenitores |
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Cônjuge | etnógrafo, botânico |
Ocupação | escritor, explorador, antropólogo, fotógrafo, botânico, escritor de literatura infantil, etnógrafo, viajante mundial |
Empregador(a) | Academia Russa de Ciências |
Causa da morte | tétano |
Biografia
editarFilho de advogado, era apaixonada pela botânica e a biologia em sua infância, cursando, em sua cidade natal, a Escola Média de Praga. Logo em seguida entrou na Escola Técnica Superior, no curso de Engenharia Civil, porém, interrompeu os estudos para fazer a primeira viagem para América do Sul, aos 19 anos de idade. Em maio de 1901 atravessou o estado de São Paulo, descendo o Rio Tietê, até o Mato Grosso. Nesta viagem, manteve contato com índios Xavantes e em agosto deste mesmo ano retornou para Praga, levando consigo objetos indígenas, besouros, borboletas, sementes diversas, ovos de tartarugas, fumo, ágatas e muitas fotografias, que expos na maior loja de sua cidade nesta época: a U. Nováka[1].
Em 1903 iniciou sua segunda viagem ao continente sul-americano e desta vez seguiu o Rio Paraná até Assunção e logo após percorreu o Rio Pilcomayo até território boliviano. Em suas andanças por estes territórios, manteve contato com várias tribos de índios, sobretudo com índios Toba-Pilaga, Karraima e Sittegraiky. Novamente em território brasileiro, encontrou tribos como os Angaité e Sanapaná ou os Kaduveo (no Mato Grosso) e também os Chamakoko-Tunhará. Nesta segunda viagem, recolheu uma rica coleção etnográfica, além de alargar seu conhecimento pelos indígenas sul-americanos e ao retornar ao velho continente, fez várias conferências e publicou trabalhos científicos em diversas revistas dos Estados Unidos e Europa[2].
Em setembro de 1906, Fric visitou o Paraná a convite de Dario Vellozo quando ambos conheceram-se em Buenos Aires no Congresso do Livre-Pensamento e Maçônico. Logo que chegou a Curitiba, seguiu para Antonina com a finalidade de estudar os sambaquis. Em seguida, percorreu o Rio Ivaí, entrando em terras catarinenses para conhecer os índios Kaingáng[3].
Será no XVI Congresso Internacional de Americanistas, realizado em Viena, 1908 que trará uma corajosa contribuição. Eu sua fala no Congresso, Alberto denuncia o extermínio das populações indígenas que aconteciam também no sul do Brasil. Falara sobre a escravização de mulheres e crianças, dos ataques dos bugreiros que eram grupos contratados principalmente pelas agências que tinham interesse em lotear as terras dos indígenas. Pediu para que o XVI Congresso, formado por cientistas que se dedicavam aos estudos dos povos indígenas, se manifestasse contra as atrocidades. Ocorreram debates. Os porta-vozes daquele congresso entenderam que, embora se dedicassem aos estudos das populações indígenas, a questão não era científica. Contudo, as discussões seguiram em outras vozes e contextos que englobariam para a fundação do Serviço de Proteção aos Índios (STAUFFER, 1960 p. 165-183).
Ainda retornou ao continente americano em 1910 para explorar terras argentinas e paraguaias, em 1923 no território mexicano, em 1926 e 1933 no Paraguai, Argentina e Bolívia[4]
Seu vasto conhecimento proporcionou a confecção de inúmeros livros e contribuições para revistas científicas da Europa e da América. Entre suas obras, encontramos os livros: "O kaktech a jejich narkotických účincích", "Čerwuiš aneb Z Pacheka do Pacheka oklikou přes střední Evropu", "Indiáni Jižní Ameriky (Sud-Amérindiens)", "Eine Pilcomayo Reise in den Chaco Central", "Contributions to the Study of the Bororo Indians", "Notes on the Mask-dances of the Chamacoco, Communicated by Paul Radin", entre outros.
Alberto Vojtěch Frič foi membro da Academia de Ciências de São Petersburgo e morreu no hospital Bulovka, em 4 de dezembro de 1944, em decorrência de uma infecção de tétano[5].
Referências
Ver também
editar- TREVISAN, Edilberto. Visitantes Estrangeiros no Paraná. Curitiba: Ed. Chain, 2002. 334p.
- STAUFFER, David Hall. Origem e fundação do Serviço de Proteção aos Índios (III). Revista de História, v. 21, n. 43, p. 165-183, 1960.