Alcântaras
Alcântaras é um município brasileiro do estado do Ceará. Localiza-se na microrregião de Meruoca, mesorregião Noroeste Cearense. Está distante 261km de Fortaleza, sendo o acesso feito pela BR-222 e CE-440.
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Município do Brasil | |||
Símbolos | |||
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Hino | |||
Gentílico | alcantarense | ||
Localização | |||
Localização de Alcântaras no Ceará | |||
Localização de Alcântaras no Brasil | |||
Mapa de Alcântaras | |||
Coordenadas | 3° 35′ 20″ S, 40° 32′ 45″ O | ||
País | Brasil | ||
Unidade federativa | Ceará | ||
Região metropolitana | Sobral-ce | ||
Municípios limítrofes | Sobral, Massapê, Moraújo, Coreaú e Meruoca | ||
Distância até a capital | 261 km | ||
História | |||
Fundação | 10 de dezembro de 1957 (66 anos) | ||
Administração | |||
Prefeito(a) | Joaquim Freire Carvalho (PDT, 2021–2024) | ||
Características geográficas | |||
Área total [1] | 138,598 km² | ||
População total (IBGE/2010[2]) | 10 771 hab. | ||
Densidade | 77,7 hab./km² | ||
Clima | Tropical de altitude | ||
Altitude | 666[3] m | ||
Fuso horário | Hora de Brasília (UTC−3) | ||
Indicadores | |||
IDH (PNUD/2000[4]) | 0,607 — médio | ||
PIB (IBGE/2008[5]) | R$ 28 989,739 mil | ||
PIB per capita (IBGE/2008[5]) | R$ 2 707,80 |
História de Alcântaras
editar[6]O atual município de Alcântaras está localizado na Serra da Meruoca. Segundo consta no livro (Alcântaras III séculos de História, 2016[1]), as terras alcantarenses pertenciam a tribos guerreiras dos Arireus reriús da etnia Tapuia.
No livro Alcântaras, seu povo e sua História (2015), o Sr. Bertoni explora com minucias como a cultura indígena está enraizada na cultura imaterial do povo alcantarense, onde o autor cita que grande parte da população conserva traços fortes do sangue Tapuia, apresentando pele avermelhada, poucos pelos no rosto, cabelos lisos e grossos, olhos puxados; a pratica de rituais xamânicos bastante presentes, como as práticas de cura usando o fumo, ou a fumaça do mesmo; a preferência pelas consultas as benzedeiras; o misticismo também é uma marca muito forte na cultura local, como a cura do quebranto usando um ramo verde, ou um amuleto, com o uso de uma fita vermelha de algodão no pulso das crianças para afastar os maus espíritos. Ainda, segundo o autor, com o tempo os nativos foram perdendo suas identidades, assimilando outros costumes; um processo de aculturação que acabou dissipando as narrativas antepassadas, fazendo com que os alcantarenses desconheçam suas origens e sua tradição aborígine. Ademais, os registros das atividades indígenas ainda são muitos presentes, sendo encontrados alguns achados como colares, cachimbos, machadinhas de pedra. No distrito de Ventura frequentemente são encontrados resquícios dos tapuias como a presença de pequenos alicerces e pequenos fragmentos de cerâmica; um dos registros mais notórios, segundo as pesquisas do Sr. Bertoni,[7] seria uma casa de farinha feita de pedra lascada, que para o autor são obras dos gentios, construída ao pé da pedra do Talhado em Ventura, local geograficamente estratégico, com vista para o litoral, onde corre riacho Venturinha, que desagua nas divisas dos municípios de Coreaú e Moraújo.
Os traços da cultura africana também ecoam na alma do povo, como a preferencia por roupas coloridas, uma batucada, o sorriso fácil estampado no rosto. Na serra, devido as boas condições climáticas, a maior presença de chuva devido a sua altitude ocasionando um solo profundo, dando condições para a existência de densas florestas. Em seu excelente artigo “A Onipresença da cultura alcantarense", o autor explica que o solo profundo favoreceu a intensa prática de atividades agrícolas no município, tendo como mão de obra o trabalho escravo, surgindo baixas de cana, roças, plantações de algodão, casa de farinha e alambiques. O sítio Algodões, com seus antigos casarões, dos poucos ainda de pé, registram esse tempo cheio de contradições: onde havia fartura de gêneros alimentícios o trabalho escravo estava presente; sendo homens e mulheres reduzidos a meros objetos de trabalhos. Diante das condições sub-humanas, os cativos fugiam para locais distantes, de preferencia onde havia uma fonte de água, sendo formado nesses locais pequenos quilombos, como é o caso do Sítio Picos, Sítio São Bernardo e do sítio Benedito. Uma marca muito presente também são as cerâmicas de argila moldados com as mãos e a feitura de cestos de cipó, uma espécie de fusão da cultura indígena com a cultura africana, dando o caldo da cultura imaterial do Sítio São José dos Alcântaras.
O território de Alcântaras, primitivamente chamado de Sítio São José, tem como os primeiros donos destas glebas o português José de Araújo Costa, da freguesia de Santa Lucrécia de Louro, e sua esposa, à pernambucana Brites de Vasconcelos, nascida em 1724, em Igaraçu, Pernambuco; filha do Capitão Manoel Vaz Carrasco e Madalena de Sá. Sobre a origem do Sítio São José, nas páginas 62 e 63 do livro[8] o autor explica “que os primeiros moradores destas glebas tenham chegado em 1757”, portanto, 33 anos após o primeiro casal branco a fixar residência na Serra da Meruoca, o casal Cel. Sebastião de Sá e sua Mulher Cosma Ribeiro Franca; que no ano de 1724 tomaram posse da terra que receberam em sesmaria, medindo duas léguas e meia às margens do riacho Itacaranha.
A primeira denominação das terras onde hoje está edificada a cidade de Alcântaras foi São José e posteriormente São José dos Alcântaras. O nome São José é citado em antigos documentos do século XVIII.
Ao que tudo indica, o nome SÃO JOSÉ tem suas origens no nome do primeiro dono destas terras, o português José de Araújo Costa. No livro de batismo de 1918, o nome São José é citado nos registros de batismo. Com a chegada dos Alcântaras a estas terras — por volta de 1790 a 1800— o sítio São José anos depois passaria a se chamar São José dos Alcântaras e posteriormente Alcântaras. Segundo o pesquisador[9] nome Alcântaras a estas terras se deu devido ao grande número de pessoas na região com o sobrenome Alcântara.” Num segundo momento o autor alcantarense explica “que sobrenome Alcântara como a grande maioria dos sobrenomes no Brasil tem suas origens na Europa, na Península Ibérica. No período colonial era bastante comum navios com imigrantes europeus atracarem em terras brasileiras em busca de riquezas; muitos destes imigrantes acabavam se casando e seus filhos herdando seus sobrenomes.”
Geografia
editarAlcântaras é um município de clima agradável, abrigando uma vegetação diversificada, com destaque para as remanescentes de Mata Atlântica distribuídas em vários pontos do município; além de um povo hospitaleiro, educado e religioso, o município apresenta um forte perfil para o turismo, uma vez que a geografia acidentada afasta possibilidades de investimentos fabris. O município se orgulha de ser um dos menos violentos do país, registrando poucas ocorrências policiais. Outro dado importante que serve de parâmetro é o IDH do município, que vem melhorando ao longo dos anos, passando por significativos avanços, que em parte estão ligados as melhoras nos índices educacionais e na dinâmica do comércio, e até mesmo pelo poder público municipal, com gestões comprometidas com o desenvolvimento social; as políticas públicas do governo Federal também surtem ótimos resultados, incrementando uma média de três milhões na economia do município via programas sociais.[10] Outro destaque positivo são índices educacionais do município que vêm passando por melhorias nas ultimas décadas, apresentando avanços significativos, com profissionais qualificados e mais investimento na pasta da educação, fruto da ação conjunta entre os governos municipal, estadual e federal. Nos estudos de DIOGO[11] (2020), o pesquisador constatou que o analfabetismo vem diminuindo ao longo dos anos; vários jovens estão ingressando no ensino superior, sendo disponibilizado pelo governo municipal transporte para os universitários nos turnos manhã, tarde e noite, o que é positivo, além de ser um investimento a longo prazo, pelo fato dos os universitários, depois de formados, contribuirão ainda mais para o desenvolvimento local.
O município tem oficialmente um distrito no oeste da serra, Ventura. O território municipal é montanhoso e acidentado. Ele faz parte da chamada APA (Área de Proteção Ambiental) e da RMS (Região Metropolitana de Sobral).
Prefeitos e administradores
editarDe 1959 a 2013
- Roberto Ximenes de Aragão - 1959 a 1962 (primeiro prefeito de Alcântaras). Nasceu em Sobral em 30 de julho de 1900[12] e faleceu em 25 de abril de 1985.[13]
- Joaquim Cunha Freire - 1963 a 1966
- Raimundo Nonato de Albuquerque - 1967 a 1970
- Benedito Cunha Freire - 1971 a 1972
- Iraldo Amador da Silva - 1973 a 1977
- Joaquim Cunha Freire - 1977 a 1982
- José Ramos Freire 1º mandato - 1982 a 1988
- Antonio Rocha Freire - 1989 a 14 de novembro de 1989
- Manoel Batista da Cunha - 1989 a 1992
- José Ramos Freire 2º mandato - 1993 a 1996
- Joaquim de Carvalho 1º mandato - 1997 a 2000
- Joaquim de Carvalho 2º mandato - 2001 a 21 de julho de 2004
- Gerardo Alves do Carmo - 21 de julho de 2004 a 31 de dezembro de 2004
- Raimundo Gomes 1º mandato - 2005 - 2008
- Raimundo Gomes 2º mandato - 2009 a agosto de 2010
- Antonio Ximenes de Carvalho
- Francisco Eliésio Fonteles (eleição suplementar de 5 de junho de 2011) 1º Mandato - 17 de junho de 2011 a 31 de dezembro 2012
- Francisco Eliésio Fonteles 2º Mandato - 2013
- Joaquim Freire Carvalho (2017-2010)
Três Poderes
editar(Vemos na foto acima a Câmara Municipal de Alcântaras – Poder Legislativo)
(Prefeitura Municipal de Alcântaras)
(Fórum José Gerardo Frota Parente – Poder Judiciário)
Subdivisão
editarO município tem seis (6) distritos. Sede do município (cidade), Distrito de Ventura (noroeste), Distrito de Carmolândia (leste), Distrito de Santa Bárbara (nordeste), Distrito de Rosápolis (Sudeste) e Distrito de Silva (Sudoeste).
Infraestrutura
editarAlcântaras é um município que apresenta um forte desenvolvimento social e econômico nas ultimas décadas, com a expansão do comércio, aumento do consumo, circulação de pessoas e investimentos na infraestrutura do município. A sede do município vem passando por profundas mudanças, principalmente pela intensa dinâmica ocasionada pela atividade comercial. Em seus estudos sobre a economia do município, DIOGO[14] (2019) identificou que a sede do município está passando por um fenômeno que o pesquisador chamou de descentralização do comercio, onde o centro comercial passa a perder relevância para outros pontos da cidade. Os investimentos comerciais estão se deslocando para a rua Monsenhor José Furtado, rua onde está localizado a Lotérica, local onde os beneficiários dos programas sociais sacam o beneficio. Por ser um valor relativamente pequeno os beneficiários não procuram outros municípios para fazer compras, gastando seu benefício na sede, consumindo os produtos do comercio local; sendo injetado anualmente via programas sociais cerca de três milhões de reais na economia local, dinamizando o comercio, gerando emprego e renda.
Religião
editarSegundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no município várias denominações cristãs. A maioria da população é católica.
Catolicismo: 70% – Protestantismo: 20% – Testemunhas de Jeová: 05% – Sem religião: 05%
Por causa da colonização de Portugal, o Brasil é um país de maioria cristã e católica.
Biblioteca municipal
editarUma biblioteca municipal também é um dos lugares do turismo de uma cidade e o município de Alcântaras tem a Biblioteca Municipal Francisco Cunha Freire e conforme a lista do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas fica situada na Rua Pedro Caetano, s/n, Centro, CEP: 62120-000.[15]
Referências
- ↑ IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010
- ↑ «Censo Populacional 2010». Censo Populacional 2010. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ http://pt.db-city.com/Brasil--Cear%C3%A1--Meruoca
- ↑ «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
- ↑ a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos. A Onipresença da cultura alcantarense, 2015.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos. Alcântaras, seu povo e sua história, 2015.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos. Alcântaras: III Séculos de História, 2016.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos. Alcântaras: III Séculos de História, 2016.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos( Dissertação de Mestrado). O Programa Bolsa Famila (PBF) em duas cidades pequenas: Alcântaras e Frecheirinha/ Ce, 2020.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos (artigo). A trajetória dos universitários beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) na cidade de Alcântaras-Ceará.
- ↑ IBIAPINA FILHO, Francisco Ximenes. Os Ximenes de Aragão e Suas Origens. Brasília, edição do autor, 2003.
- ↑ IBIAPINA FILHO, Francisco Ximenes. Livro de ouro dos Ximenes de Aragão. Brasília: Ed. autor, 2015.
- ↑ DIOGO, Bertoni Vasconcelos (artigo). O Programa Bolsa Família em cidades pequenas do Nordeste do Brasil: o caso de Alcântaras e Frecheirinha/ Ce, 2019.
- ↑ Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas - Relação de Bibliotecas Públicas no Estado do Ceará Arquivado em 23 de outubro de 2017, no Wayback Machine. - novembro de 2013. SNBP. Acesso feito em 2 de julho de 2017.