Alessandra Ramos

defensora brasileira dos direitos humanos

Alessandra Ramos Makkeda (Brasília, 8 de outubro de 198115 de maio de 2022) foi uma mulher negra trans, defensora brasileira dos direitos humanos e uma proeminente ativista em questões LGBTI.[1][2][3][4][5]

Alessandra Ramos
Nome completo Alessandra Ramos Makkeda
Nascimento 8 de outubro de 1981
Brasília, DF
Morte 15 de maio de 2022 (40 anos)
Residência Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileira
Ocupação

Biografia

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Alessandra nasceu em 1981,[6] em Brasília, e morava no Rio de Janeiro. Era uma mulher trans, socialista[7] e ativista LGBTI. Ela iniciou a transição quando tinha 21 anos de idade.[8] Formou-se em Estudos Culturais pelo Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ). Era tradutora e intérprete certificada em diversos idiomas, inclusive inglês, francês e língua brasileira de sinais (LIBRAS).[7][9] Ao longo da carreira, foi assessora parlamentar do deputado federal Jean Wyllys e da deputada estadual Dani Monteiro.[7][10] Era Analista de Programas do Fundo ELAS,[10] e pesquisadora colaboradora do Departamento de Direitos Humanos e Saúde (Dihs/ENSP).[11] Fez parte do Comitê Assessor da Pesquisa TransUERJ.[12]

Ativismo

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Desde meados dos anos 2000, integrava o Grupo Arco-Íris e na organização da Parada do Orgulho LGBTI+.[10] Alessandra também era integrante do Transrevolução, grupo carioca que combate a discriminação e promove discussões sobre questões lésbicas, gays e transgêneros.[9] Ajudou na criação do Instituto Transformar Shelida Ayana, do qual era diretora.[7][10] Como uma das coordenadoras do Fórum Nacional de Pessoas Trans Afro-Brasileiras, ela ajudou a organizar o primeiro Fórum Nacional de Trans Negras em Porto Alegre, em 2015.[9][13] Era parceira do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas e coordenadora da área de educação comunitária voltada para a população trans do projeto ImPrEP Brasil.[14][15][16]

Também foi coordenadora de Políticas Trans da Aliança Nacional LGBTI, co-coordenadora do Curso Transformação e membro da Coalizão Negra Brasileira pelos Direitos. Dentre as instituições internacionais, era integrante da Rede Afro-LGBTI Latino-Americana e Caribenha, da International AIDS Association e do All Out Advisory Board.[15][17]

Alessandra tornou-se uma referência em seus mais de 20 anos como ativista em prol dos direitos humanos nas mais variadas frentes. [...] contribuía ativamente com diversas iniciativas dos movimentos LGBTQIA+, da luta pela igualdade racial e da inclusão da comunidade surda. Seu intenso trabalho como ativista dos direitos humanos ganhou respeito e projeção, dentro e fora do país, com a participação em comitês nacionais e internacionais. --- Valdiléa Veloso, Diretora do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz)[14]

Falecimento

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Alessandra faleceu em 15 de maio de 2022, após um mal súbito, quando estava ao lado de sua mãe e de seu padrasto. Foi sepultada no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, localizado na Zona Norte do Rio de Janeiro.[7][10]

Travesti e militante, Makeda deixa um importante legado na luta pelo desencarceramento, pelos direitos trans, contra o racismo e a LGBTfobia.[11]

Homenagens e honrarias

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Seu falecimento foi amplamente noticiado,[7][10][14][15][11][18][19][20][21][22][23][24][25][26][27][28] familiares, amigos e vários parlamentares prestaram homenagem nas redes sociais, tais como Dani Monteiro, Tainá de Paula, Renata Souza e Tarcisio Motta.[19]

Participação em eventos

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  • 2016 - Da Alegria, do Mar e de Outras Consciências[29]
  • 2016 - Debate Ser Transgênero – Uma Ontologia[30]
  • 2016 - RODA DE SABERES 1: INTELECTUAIS NEGRAS E RACIALIZAÇÃO DO CUIDADO[31]
  • 2016 - Lançamento do livro "O Nascimento de Joicy - Transexualidade, Jornalismo e os Limites Entre Repórter e Personagem"[32]
  • 2017 - Debate sobre a vivência e as dificuldades das travestis e transexuais no Brasil, do Projeto Diversidade Sexual, Saúde e Direito entre Jovens[33]
  • 2017 - 14º SEMINÁRIO LGBT - TRANSIÇÃO CIDADÃ: NOSSAS VIDAS IMPORTAM, da Comissão de Direitos Humanos e Minorias[34][35]
  • 2017 - Terceira roda de conversa LGBT “Todos Existimos: Cidadania Não Tem Gênero”, da Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) de Mesquita[36]
  • 2019 - Diálogos Digitais Dia da Visibilidade Trans, do Conselho Federal de Psicologia[37]
  • 2019 - FALAR DA MORTE PARA GERAR VIDA, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais[38]

Referências

  1. «GLOBAL WIKIPEDIA EDIT-A-THON SHINES SPOTLIGHT ON THE UNSUNG WOMEN DEFENDING HUMAN RIGHTS AROUND THE WORLD SHARE». Amnesty USA. 18 de maio de 2018. Consultado em 20 de maio de 2018 
  2. «No equality without economic opportunity – overcoming barriers to minority youth participation in economic life». Minority Rights. 29 de novembro de 2017. Consultado em 20 de maio de 2018 
  3. «AQ Afro-Descendant Innovators: Alessandra Ramos, Brazil». Tom Correia. Americas Quarterly. Consultado em 24 de maio de 2018 
  4. «Transexual que fala cinco línguas lembra busca por emprego: 'Mais de 60 lugares». Portuguese. .globo.com. 29 de janeiro de 2015. Consultado em 24 de maio de 2018 
  5. «Editing to Raise the Profile of Women». Us News. 18 de maio de 2018. Consultado em 24 de maio de 2018 
  6. «Resistência Arco-Íris - Alessandra Ramos Makkeda, Presente!». resistenciaarcoiris.ensp.fiocruz.br. Consultado em 15 de junho de 2022 
  7. a b c d e f «Nota de pesar: Falecimento de Alessandra Ramos Makkeda, mulher trans, negra e militante do PSOL». PSOL 50. 16 de maio de 2022. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  8. Raposo, Eduarda (8 de março de 2019). «5 importantes ativistas brasileiras para conhecer nesse Dia da Mulher». Youth for Human Rights Brasil (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  9. a b c «The Wire». www.amnesty.org (em inglês). Consultado em 7 de junho de 2018 
  10. a b c d e f «Morre vítima de mal súbito ativista trans negra, Alessandra Makkeda - Revista Afirmativa». 17 de maio de 2022. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  11. a b c «Morre vítima de mal súbito ativista trans negra, Alessandra Makkeda - Revista Afirmativa». 17 de maio de 2022. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  12. «Estudo da UERJ mapeia realidade da população trans no Rio de Janeiro». 15 de abril de 2020. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  13. «Five amazing LGBTI activists to look out for». www.amnesty.org.uk. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  14. a b c «INI - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas -». www.ini.fiocruz.br. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  15. a b c «Alessandra Ramos | AME». academicmedicaleducation.com (em inglês). Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  16. Same-day initiation of oral pre-exposure prophylaxis among gay, bisexual, and other cisgender men who have sex with men and transgender women in Brazil, Mexico, and Peru (ImPrEP): a prospective, single-arm, open-label, multicentre implementation study. Lancet HIV. 2023 Feb; 10(2): e84–e96. Published online 2022 Dec 21. doi: 10.1016/S2352-3018(22)00331-9
  17. «NOTA SOBRE AS MEDIDAS ADOTADAS NO CASO DE TRANSFOBIA DA MÚSICA DE UMA DUPLA SERTANEJA GOIANA - Aliança Nacional LGBTI». aliancalgbti.org.br. 22 de dezembro de 2020. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  18. Dia, O. (16 de maio de 2022). «Ativista pelos direitos LGBTI+ será sepultada na manhã desta terça | Rio de Janeiro». O Dia. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  19. a b c Oliveira, Samara (16 de maio de 2022). «A vida não foi um sopro para Alê Makkeda». Maré de Notícias Online | Portal de notícias da Maré. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  20. Rocha, Igor (16 de maio de 2022). «A ativista Alessandra Makkeda será sepultada nesta terça». Noticia Preta - NP. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  21. a b c ALERJ. PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 1504/2022. 10 de novembro de 2022.
  22. «Alessandra Ramos Makkeda, presente! A ativista será sepultada hoje no RJ». www.esquerdadiario.com.br. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  23. Transformar, Elas+ Doar para (17 de maio de 2022). «Uma triste ausência! Mas seu legado estará sempre com o ELAS+». Elas+ Doar para Transformar. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  24. Hora, Jornal Meia (22 de maio de 2022). «Alê». MH - Alô Comunidade. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  25. Samara Oliveira. A vida não foi um sopro para Alê Makkeda. Geledés. 17/05/2022
  26. Carioca, Comunicação PSOL (16 de maio de 2022). «Alessandra Makkeda: a defesa dos direitos dos oprimidos deve ser radical». PSOL Carioca. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  27. «Morreu tão jovem». O Globo. 18 de maio de 2022. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  28. a b aracaju.se.leg.br. ATA DA 38ê SESSÃO ORDINÁRIA. 17 DE MAIO DE 2022.
  29. iBahia (27 de janeiro de 2016). «Questões trans são discutidas em peças no Gregório de Mattos». iBahia. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  30. «Espetáculo teatral Uma Flor de Dama, com o ator cearense Silvero Pereira, estreia em Salvador». Jornal do Radialista. 22 de janeiro de 2016. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  31. África, Por Dentro da (15 de junho de 2016). «Rio de Janeiro: Universidade recebe seminário "Intelectuais Negras Escritas de Si"». Por dentro da África. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  32. TARDE, A. (21 de janeiro de 2016). «Livro que conta a história de trans é lançado em Salvador». A TARDE. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  33. abiaadmin (5 de agosto de 2017). «Cine ABIA conta história de Janaína Dutra, travesti e ativista». ABIA. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  34. «Arquivo Sonoro - Portal da Câmara dos Deputados». imagem.camara.gov.br. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  35. COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E MINORIAS EVENTO: Seminário. 13-06-2017
  36. PrefeituradeMesquita (31 de outubro de 2017). «Mesquita discute a saúde da população LGBT no sistema prisional». Prefeitura Municipal de Mesquita. Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  37. «Despatologização das identidades Trans e Travestis». Consultado em 22 de dezembro de 2023 
  38. «Associação Nacional de Travestis e Transexuais». Associação Nacional de Travestis e Transexuais. 26 de janeiro de 2020. Consultado em 22 de dezembro de 2023