Abu Nácer Maomé ibne Maomé Alfarábi (em árabe: ابو نصر محمد بن محمد فارابی‎; romaniz.: Abū Naṣr Muḥammad ibn Muḥammad Fārābī;[1] Farabe, Turquestão, ca. 870Damasco, 950), mais conhecido somente como Alfarábi ou Farábi, foi um filósofo muçulmano turco ou persa da Idade de Ouro Islâmica. Do seu nome se gerou o termo português "alfarrábio" e termos deste derivados. Estudou em Bagdá e Harrã, viveu na Síria e no Egito, e estabeleceu-se depois na corte do soberano de Alepo, Ceife Adaulá.

Alfarábi
Alfarábi
Nascimento 870
Otrar
Morte 950 (79–80 anos)
Damasco
Cidadania Califado Abássida
Ocupação filósofo, físico, teórico musical, lógico, astrônomo, cientista social
Obras destacadas Ara Ahl al Madina al Fadila, message in the mind, Alfarabi's Philosophy of Plato and Aristotle, Kitab al-Musiqa al-Kabir
Religião Islamismo, xiismo

Alfarábi, que inaugurou a grande linha de filósofos muçulmanos da Idade Média, se interessou tanto por química, ciências naturais, física quanto por ética, ciência política e filosofia da religião. Foi também um bom músico e seu Grande livro da música colocou-o entre os principais teóricos do assunto. A palavra portuguesa alfarrábio é uma simples alteração do seu nome.

Na filosofia dizia-se ao mesmo tempo influenciado por Platão e Aristóteles e considerava que as doutrinas dos dois mestres da Antiguidade, longe de serem opostas, se complementavam. Alfarábi formulou, com uma clareza até então desconhecida, a distinção entre a existência e a essência. Retomou a teoria aristotélica sobre a eternidade do mundo, o que lhe causou dificuldades com os círculos islâmicos ortodoxos. Mas o próprio Alfarábi não separava a religião da filosofia e se servia de termos do Alcorão para traduzir os conceitos de filosofia grega.

Grande parte de sua obra é dedicada à política e à economia. Em seu tratado Epístolas sobre as opiniões do povo ou Estado modelo, o filósofo apresentou uma utopia platônica na qual a sociedade é comparada com um grande corpo único que estenderia suas ramificações à totalidade dos homens.

Referências

  1. Dimitri Gutas, "Farabi" in Encyclopædia Iranica. [1]
 
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