Alma Cigana
Alma Cigana é uma telenovela brasileira exibida na TV Tupi de 2 de março a 8 de maio de 1964, escrita por Ivani Ribeiro a partir de um original de Manuel Muñoz Rico, com direção de Geraldo Vietri.[1] Foi a primeira telenovela gravada em video-tape, e a primeira diária da TV Tupi.[1] Foi um grande sucesso e não teve qualquer problema com a censura ou com a igreja, apesar do tema.
Alma Cigana | |||||
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Informação geral | |||||
Formato | Telenovela | ||||
Criador | Ivani Ribeiro | ||||
Elenco |
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País de origem | Brasil | ||||
Idioma original | (em português) | ||||
Episódios | 50 | ||||
Produção | |||||
Diretor | Geraldo Vietri | ||||
Exibição | |||||
Emissora original | Rede Tupi | ||||
Formato de exibição | 480i (Padrão M) | ||||
Transmissão original | 2 de março de 1964 – 8 de maio de 1964 | ||||
Cronologia | |||||
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Foi a estreia da atriz Ana Rosa[1] e primeiro papel de Amilton Fernandes como galã. Ela viria a interpretar novamente os mesmos papéis, alguns anos depois, no remake intitulado A Selvagem e ele se tornou um dos grandes galã das telenovelas, ao interpretar o Albertinho Limonta em O Direito de Nascer.
Produção
editarCom a chegada do equipamento de videotape ao Brasil ocorreu uma revolução na produção de programas na televisão do país. A TV Excelsior lançou em julho de 1963 a primeira telenovela diária da televisão brasileira, 2-5499 Ocupado. Até aquele momento, as telenovelas eram exibidas de duas a três vezes por semana por conta do seu alto custo e complexidade de produção para a pequena infraestrutura das emissoras nacionais. Enquanto a Excelsior se arriscava, na Tupi o setor de dramaturgia não acreditava na telenovela diária.[2]
“ | ...Na Tupi a gente dava risada. Quem vai aguentar fazer isso todo dia? Vão se estourar logo, nós dizíamos. | ” |
— Luiz Gallon, diretor da TV Tupi, em entrevista sem data.[2] |
No entanto o público aprovou a novidade e a Excelsior lançou mais quatro telenovelas diárias. Isso forçou a Tupi a rever sua posição contrária em relação às telenovelas diárias. Para financiar uma nova linha de telenovelas diárias, a Tupi conseguiu patrocínio da Colgate-Palmolive[3] e adquiriu três textos do autor argentino Manuel Muñoz Rico: Alma Cigana, A Gata e Se o Mar Contasse. A produção dessas telenovelas foi entregue para o diretor Geraldo Vietri.[2]
Entre as gravações de Alma Cigana, o ator Amilton Fernandes sofreu um acidente automobilístico. Internado, levou doze pontos na cabeça e saiu enfaixado do hospital. Para justificar a presença do personagem de Fernandes enfaixado na telenovela, o diretor Vietri escreveu uma cena contendo um acidente com o personagem.[4]
A cena final da novela foi o encontro entre as personagens Estela e Esmeralda, vividas pela atriz Ana Rosa. Sem muitos recursos e efeitos, os produtores da Tupi não acreditavam na realização dessa cena. O diretor Vietri, no entanto, a realizou em duas horas e conseguiu encenar o efeito esperado.[2]
Trama
editarDurante o dia ela é a Irmã Estela, uma freira convicta, mas à noite vira a cigana Esmeralda e aparece dançando em um acampamento.[1] O capitão Fernando está entre as duas personagens tentando desvendar o mistério.[1] Gêmeas, sósias ou uma mulher com dupla personalidade ? No final, descobre-se que eram gêmeas, que foram separadas na infância.[1]
Elenco
editar- Ana Rosa como Estela/Esmeralda
- Amilton Fernandes como capitão Fernando
- Marisa Sanches como Carlota
- Elísio de Albuquerque como dom Rafael
- Rolando Boldrin como Afonso
- Marcos Plonka como doutor Vilares
- Maria Célia Camargo como madre Angélica
- Rildo Gonçalves como Diego
- Néa Simões como irmã Tereza
- Gilberto Martinho como Barrabás
- Clenira Michel como Nira
- Percy Aires como Cândido
- Aída Mar como madre Sora
- Luiz Orioni como Atael
- David José como Mike
Referências
- ↑ a b c d e f Xavier, Nilson. «Alma Cigana». Teledramaturgia. Consultado em 26 de março de 2020
- ↑ a b c d LEDESMA, Vilmar (2010). Geraldo Vietri: Disciplina é Liberdade – Coleção Aplauso. [S.l.]: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. p. 55-57. 318 páginas. ISBN 9788570609595
- ↑ Nilton Nascimento (24 de fevereiro de 1964). «Festival de Novelas Colgate». Diário da Noite (SP), ano XXXVIII, edição 11998, Segundo Caderno, página 9. Consultado em 4 de fevereiro de 2024
- ↑ Celito de Grandi (1 de agosto de 1965). «Doutor Albertinho». Diário de Notícias (RJ), ano XLI, edição 124, Segundo Caderno, página 1. Consultado em 4 de fevereiro de 2024