Alualide ibne Rifá Alfami
Alualide ibne Rifá Alfami (em árabe: الوليد بن رفاعة الفهمي; romaniz.: al-Ualid ibn Rifa'ah al-Fahmi; m. julho de 735) foi governador do Egito pelo Califado Omíada de 727 a 735.
Vida
editarMembro do clã caicita dos Banu Fame, Ualide inicialmente aparece como chefe da segurança (saíbe da xurta) de seu irmão Abedal Maleque ibne Rifá Alfami durante o governo deste último no Egito de 715 a 717.[1][2] Em 727, Abedal Maleque foi novamente nomeado governador, mas morreu pouco tempo depois, após o que Ualide o sucedeu e foi confirmado em sua posição pelo califa Hixame ibne Abedal Maleque (r. 724–743).[3][4]
Durante o governo de Ualide, o Egito viu o primeiro assentamento em grande escala de árabes caicitas na província como parte de um projeto supervisionado pelo administrador financeiro Obeide Alá ibne Alhababe e pelo governo central.[5][6] Neste mesmo período, o governo iniciou um censo em toda a província a fim de melhorar a administração tributária, com pesquisas durando seis meses no Alto e três meses no Baixo Egito e resultando na imposição de impostos sobre todos os homens residentes em aldeias de mais de 500 pessoas.[7] Uma reforma separada, a introdução de uma nova medida de grãos, também foi ordenada ao Egito pelo califa, mas a resistência local à proposta logo resultou no abandono de sua implementação.[8][9]
Em 735, Ualide permitiu que os coptas construíssem (ou reconstruíssem) a Igreja de São Menas no Hanra; esta decisão foi, entretanto, extremamente impopular entre a população muçulmana e resultou numa tentativa malsucedida contra sua vida. O suposto assassino foi preso e executado, mas sua morte, por sua vez, gerou um período de graves distúrbios em Fostate e causou violentos combates na ilha Roda.[10][4][11] Ualide morreu em 735 de doença e foi sucedido por Abderramão ibne Calide Alfami.[12][4]
Referências
- ↑ Alquindi 1912, p. 66.
- ↑ ibne Tagribirdi 1929, p. 231.
- ↑ Alquindi 1912, p. 75–76.
- ↑ a b c ibne Tagribirdi 1929, p. 265.
- ↑ Alquindi 1912, p. 76–77.
- ↑ Kennedy 1998, p. 74–75.
- ↑ Morimoto 1981, p. 138.
- ↑ Alquindi 1912, p. 78–79.
- ↑ Blankinship 1994, p. 192.
- ↑ Alquindi 1912, p. 77–78.
- ↑ Evetts 1895, p. 103, 328.
- ↑ Alquindi 1912, p. 79.
Bibliografia
editar- Alquindi, Maomé ibne Iúçufe (1912). Guest, Rhuvon, ed. The Governors and Judges of Egypt. Leida e Londres: E. J. Brill
- Blankinship, Khalid Yahya (1994). The end of the jihâd state: the reign of Hisham ibn ‘Abd al-Malik and the collapse of the Umayyads. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 0-7914-1827-8
- Evetts, B. T. A. (1895). The Churches and Monasteries of Egypt and Some Neighboring Countries, Attributed to Abu Salih, the Armenian. Oxônia: Clarendon
- ibne Tagribirdi, Jamaladim Abu Almacim Iúçufe (1929). Nujum al-zahira fi muluk Misr wa'l-Qahira, Volume I. Cairo: Dar al-Kutub al-Misriyya
- Kennedy, Hugh (1998). «Egypt as a province in the Islamic caliphate, 641–868». In: Petry, Carl F. Cambridge History of Egypt, Volume One: Islamic Egypt, 640–1517. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-47137-0
- Morimoto, Kosei (1981). The Fiscal Administration of Egypt in the Early Islamic Period. Quioto: Dohosha. ISBN 9784810402124