Alvenaria
Alvenaria é um tipo de construção humana composta por elementos unidos entre si por algum tipo argamassa. Esses elementos podem ser blocos de cerâmica, de vidro, de concreto, pedras, tijolos etc. O termo alvenaria vem de "alvener", "pedreiro", a partir do árabe al-bannã.[1]
Fala-se alvenaria insossa à construção com pedras justapostas sem argamassa, e alvenaria gorda é a alvenaria cuja argamassa é feita com abundância de cal, em contraposição à alvenaria magra, cuja argamassa é feita com pouca cal ou com pouco cimento.
A alvenaria pode servir tanto como vedação ou como estrutura de uma edificação. Neste segundo caso, assume o nome de alvenaria estrutural.
Pode ser construída com blocos de cerâmica, que são conhecidos pelo seu isolamento térmico.
Aplicações
editarA alvenaria é, comumente, usada em paredes de edifícios, muros de arrimo e monumentos. Os blocos mais comuns são os cerâmicos e os de concreto (betão(PE)). Os blocos cerâmicos (também conhecidos como tijolos) podem ser maciços ou vazados. Os blocos de concreto (betão(PE)) são, sempre, vazados.
Tipos de Alvenaria no Período Colonial
editarAlvenaria de tijolo cozido
editarMaterial muito versátil em forma de paralelepípedo de aproximadamente 20x20x40cm. Era feito de barro de consistência cuidadosamente escolhida, ou corrigida se o barro disponível fosse inadequado. Ele era compactado manualmente e depois secado e cozido em forno para aumentar a resistência e durabilidade dele. Depois, o assentamento era feito geralmente com argamassa de barro argiloso, areia e estrume ou sangue para dar liga. Em construções mais caras, adicionava-se cal para reforçar a argamassa.
O uso do tijolo cozido se observa em alicerces, pisos, paredes, pilares, falsas pilastras, abóbadas, arcadas e forros.[2] Alguns deles tinham rasgos pré-estabelecidos para reforçar a união com os esteios de madeira por meio de varas.
Apesar da versatilidade, e de existir evidências do uso desde o século XVII, o tijolo cozido só teria começado a ser usado em forma extensiva em São Paulo a partir de 1865, quando começou a funcionar a primeira olaria mecanizada do Brasil.[3]
Tijolo cozido na arquitetura brasileira
editarO tijolo já era comumente utilizado nas construções civis no nordeste do Brasil desde o século XVII, muito antes que se instalasse a primeira olaria mecanizada do país, contudo, devido à precariedade das condições de trabalho, a maior parte da produção era dedicada à olarias para telhas. As alvenarias em tijolo, no entanto, somente se popularizam na segunda metade do século XIX, sobretudo em 1865 quando se instala em Campinas a primeira olaria mecanizada do país além da imigração italiana que trouxe ao Brasil mão de obra especializada de pedreiros e oleiros que deram início à construção em alvenaria de tijolos em São Paulo, e a partir de então, a produção de tijolos cerâmicos começa a ser significativamente numerosa, o suficiente para tornar o material barato para substituir a taipa. A partir dos anos 60, a alvenaria estrutural assim como o tijolo começa também a ser utilizada em larga escala em Minas Gerais, Goiás e em outros estados. Contudo, aos poucos, a alvenaria em tijolo começa a perder importância para taipa de pilão, pedra e cal e adobe.
Ver também
editarReferências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 96,95.
- ↑ VASCONCELLOS, Sylvio (1979). Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais
- ↑ RIBEIRO, Nelson Pôrto (2003). Conservação e restauro: arquitetura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Rio