Amalia Avia
Amalia Avia (Santa Cruz de la Zarza, Toledo, 1930 - 2011), pintora figurativa espanhola. Estudou na Escuela Peña e na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando, em Madri, onde entrou em contato com artistas como Antonio López García e Lucio Muñoz, com o que se casou, e Enrique Gran, com quem formou a Escuela Madrileña.
Amalia Avia | |
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Nascimento | 23 de abril de 1930 Santa Cruz de la Zarza |
Morte | 30 de março de 2011 Madrid |
Cidadania | Espanha |
Cônjuge | Lucio Muñoz |
Ocupação | pintora |
Movimento estético | figurativismo |
Em 1959 realizou sua primeira exposição na Galería Fernández de Madrid. Desde o começo da sua carreira foram tempos difíceis para o realismo devido o triunfo dos informalistas. Os temas que mais lhe chamaram a atenção foram os cotidianos e sempre da figuração. Amalia ainda faz parte de uma corrente específica chamada realismo madrilenho, composta por um grupo de colegas que exerciam o mesmo estilo em 1950, colegas estes que conheceu na Academia de Belas Artes de San Fernando. Deste grupo de realistas de Madrid, conheceu Antonio López García e então se casaram e, infelizmente, mesmo com sua trajetória brilhante, Amalia foi por vezes renegada à "mulher do artista", tendo seu talento escondido[1].[2]
Estilo e trajetória
editarAmalia não era adepta da representação da figura humana. Sua atenção se voltada aos espaços frequentados pelas pessoas, pelas ruas, edifícios, bares, cores e tons das avenidas e do universo que compõe um passeio. Embora tivesse apreço pelo natural e por visitar os locais e se familiarizar com o que pintaria, dava preferência às fotografias. [2]
O movimento necessário para pintar estava em observar as circunstâncias e absorvê-las, para então dar verdade ao resultado. Esta sensibilidade que Amalia colocava em suas impressões são fruto da sua infância, que foi marcada pela difícil experiência do pós-guerra. Para ela, a pintura foi uma fuga da sua personalidade. [2]
Em suas obras, quebra com o estigma de que as mulheres eram o centro dos lares e retrata o ambiente doméstico com uma tensão e desconforto. A limpeza da casa, para ela, era um fardo, algo cansativo que na época quase não se questionava e, por isso, os ambientes domésticos eram representados com essa inquietude.[1]. No geral, as pintoras do Realismo Madrilenho são responsáveis por questionar os estigmas do gênero feminino e provocarem a reflexão da necessidade de pintoras, uma vez que davam outro olhar sobre as vivências. Este toque era bem específico, porque se tratava de uma sociedade de pós-guerra e machista, então Amalia fez suas provocações através de ambientes domésticos[1].
Nos quadros sobre a vida urbana, se pode até imaginar os sons, barulhos e aromas, mesmo sem presenças de pessoas. Amalia é uma pintora que retrata a ausência. Não se trata de um realismo que copia as fotos, a artista coloca seus sentimentos pra que elas sejam reais mas não superficiais, ela pinta o que não pode fotografar. [1]
Sobre os demais aspectos da arte na sua trajetória, também é marcada por ter sido uma grande escritora, mesclando seu lado de pintora, porque dava às obras os detalhes do cotidiano. Em 2004, lançou o livro "De puertas adentro"[1]. [2]