Nota: Para outros significados, veja Amazaspes.

Amazaspo III (em latim: Amazaspus; em grego: Αμαζασπος; romaniz.: Amazaspos; em georgiano: ამაზასპ; romaniz.: Amazasp) foi rei (mepe) do Reino da Ibéria de 260 a 265. Provavelmente pertenceu à dinastia artaxíada.

Amazaspo III
Mepe do Reino da Ibéria
Reinado 260-265
Antecessor(a) Mitrídates II
Sucessor(a) Aspacures I
 
Morte 265
Dinastia artaxíada
Religião Paganismo ibérico

Amazaspes (Αμαζάσπες, Amazáspes) ou Amazaspo (Amazaspus; Αμαζάσπος, Amazáspos) são as formas latina e grega do persa médio Hamazaspe (*Hamazāsp) que, em última análise, deriva do persa antigo Hamazaspa (Hamāzāspa). Embora a etimologia precisa de *Hamazāsp/Hamāzāspa permaneça sem solução, pode ser explicada através do avéstico *hamāza-, "colisão/confronto" + aspa-, "cavalo", ou seja, "aquele que possuía corcéis de guerra". Foi registrado em armênio (Համազասպ, Hamazasp) e georgiano (em georgiano: ამაზასპ, Amazasp’) como Hamazaspe.[1][2][3]

 
Dracma de Sapor I cunhado ca. 240-244

Amazaspo não é conhecido nas fontes georgianas; segundo seu nome, seria um pretendente, membro real ou suposto, da dinastia artaxíada. Parece, segundo Cyril Toumanoff, que foi colocado no trono pelos sassânidas em oposição ao arsácida Mitrídates II quando tomaram a Armênia no tempo do Sapor I (r. 240–270).[4] De fato, na inscrição Feitos do Divino Sapor de Sapor I é citado como "Amazaspo, rei da Ibéria" depois de outros reis vassalos: Artaxer de Adiabena, Artaxer da Carmânia e Denaces de Mesena.[5] Sua posição na lista de dignitários dos Feitos indica que teve enorme prestígio na corte persa.[6]

Historiadores modernos como Giorgi Tsereteli, Tamila Mgaloblishvili e Stephen H. Rapp identificam Amazaspo com Habeza, o rei de Uaruchã (Waručān) citado em alguns dos primeiros textos maniqueístas descobertos pelas expedições alemãs em Sinquião na China Ocidental e o oásis de Turfã entre 1902 e 1914. Outro documento da coleção se refere a um rei não nomeado de Uaruzã (Waruzān), que parece ter sido impressionado pelos ensinamentos maniqueístas.[7]

Referências

  1. Fausto, o Bizantino 1989, p. 378.
  2. Rapp 2009, p. 660.
  3. Rapp 2014, p. 164, 224.
  4. Toumanoff 1969, p. 13, 18-19.
  5. Gagé 1964, p. 290.
  6. Rapp 2003, p. 293.
  7. Mgaloblishvili 2011, p. 269–274.

Bibliografia

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  • Fausto, o Bizantino (1989). Garsoïan, Nina, ed. The Epic Histories Attributed to Pʻawstos Buzand: (Buzandaran Patmutʻiwnkʻ). Cambrígia, Massachusetts: Departamento de Línguas e Civilizações Próximo Orientais, Universidade de Harvard 
  • Gagé, Jean (1964). «La montée des Sassanides». Le Mémorial des Siècles, iiie siècle. Paris: Albin Michel 
  • Mgaloblishvili, T‘amila; Rapp Jr., Stephen H. (2011). «Manichaeism in Late Antique Georgia?». Search of Truth: Manichaica, Augustiniana & Varia Gnostica. Leida-Boston: Brill. ISBN 9004189971 
  • Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Bristol: Peeters Bvba. ISBN 90-429-1318-5 
  • Rapp, Stephen H. (2009). «The Iranian Heritage of Georgia: Breathing New Life into the Pre-Bagratid Historiographical Tradition». Iranica Antiqua. 44. doi:10.2143/IA.44.0.2034389 
  • Rapp, Stephen H. Jr (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Londres e Nova Iorque: Routledge. ISBN 978-1-4724-2552-2 
  • Toumanoff, Cyril (1969). «Chronology of the Early Kings of Iberia». Traditio 25. 25