Antónia Ferreira

empresária portuguesa do século XIX, em particular na produção e comércio do Vinho do Porto

D. Antónia Adelaide Ferreira, (Godim, Peso da Régua, 4 de Julho de 1811Godim, Peso da Régua, 26 de Março de 1896), mais conhecida por Ferreirinha, foi uma empresária portuguesa do século XIX.

Antónia Adelaide Ferreira

Outros nomes A Ferreirinha
Nascimento 4 de julho de 1811
Peso da Régua, Reino de Portugal Portugal
Morte 26 de março de 1896 (84 anos)
Peso da Régua, Reino de Portugal Portugal
Progenitores Mãe: Margarida Rosa Gil
Pai: José Bernardo Ferreira

Ficou conhecida por se dedicar ao cultivo do Vinho do Porto e pelas notáveis inovações que introduziu. A sua família era muito abastada, possuía muito dinheiro e vinhas. O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e esbanjou grande parte da fortuna.

D. Antónia teve dois filhos: uma menina, Maria de Assunção, mais tarde Condessa de Azambuja, e um rapaz, António Bernardo Ferreira, que seria deputado pelo Partido Progressista e presidente da Associação Industrial do Porto. Ficou viúva muito nova (33 anos). A viuvez despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária.

Sabe-se que a Ferreirinha, como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas. Apoiada pelo administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Antónia Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos espanhóis. Debateu-se contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para obter informação sobre os meios mais modernos e eficazes de combate a esta peste, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho. A Ferreirinha investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas à radiação solar, sem abandonar também as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.

D. Antónia Ferreira, mais jovem.

A Quinta do Vesúvio, uma das suas muitas propriedades, era por ela percorrida e vigiada de perto. No ano de 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho. Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.

Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas. Do Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade. Em 2004 a RTP[1] exibiu uma série, da autoria de Francisco Moita Flores, onde se retratava a sua vida.

Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 29 de dezembro de 2006. Arquivado do original em 1 de setembro de 2011 
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