António Loja Neves
António Loja Neves (Monte, Funchal, 5 de março de 1953 – Lisboa, 27 de maio de 2018) foi um jornalista, escritor e realizador de cinema português.[1][2][3]
António Loja Neves | |
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Nascimento | 5 de março de 1953 Funchal, Madeira |
Morte | 27 de maio de 2018 (65 anos) Lisboa |
Nacionalidade | portuguesa |
Ocupação | jornalista realizador poeta ativista |
Prémios | Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores |
Biografia
editarNasceu e cresceu na ilha da Madeira e mudou-se com a família para a ilha de São Vicente, em Cabo Verde, na adolescência, onde terminou o liceu. Frequentou Medicina na Universidade de Lisboa, mas acabou por desistir do curso e passar à clandestinidade para não ser mobilizado a combater na Guerra Colonial Portuguesa, juntando-se à oposição à ditadura portuguesa e ao colonialismo. Por essa altura, militou no PCTP/MRPP.
Viria a licenciar-se em Realização pela Escola Superior de Teatro e Cinema e chegou a participar como ator em filmes de Manoel de Oliveira e João Mário Grilo. Realizou os documentários Ínsula (1993) e O Silêncio (1999), este com José Alves Pereira.[4]
Foi diretor da revista Cinearma, passou pela Cinema Português e pelo semanário África e trabalhou para o Expresso durante mais de 30 anos. Esteve na fundação da Federação Portuguesa de Cineclubes, da Apordoc – Associação Pelo Documentário e do Panorama – Festival do Documentário Português, foi co-organizador dos Encontros Internacionais de Cinema de Cabo Verde e comissariou mostras de filmes lusófonos em diversos países, do Brasil a Moçambique.
Foi galardoado com o prémio Revelação de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores de 2001 pelo seu livro Barcos, íntimas marcas. Em 2018, lançou, com Margarida Neves Pereira, o livro Arménia: Povo e identidade, pela editora Tinta-da-China.[4]
Ajudou a fundar a associação antirracista SOS Racismo e foi seu dirigente, militou no Bloco de Esquerda, e foi também um dos fundadores do partido LIVRE.[2][5][6]
No dia 30 de maio de 2018, a Assembleia da República aprovou por unanimidade um voto de pesar, proposto pelo Bloco de Esquerda, pela morte de Loja Neves.[7][8][9]
Obra
editarBibliografia
editar- Barcos, Íntimas Marcas (Prémio Revelação 2001, Poesia, da Associação Portuguesa de Escritores).
- Madeira: volta pelo arquipélago = Madeira: trip around the archipelago / António Loja Neves; David Francisco (fotog.). Funchal: Muchia Publicações, D. L. 2004. ISBN 972-8622-03-01.
- "A pertinência das imagens dos nossos gestos" in Portugal: um retrato cinematográfico = Portugal: a cinematographic portrait / Nuno Figueiredo; Dinis Guarda (dir.). Lisboa: Número – Arte e Cultura, 2001, pp. 165–177. ISBN 9729770565.
- Arménia: povo e identidade. / António Loja Neves; Margarida Neves Pereira. Lisboa: Tinta-da-China, 2018. ISBN 978-989-671-430-7.
Antologia
editar- Lapinha de poesia: antologia de poetas madeirenses / Nelson Veríssimo (org.). Funchal: Imprensa Universitária, 2017.
Filmografia
editar- Ínsula (1993)
- O Silêncio (1999), com José Alves Pereira
Referências
- ↑ Goucha Soares, Manuela (28 de maio de 2018). «Até sempre, Loja». Expresso. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ a b «Morreu o jornalista e cineasta António Loja Neves». Público. 28 de maio de 2018. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ «Curriculum Vitae de António Loja Neves» (PDF). Instituto do Cinema e do Audiovisual. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ a b Veríssimo, Nelson. «António Loja Neves». Passos na Calçada. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ «António Loja Neves (1953-2018)». Esquerda.net. 28 de maio de 2018. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ «Sodade, António Loja Neves». LIVRE. 28 de maio de 2018. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ «Parlamento aprova votos de pesar pelas mortes de Durval Marques e António Loja Neves». Diário de Notícias. 30 de maio de 2018. Consultado em 16 de novembro de 2020
- ↑ Diário da Assembleia da República, I Série, n.º 091, de 1 de junho de 2018 (PDF). [S.l.: s.n.] pp. 1, 31
- ↑ Voto de pesar apresentado pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda à Assembleia da República, em 29 de maio de 2018.