António Montês
António Montês CvSE (Caldas da Rainha, 1896 - Lisboa, 12 de Setembro de 1967)[1] foi um jornalista e escritor português.
António Montês | |
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Nascimento | 1896 Caldas da Rainha |
Morte | 12 de setembro de 1967 (71 anos) Lisboa |
Nacionalidade | Portugal portuguesa |
Cônjuge | Adelaide Paramos Montês |
Ocupação | Jornalista, escritor e ferroviário |
Prémios | Ordem Militar de Sant’Iago da Espada Ordem de Afonso X, o Sábio |
Cargo | Director do Museu José Malhoa Administrador dos concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos |
Principais interesses | Arte, património e turismo |
Biografia
editarNascimento e formação
editarNasceu na localidade de Caldas da Rainha, em 1896.[2] Era irmão de João Montês e Paulino Montês.[3]
Frequentou os estudos secundários no Liceu Rodrigues Lobo, em Leiria,[3] entre 1909 e 1914, e os Preparatórios de Engenharia em Coimbra, entre 1914 - 1916.[2] Entre 1916 e 1917, ingressou na Escola de Guerra, no Curso de Infantaria.[2] Após a conclusão do curso, cumpriu o serviço militar em Lagos
Carreira profissional
editarDurante o período do Sidonismo, exerceu como administrador nos Concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos,[1][2] e foi tesoureiro, chefe de expediente e subgerente da filial das Caldas da Rainha do Banco Industrial Português até 1925.[1][2] Entre 1926 e 1963, data em que passou à reforma, foi chefe de secção no Serviço de Via e Obras, secretário-geral, e chefe do Serviço de Turismo e Publicidade da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses.[1][2] Notabilizou-se, enquanto chefe do Serviço de Turismo e Publicidade, por criar a iniciativa Comboios-Mistério e dinamizar os Expressos Populares, tendo popularizado o mote O Comboio Descobriu a Paisagem, que significou a expansão do turismo em Portugal graças ao transporte ferroviário.[4]
Importante dinamizador da cultura nas Caldas da Rainha, tendo sido responsável por vários projectos de promoção da localidade como estância termal; cumpriu funções como tesoureiro e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial, em 1924, e membro das Comissões de Iniciativa, entre 1927 e 1929, e de Turismo, em 1932.[2] Foi igualmente um dos promotores da elevação da vila de Caldas da Rainha a cidade, em 1927, e da instalação dos monumentos, em homenagem a Rafael Bordalo Pinheiro, em 1927, José Malhoa, entre 1928 e 1955, e Rainha D. Leonor, em 1935.[2] Também dinamizou a Comissão Regional para a Homenagem ao Grande Pintor José Malhoa, em 1928, e foi responsável pela gestão do programa das Comemorações Centenárias de 1940, na Província da Estremadura.[2] Exerceu igualmente como director da Sociedade Nacional de Belas Artes, e foi sócio da Academia Nacional de Belas Artes.[3] Foi por sua iniciativa que se fizeram obras na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, onde foi restaurada a traça primitiva.[3]
Foi um dos fundadores e o primeiro director do Museu Provincial José Malhoa, tendo sido diplomado com o Curso de Conservador de Museus em 1946.[2] Na Década de 1950, visitou vários museus de cerâmica na Europa Central, de forma a adquirir conhecimentos para a fundação de um museu deste tipo na localidade das Caldas da Rainha; no entanto, adoeceu gravemente na viagem de regresso, em 1958, tendo partido para a Suíça, junto com a sua esposa, para se restabelecer[5], tendo sido sujeito a uma operação cirúrgica no Canton Hospital de Zurique.[6] Cessou funções como director em 25 de Dezembro de 1966, ao atingir o limite de idade.[2]
Também foi crítico e conferencista na área da arte, tanto em Portugal como no estrangeiro,[3] jornalista, e estudioso de arte, património e turismo, tendo participado assiduamente em vários jornais e revistas, destacando-se os seus artigos na Gazeta dos Caminhos de Ferro e na revista Viagem.[4] Integrou a redacção do periódico Gazeta das Caldas, aquando da sua fundação, em 1925[2], e dirigiu e contribuiu no Boletim da CP durante oito anos.[1][4] No estrangeiro, foi correspondente da Real Academia de San Fernando, em Madrid, e da Academia de Belas Artes de Santa Isabel da Hungria, em Sevilha.[3]
Falecimento
editarFaleceu em 12 de Setembro de 1967, na sua residência na Rua Rodrigo da Fonseca, em Lisboa, aos 69 anos de idade.[3] O funeral realizou-se no dia seguinte, tendo o corpo passado pelo Museu José Malhoa e pela Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, e sido depositado no jazigo da família, no cemitério das Caldas da Rainha.[1] Estava casado com Júlia Adelaide Paramos Montês.[1]
Homenagens
editarAntónio Montês recebeu várias condecorações, tanto nacionais como estrangeiras.[3] Em 1952, recebeu a comenda da Ordem de Afonso X, O Sábio, do Ministro de Educação de Espanha.[7] Em 1956, foi condecorado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.[8]
Referências
- ↑ a b c d e f g «António Montês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 80 (1915). 1 de Outubro de 1967. p. 240. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ a b c d e f g h i j k l «António Montês». Museu José Malhoa. Novembro 2007. Consultado em 16 de Fevereiro de 2010[ligação inativa]
- ↑ a b c d e f g h «Necrologia». Diário de Lisboa. Ano 47 (16069). Lisboa: Renascença Gráfica. 12 de Setembro de 1967. p. 2. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ a b c «António Montez» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 76 (1823). 1 de Dezembro de 1963. p. 341. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ «António Montês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 71 (1696). 16 de Agosto de 1958. p. 371. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ «António Montês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1549). 1 de Julho de 1952. p. 153. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ «Os nossos colaboradores: António Montês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 65 (1547). 1 de Junho de 1952. p. 126. Consultado em 23 de Maio de 2019
- ↑ «António Montês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1642). 16 de Maio de 1956. p. 229. Consultado em 23 de Maio de 2019
Ligações externas
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