Antônio José Gonçalves Chaves
Antônio José Gonçalves Chaves (São Tiago d’Ouro, c. 1781 — Montevidéu, 29 de julho de 1837) foi um político, escritor, empresário e dono de charqueada luso-brasileiro.
Filho de Manuel José de Moraes e de Izabel Maria Gonçalves, casado com Maria do Carmo Secco e pai de Antônio José Gonçalves Chaves Filho. Nascido na comarca da Chaves, que incorporou ao nome ao chegar no Brasil, em 1805.[carece de fontes]
Fazendeiro, construiu em 1810, a Charqueada São João, em Pelotas. Em 1820 hospedou em sua propriedade o viajante francês Auguste de Saint-Hilaire.[1]
Abolicionista, propôs em seu livro Memórias ecônomo-políticas, de 1822, a extinção do tráfico de escravos em 18 meses e, a longo prazo, a abolição. Além disso abordava o sistema de governo dos capitães generais, as municipalidades, a distribuição de terras no Brasil e a situação da Capitania do Rio Grande do Sul. Segundo seu próprio texto sobre a escravatura, Chaves, liberal, queria a abolição por uma questão econômica, achava que manter escravos num país continental era mais caro do que os alforriar e posteriormente tê-los como empregados.
Foi membro do conselho administrativo da província em 1824, do conselho geral da província de 1828 a 1830 e em 1832. Em 1832, foi o vereador da primeira legislatura da Câmara Municipal de Pelotas.
Foi pioneiro da navegação a vapor no Rio Grande do Sul em uma sociedade comercial, juntamente com Domingos José de Almeida, que importou dos Estados Unidos o motor e construíram o primeiro barco a vapor no Brasil e o primeiro a sulcar as águas do estado riograndense, a barca Liberal, em 1832.[1][2]
Foi o segundo deputado mais votado à 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa Provincial do Rio Grande do Sul, em 1835. Com início da Revolução Farroupilha, juntou-se ao lado republicano.[1]
Após o assassinato do professor de suas filhas, na Charqueada São João, retira-se para o Uruguai, onde estabeleceu uma charqueada em Punta Rodeo. Faleceu em um naufrágio perto da ilha dos Ratos, no Uruguai, quando retornava para a sua charqueada, quando um temporal virou o pequeno barco em que navegava.[1]
Referências
- ↑ a b c d «Como os olhos de Manuela». Diário Popular. 16 de fevereiro de 2003. Consultado em 19 de novembro de 2022. Arquivado do original em 5 de julho de 2003
- ↑ SPALDING, Walter. Construtores do Rio Grande. Livraria Sulina, Porto Alegre, 1969, 3 vol., 840pp.