Antônio Zacarias Álvares da Silva
Antônio Zacarias Álvares da Silva[1], primeiro e único barão do Indaiá (Martinho Campos, 5 de novembro de 1821 — Abaeté, 25 de agosto de 1901) foi um fazendeiro senhor de escravos, líder político e nobre brasileiro, um dos responsáveis pela emancipação política dos municípios de Dores do Indaiá e Abaeté.
Antônio Zacarias Álvares da Silva | |
---|---|
Barão do Indaiá | |
Barão do Indaiá | |
Investidura | 2 de agosto de 1879 |
Nascimento | 25 de agosto de 1821 |
Morte | 5 de novembro de 1901 (80 anos) |
Abaeté | |
Cônjuge | Isabel Carolina da Cunha Sampaio |
Pai | major Antônio Álvares da Silva |
Mãe | Ana Felisberto de Oliveira |
Título(s) | Coronel da Guarda Nacional |
Ocupação | fazendeiro, político |
Biografia
editarFilho do major Antônio Álvares da Silva e de Ana Felisberto de Oliveira,[2] nasceu em Martinho Campos - à época chamada Abadia e então um distrito de Pitangui; mudou-se em 1853 para a "Fazenda de Sant'Ana", que era um dos últimos pontos de referência na erma fronteira entre Minas Gerais e a província de Goiás, fazendo-a prosperar e tornar-se importante ponto de pouso para as autoridades e viajantes, de forma que a consolidou como importante núcleo da região.[3]
Competente na administração dos negócios, produzia açúcar e cachaça, com o que enriqueceu em bens, escravos e apadrinhados políticos que lhe permitiram exercer diversos cargos após as emancipações de Dores e de Abaeté,[3] nesta última exercendo a vereança entre 1873 a 1881 (foi o primeiro presidente da Câmara, e portanto o intendente), dividindo seu tempo entre a fazenda de Sant'Ana e a casa na cidade, situada à praça da matriz (depois conhecida como "casa da botica").[2]
Foi casado com Isabel Carolina da Cunha Sampaio (em 15 de maio de 1847), que era filha de Joana Helena de Sá e Castro e do major José de Deus Lopes e com quem teve muitos filhos;[2] vários de seus descendentes tornaram-se também importantes líderes políticos da região, a exemplo dos filhos adulterinos - ou naturais - Frederico Zacarias (conhecido por "Sinhô") e Antônio Zacarias (conhecido como Dr. Nico, que era médico e foi deputado federal).[2][3]
Em sociedade com o engenheiro de minas Francisco Paula Oliveira tentou sem sucesso encetar a exploração de minério de ferro naquela região.[3] Politicamente era filiado ao Partido Liberal e em 1873, durante a crise com os conservadores que levaram à extinção do município de Dores do Indaiá, fazendo-a mudar a sede para Dores do Marmelada (atual Abaeté), capitaneou a reação liberal que finalmente logrou êxito em 1882, quando foi reinstalada a vila.[4]
Durante o reinado de D. Pedro II do Brasil adquiriu, após o pagamento de cem mil réis em emolumentos e outros trezentos mil réis em selos, o título de barão, que foi-lhe concedido em 2 de agosto de 1879, como Barão do Indaiá,[3] de acordo com decreto do ministério imperial datado de 19 de julho daquele ano; até então ele era coronel da Guarda Nacional.[5]
Na carta que lhe conferiu o baronato estava escrito:[2]
"... O Coronel Antônio Zacharias Álvares da Silva d’aqui em diante se chame Barão do Indaiá, e que com o referido título goze de todas as honras, privilégios , isenções, liberdades e franquezas , que hão e têm, e de que usam e sempre usaram os Barões, e que de direito lhes pertencerem."
Referências
- ↑
- ↑ a b c d e «Barão do Indaiá - Primeiro presidente da Câmara Municipal de Abaeté». Ateliê Clara Schenberg. N.d. Consultado em 13 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2016 - Após: OLIVEIRA, José Alves de.- História de Abaeté temperada com um pouco de sal e pimenta.- Belo Horizonte, Impr. Oficial, 1970, 8 vol, 497 pp., il., brochura.
- ↑ a b c d e Gilberto Cézar de Noronha (jul.–dez. 2012). «Das relações de poder no oeste de Minas Gerais». OPSIS, Catalão, v. 12, n. 2, p. 151-173. Consultado em 13 de novembro de 2016
- ↑ Institucional Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá (n.d.). «História da Cidade». Site Oficial. Consultado em 14 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 25 de novembro de 2013
- ↑ Acervo da Biblioteca Nacional do Brasil. «Noticiario» (jpg). Ouro Preto. A Actualidade. Anno II (70). 30 de julho de 1879. Consultado em 13 de novembro de 2016