Aotus zonalis é uma espécie de Macaco do Novo Mundo, da família Aotidae e já foi considerado uma subespécie de Aotus lemurinus.[1] Ocorre no Panamá e na região de El Chocó. Há registros da espécie na Costa Rica, especialmente no Mar do Caribe.[3]

Aotus zonalis[1]
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Primates
Subordem: Haplorhini
Infraordem: Simiiformes
Família: Aotidae
Gênero: Aotus
Espécies:
A. zonalis
Nome binomial
Aotus zonalis

A classificação da espécie é controversa. Enquanto alguns autores a consideraram subespécie de Aotus lemurinus, Thomas Defler, em 2001, considerou uma espécie separada.[4][3][5] Philip Hershkovitz, em sua revisão de 1983, não considerou o táxon, de tal forma, que foi considerado como Aotus lemurinus lemurinus, mas com ocorrência na América Central.[6]

É um primata de pequeno porte, com os machos pesando cerca de 889 g e as fêmeas, 916 g.[7] A pelagem das costas varia de um cinzento-amarronzado a um vermelho-amarronzado. O ventre é amarelo. Os pelos das mãos e pés são pretos e curtos, se comparados com outros do gênero Aotus do grupo "pescoço-cinza".[8] O crânio possui uma caixa craniana ampla, e a regão inter-orbital é deprimida e os molares são grandes.[9]

São animais noturnos, como outros do mesmo gênero. Entretanto, os olhos não possuem tapetum lucidum. A cauda é curta, se comparada com o resto do corpo.[8]

Ocorre em vários tipos de floresta, incluindo floresta secundária e plantações de café.[8] Vive em pequenos grupos de até 6 indivíduos, consistindo, geralmente, de um casal e sua prole.[7] Os grupos são territoriais, e há pouca sobreposição entre os territórios dos grupos.[7]

Pelo menos, nove tipos de vocalizações foram reportadas, incluindo vários tipos de gritos, assovios e trinados.[8] Comunicação por gestos e expressões parece ser menos importante do que as vocalizações e marcação de cheiro, mas nota-se que o arch display, urinação e piloereção são importantes nas relações sociais.[8]

Sua dieta consiste principalmente por frutos (cerca de 65%), mas também se alimenta de folhas (cerca de 30%) e insetos (cerca de 5%).[7]

O sistema de acasalamento é tido como monogâmico.[7] Dão à luz a um filhote por vez, mas pode ocorre de parirem gêmeos.[8] A gestação dura 133 dias.[8] O macho carrega o filhote geralmente, entregando à mãe no momento da amamentação.[8]

Essa espécie de primata é uma das que possuem sua biologia e ecologia menos conhecida entre os macacos da América Central.[10]

Referências

  1. a b Defler, T. R.; Bueno, M. L. (2007). «Aotus Diversity and the Species Problem». Primate Conservation. 2007 (22): 55–70. doi:10.1896/052.022.0104   Verifique o valor de |name-list-format=amp (ajuda)
  2. Méndez-Carvajal, P.G.; Link, A. (2021). «Aotus zonalis». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2021: e.T39953A17922442. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-1.RLTS.T39953A17922442.en . Consultado em 19 de novembro de 2021 
  3. a b Rylands, Groves, Mittermeier, Cortes-Ortiz & Hines (2005). «Taxonomy and Distributions of Mesoamerican Primates». In: Estrada, A.; Garber, P. A.; Pavelka, M.S.M.; Luecke, L. New Perspectives in the Study of Mesoamerican Primates: Distribution, Ecology, Behavior and Conservation. (PDF). Nova Iorque: Springer. pp. 29–79. ISBN 978-0-387-25854-6 
  4. Cuarón, A.D., Palacios, E., Morales, A., Shedden, A., Rodriguez-Luna, E. & de Grammont, P.C. (2008). Aotus zonalis (em inglês). IUCN 2012. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2012. Página visitada em 24 de março de 2013..
  5. Groves, C.P. (2005). Wilson, D. E.; Reeder, D. M, eds. Mammal Species of the World 3.ª ed. Baltimore: Johns Hopkins University Press. 140 páginas. ISBN 978-0-8018-8221-0. OCLC 62265494 
  6. Hershkovitz, P. (1983). «Two new species of night monkeys, genus Aotus (Cebidae, Platyrrhini): a preliminary report on Aotus taxonomy» (PDF). American Journal of Primatology. 4 (3): 209-243. doi:10.1002/ajp.1350040302 [ligação inativa]
  7. a b c d e Fernandez-Duque, E. (2007). «Aotinae». In: Campbell, C., Fuentes, A., MacKinnon, K., Panger, M., & Bearder, S. Primates in Perspective. [S.l.: s.n.] pp. 139–150. ISBN 978-0-19-517133-4 
  8. a b c d e f g h Defler, T. (2004). Primates of Colombia. [S.l.]: Conservation International. pp. 252–266. ISBN 1-881173-83-6 
  9. Goldman, E.A. (1920). Mammals of Panama. [S.l.]: Smithsonian institution. p. 225 
  10. Schreck, K. (2007). Frommer's Panama. [S.l.: s.n.] pp. 74–75. ISBN 978-0-470-04890-0