Argumentum ad nauseam
Argumentum ad nauseam (em português, "argumentação até provocar náusea")[1] é uma expressão em língua latina que se refere à argumentação por repetição, que consiste em repetir insistentemente a mesma afirmação até o ponto de, metaforicamente, provocar náusea. O uso desse tipo de argumento pode ocorrer quando o autor da repetição acredita não ter suficiente atenção por parte dos seus interlocutores ou quando crê na falácia de que uma afirmação muito repetida é geralmente verdadeira.[2] Segundo Goebbels "uma mentira repetida mil vezes transforma-se em verdade", ou seja, independentemente de se tratar de proposição verdadeira ou falsa, o martelar constante de determinadas afirmações é eficaz para produzir crenças, que gradativamente se consolidam no indivíduo e na sociedade, convertendo-as em "verdades" incontestáveis.[3]
O argumentum ad nauseam assemelha-se ao argumentum ad infinitum, que é uma argumentação sem fim, constituída de infinitos passos lógicos. Observe-se que, em termos aristotélicos, uma série conceitual infinita não é inteligível.[4] O argumentum ad infinitum baseia-se na falácia de que, se ninguém rebate o argumento, ele está correto — uma falácia semelhante à que sustenta o argumentum ad nauseam: uma afirmação insistentemente repetida é capaz de eliminar toda a objeção (eventualmente, pelo cansaço do interlocutor) e, assim, mostrar-se verdadeira — mesmo sem que haja prova ou ainda que seja logicamente inconsistente.
Referências
- ↑ "ad nauseam" definição no Dictionary.com
- ↑ Leônidas Hegenberg; Flávio E. Novaes Hegenberg (2009). Argumentar. Editora E-papers. p. 376. ISBN 978-85-7650-224-1.
- ↑ Paralogismos y sofismas del discurso político español. La falacia en un corpus de debates parlamentarios. Por Francisco José Sánchez.
- ↑ "El infinito domado. Hacia una nueva logica operativa", por Celina Lértora Mendoza. In De Boni, Luis A. (org.). Lógica e linguagem na Idade Média.
Ligações externas
editar- Guia das Falácias Lógicas. Por Stephen Downes.
- Guia das falácias. Tradução e adaptação do texto de Stephen Downes, por Júlio Sameiro