Arlindo Itacir Battistel (Nova Prata, 17 de julho de 1953) é um religioso e pesquisador brasileiro.[1]

Filho de André Domingos Battistel e Angela Maria Dall'Agnol, cresceu no ambiente rural.[2] Entrou para o seminário de Vila Flores aos dez anos de idade, continuou os estudos no seminário de Veranópolis, aperfeiçoou-se em filosofia em Pelotas e formou-se em teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.[3] Entrou para a ordem dos Capuchinhos e recebeu ordenação presbiteral em 7 de fevereiro de 1981.[4] Atuou como pároco em São José do Ouro, Ibiraiara, Vila Segredo, Porto Alegre, Camargo, André da Rocha e Lagoa Vermelha.[3]

Desenvolve importante trabalho como historiador e folclorista, sendo um dos autores "clássicos" da bibliografia sobre a imigração italiana no Rio Grande do Sul.[5][6] A coleção Assim vivem os italianos, que coordenou juntamente com Rovílio Costa, resultado de uma pesquisa de oito anos,[7] é uma das principais referências no campo da memória da imigração.[8] Retratos da Colônia, um vasto levantamento fotográfico sobre algumas colônias italianas, segundo Marcelo Sieben é uma das mais expressivas coleções de imagens já publicadas no Rio Grande do Sul, abrangendo todos os aspectos da vida dos imigrantes e seus descendentes.[9]

É um dos conservadores do acervo documental sobre a imigração da editora da Escola Superior de Teologia São Lourenço de Brindes e por muitos anos escreveu em parceria com Rovílio Costa a coluna "Vita, storia e fròtole" no jornal Correio Riograndense.[10] É também um dos principais divulgadores do dialeto talian,[11] e foi um dos fundadores do Museu dos Capuchinhos de Caxias do Sul.[3]

Principais publicações:

  • Colônia Italiana: religião e costumes, 1981
  • Assim vivem os italianos, 3 volumes, 1982-1983, 2ª ed. 1990 (com Rovílio Costa)
  • Polenta e liberdade: saga de imigrantes italianos, 1998
  • Duas Itálias, 2000 (com Rovílio Costa)
  • Storia e fròtole: história e estórias, 2001 (com Rovílio Costa)
  • Retratos da Colônia, 2 volumes, 2009

Referências

  1. Cocco, Ricardo. "A questão da religião e a imigração italiana no Rio Grande do Sul". In: Revista Ciências Humanas, 2008; 9 (13):9-29
  2. Presenza, cultura, lingua e tradizioni dei Veneti nel mondo: America Latina. Giunta regionale Regione Veneto, 1987, p. 504
  3. a b c "Frei Arlindo fala sobre livro que remonta a colonização italiana no RS". Tua Rádio Cacique, 11/09/2020
  4. Clero. Diocese de Vacaria
  5. Matté, Aline Karen. Prazeres velados e silêncios suspirados: sexualidade e contravenções na região colonial italiana: 1920-1950. Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2008, p. 23
  6. Corrêa, Marcelo Armellini. Dos Alpes do Tirol à Serra Gaúcha: A questão da identidade dos imigrantes trentinos no Rio Grande do Sul(1875-1918). Mestrado. Universidade do Vale do Rio dos Sinos, 2014, p. 85
  7. Granzotto, Carina Maria Niederauer. Semântica cognitiva aplicada: a radialidade da categoria RELIGIÃO nos discursos dos imigrantes italianos (de 1875 à década de 1950). Mestrado. Universidade de Caxias do Sul, 2014, p. 120
  8. Tisott, Ramon Victor. "Família e trabalho em lembranças da infância (Caxias do Sul, fim do séc. XIX e início do XX)". In: XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Caxambu, 29/09-03/10/2008
  9. Sieben, Marcelo. Fotonarrativas entre atingidos por barragens: a fotografia como fonte do labor teológico. Doutorado. Faculdades EST, 2016, p. 263
  10. Bier, Augusto Franke. "Ítalo-gaúchos e teuto-gaúchos: o desenho de humor no resgate da identidade". Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, s/d.
  11. Miazzo, Giorgia. "Afinal, o que é o Talian?" In: Revista Italiano — UERJ, 2011; 2 (1)