Armação Ilimitada
Armação Ilimitada foi um série de televisão brasileira, voltado para o público adolescente da Rede Globo, exibida às sextas-feira às 21h20min, entre 1985 e 1988, e que misturava aventura e esportes além de outros temas típicos da Zona Sul do Rio de Janeiro.
Armação Ilimitada | |||||
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Logotipo do programa | |||||
Informação geral | |||||
Formato | |||||
Género | Comédia Ação Aventura Musical | ||||
Criador(es) | Kadu Moliterno André de Biase Daniel Filho | ||||
Elenco | Kadu Moliterno André de Biase Andréa Beltrão Jonas Torres Paulo José Francisco Milani Catarina Abdala Nara Gil | ||||
País de origem | Brasil | ||||
Idioma original | português | ||||
Temporadas | 4 | ||||
Produção | |||||
Diretor(es) | Guel Arraes | ||||
Tema de abertura | "Say what you will", Fastway | ||||
Tema de encerramento | "Tema de Armação Ilimitada", composta e executada por Ari Mendes | ||||
Exibição | |||||
Emissora original | Rede Globo | ||||
Transmissão original | 17 de maio de 1985 – 8 de dezembro de 1988 | ||||
Cronologia | |||||
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A série integrava a faixa de programação Sexta Super, sendo exibida uma vez por mês em seu primeiro ano, e quinzenalmente a partir do segundo ano, em episódios de 45 minutos de duração.
Em 1989 a série foi sucedido por Juba & Lula, de curta duração.
A série também ganhou uma adaptação em quadrinhosː Juba & Lula em dois álbuns Operação Super-Homem (1988) e Uma Aventura na Amazônia (1989) produzidos pelo escritor Régis Rocha Moreira (que era um dos roteiristas do spin-off de 1989) e ao desenhista Hector Gómez Alisio lançados respectivamente em 1988 e 1989. Porém, embora o título da série fosse "Juba & Lula", não havia referência direta à série de TV, com os personagens sendo parte de uma organização não relacionada à "empresa" Armação Ilimitada e nem a participação de outros personagens da série.[1][2][3]
Personagens
editar- Juba (Kadu Moliterno) & Lula (André de Biase) - Dois amigos jovens que vivem juntos na Zona Sul carioca e têm uma pequena empresa de prestação de serviços, a Armação Ilimitada. Dentre as atividades a que se dedicam estão mergulho, pilotagem, competições esportivas e até mesmo trabalhar como dublês de filmes.
- Zelda Scott (Andréa Beltrão) - filha do exilado político (Paulo José) e estagiária do jornal Correio do Crepúsculo, começa a ter uma relação amorosa com Juba e Lula, formando um triângulo amoroso nunca solucionado porque a moça não vê problema nenhum em amar os dois ao mesmo tempo.
- Bacana (Jonas Torres) - um órfão muito esperto que se une a Juba, Lula e Zelda.
- Chefe de Zelda (Francisco Milani) - Chamado apenas de "Chefe", o editor do Correio do Crepúsculo aparecia sempre caricaturizado de acordo com o que Zelda se referia a ele, sempre de maneira literal. Por exemplo, quando dizia que despachava os assuntos do jornal, aparecia num ritual de candomblé. Se ela o chamasse de nazista, ele aparecia vestido de Hitler, falando alemão e fazendo os gestuais.
- Ronalda Cristina (Catarina Abdala) - melhor amiga de Zelda, e como esta mesma dizia, era a "rainha do último grito", ou seja, sempre aderia incondicionalmente à moda do momento.
- Black Boy (Nara Gil) - DJ que narrava os acontecimentos direto de um estúdio de rádio.
Produção
editarO projeto foi concebido a partir de um esboço feito por Kadu Moliterno e André De Biase, que haviam trabalhado juntos na telenovela Partido Alto em 1984. A ideia foi concretizada por Daniel Filho, que apostou e investiu no seriado de aventuras apresentado em ritmo de videoclipes. Para escrever foram chamados Euclydes Marinho, Antônio Calmon, Nelson Motta e Patrícya Travassos.[4] As contribuições de Travassos vieram na maior parte de um roteiro rejeitado de um filme que estrelaria a banda Blitz,[5] cujo líder Evandro Mesquita participou de alguns episódios da série.[6]
Cada episódio demorava doze dias para ser produzido, sob um orçamento modesto, aproveitando um estúdio abandonado da Globo para fazer a casa de Juba e Lula e tendo o carro usado para buscar locações também aparecer em cena dirigido pela dupla. Ocasionalmente haviam até citações no texto aos recursos limitados, com a dupla se dirigindo ao espectador para parar cenas de ação, informando que elas não caberiam no orçamento. O seriado inovou em diversos aspectos, tanto no texto como nas imagens. Os episódios eram narrados por Black Boy (Nara Gil), um DJ que tocava músicas e, ao mesmo tempo narrava e comentava as tramas, num cenário de estúdio radiofônico, provavelmente inspirado em personagem do filme The Warriors de 1979. A trilha sonora, creditada a Ari Mendes, tem o riff de guitarra na abertura retirado quase que integralmente da música "Say What You Will", da banda Fastway, em seu primeiro disco, de 1983, e várias bandas do rock brasileiro, como Ultraje a Rigor e Gang 90 e as Absurdettes.[7]
Exibição
editarDesde o seu término, a série já foi reexibida várias vezes: em 1988, com alguns episódios exibidos na Sessão Aventura; e entre julho e agosto de 1990, como uma das atrações do Festival 25 Anos; em 1997, quando a Globo perdeu os direitos dos jogos de futebol para o SBT e preencheu as tardes de domingo com reprises de programas antigos; e em 2005, em comemoração aos 40 anos da Rede Globo, no canal a cabo Multishow (de janeiro a abril de 2005, foram reapresentados os três primeiros anos da série, na íntegra). No início de 2011 começou a ser exibida em algumas afiliadas (ex.: TV Tribuna Santos).
Foi reexibida pelo Canal Viva de 1 de maio a 4 de setembro de 2011, substituindo A Justiceira e sendo substituída por O Quinto dos Infernos,[8] e novamente de 2 de abril a 27 de junho de 2012.
DVD
editarEm agosto de 2007 foi lançado um box com 2 DVDs dos melhores episódios pela Som Livre.[9]
Prêmios
editarA série recebeu em 1985 o Prêmio Ondas, concedido pela Sociedade Espanhola de Radiodifusão,[10] considerado o Oscar televisivo da Europa.[11]
Referências
- ↑ «Juba & Lula - Operação Super-Homem». Universo HQ. 22 de fevereiro de 2013
- ↑ Goida; Kleinert, André (2011). Enciclopédia dos Quadrinhos 2 ed. Porto Alegre: L&PM. p. 27. ISBN 978-85-254-2451-8
- ↑ Cruz, Gutemberg (2022). Grande Dicionário do Quadrinho Brasileiro 1 ed. São Paulo: Noir. p. 185. ISBN 978-65-89482-13-0
- ↑ Armação Ilimitada deixou saudade
- ↑ Alexandre, Ricardo. Dias de Luta: O Rock e o Brasil dos anos 80. [S.l.: s.n.] pp. 265–66. ISBN 9788560171811
- ↑ Evandro Mesquita revela que não tinha dublê em Armação Ilimitada: “tomei dois sacos de sangue”, Banda B
- ↑ Bastidores - Armação Ilimitada
- ↑ «'Armação ilimitada' será reprisada no Canal Viva em maio». G1. 29 de abril de 2011. Consultado em 29 de novembro de 2016
- ↑ «Para matar as saudades: 'Armação Ilimitada' sai em DVD». G1. 11 de agosto de 2007. Consultado em 29 de novembro de 2016
- ↑ [1] Visitado em 15 abril 2011.
- ↑ Memorial Globo Arquivado em 23 de novembro de 2011, no Wayback Machine.. Visitado em 15 abril 2011