Artrite é um termo usado para descrever qualquer doença que afete as articulações.[1] Os sintomas mais comuns destas doenças são rigidez e dor nas articulações.[1] Entre outros possíveis sintomas estão a vermelhidão, sensação de calor, inchaço e diminuição da amplitude de movimentos nas articulações afetadas.[1][2] Em alguns tipos de artrite podem ser afetados outros órgãos.[5] A doença pode ser de início súbito ou gradual.[4]

Artrite
Artrite
Mão afetada por artrite reumatoide, um tipo de artrite autoimune
Especialidade Reumatologia
Sintomas Dor nas articulações, rigidez, vermelhidão, inchaço, diminuição da amplitude de movimentos[1][2]
Tipos > 100 (mais comuns artrose, artrite reumatoide)[3][4][5]
Tratamento Repouso, aplicação de gelo ou calor, perda de peso, exercício, artroplastia[5]
Medicação Ibuprofeno, paracetamol[6]
Classificação e recursos externos
CID-10 M19.90
DiseasesDB 15237
MedlinePlus 001243
MeSH D001168
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As artrites são um grupo de doenças reumáticas.[1] Existem mais de 100 tipos de artrite.[3][4] Os tipos mais comuns são a artrose (doença degenerativa das articulações) e a artrite reumatoide.[5] A artrose está geralmente associada ao envelhecimento e afeta os dedos, joelhos e anca.[5] A artrite reumatoide é uma doença autoimune que geralmente afeta as mãos e os pés.[5] Entre os outros tipos de artrite estão a gota, lúpus, fibromialgia e artrite séptica.[5][7]

O tratamento consiste geralmente no repouso da articulação e em aplicar de forma alternada gelo e calor.[5] A perda de peso e a prática de exercício físico são benéficos.[5] Podem também ser usados analgésicos como o ibuprofeno e o paracetamol.[6] Em alguns casos pode haver benefício na realização de uma artroplastia.[5]

A artrose afeta mais de 3,8% da população mundial, enquanto a a artrite reumatoide afeta 0,24%.[8] A gota afeta 1–2% de toda a população ocidental em algum momento da vida.[9] De forma geral, a doença é mais comum à medida que a idade avança.[7] A artrite é um dos motivos mais frequentes de baixa médica e pode resultar na diminuição da qualidade de vida.[6] O termo tem origem no grego arthr- (articulação) e -ite (inflamação).[10][11]

Classificação

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As artrites podem ser classificadas em:

Artrose

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A artrose (OA) é uma doença crônica, caracterizada por degeneração da cartilagem articular, dor e rigidez prejudicando a movimentação. Atinge cerca de 4% da população brasileira, principalmente os obesos, causando danos principalmente nas mãos, joelhos e pés.[12]

Artrite reumatoide

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A artrite reumatoide (AR) é uma entidade auto-imune sistêmica com notória predileção pelas articulações periféricas. É a mais comum das doenças reumáticas inflamatórias. Dadas as potenciais morbidades articulares inerentes à doença, seu impacto sócio-econômico é considerável, atingindo de 0,5% a 2% da população mundial. É uma doença crônica caracterizada por degeneração da cartilagem articular, hipertrofia óssea, dor ao movimentar-se. Acomete preferencialmente joelhos, as articulações coxofemorais e a coluna espinhal.[13]

Artrite gotosa

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É uma doença causada por reação inflamatória a microcristais minerais de urato. Apresenta maior incidência no sexo masculino devido a fatores culturais e, na mulher, é mais frequente após a menopausa. Acomete principalmente o hálux (dedo do pé), dorso do pé, tornozelos, joelhos e cotovelos, deixando a região quente, dolorosa e hiperemiada (vermelhidão). Pode haver febre e, normalmente, há limitação dos movimentos devido a dor. O ácido úrico está elevado em 85% dos casos.

Artrite piogênica aguda

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Com o aparecimento dos antibióticos, a incidência, evolução e o prognóstico das artrites piogênicas agudas se modificaram positivamente. As articulações mais afetadas são as coxofemorais, os joelhos, ombros e, menos frequentemente, tornozelos, cotovelos, articulações sacrilíacas e os punhos.

Artrite psoriática

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A psoríase é uma doença de pele, de causa desconhecida, caracterizada por erupção eritêmato-escamosa. Podendo também apresentar quadro articular grave.

Artrite séptica

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Artrite séptica é uma invasão purulenta de uma articulação por um agente infeccioso (fungo, bactéria ou vírus) que produz uma artrite. O agente mais frequente é o Staphylococcus aureus, mas é comum também ser causada por bactérias causadoras da tuberculose e gonorreia. Ao contrário das outras artrites, essa é bastante comum em jovens e geralmente atinge apenas uma ou duas articulações.

Espondilite anquilosante

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A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crónica que afeta principalmente homens jovens e em mais de 90% dos casos está associada ao antígeno HLA B27. Caracterizam-se por inflamação de articulação sinovial e de enteses (tecidos conectivos) comprometendo a coluna vertebral e áreas sacroilíacas. O tratamento é feito com anti-inflamatórios não esteróides (AINE), sulfassalazina, infliximab e/ou etanercept (anti TNF-α).[14]

Fatores de riscos

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O risco de desenvolver artrites é maior em casos de[15]:

  • Histórico familiar de artrites;
  • Trabalhos ou exercícios frequentes com esforço repetitivo;
  • Artrite reumatoide é mais comum em mulheres e artrite gotosa é mais comum em homens;
  • Excesso de peso;
  • Idade avançada;
  • Desportos radicais (como escalada), desportos violentos (como artes marciais) ou Desportos de força (como halterofilismo);
  • Artistas como dançarinos, escultores e artesaos;
  • Lesões prévias na área;
  • Doenças ósseas e musculares;
  • Doenças circulatórias e imunológicas;
  • Clima[16]

Prevenção

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  • Alongamentos
  • Descansos regulares
  • Beber muita água
  • Entrar em forma
  • Vacinas
  • Alimentação rica em frutas, legumes e verduras
  • Limpar todos ferimentos com água e sabão
  • Usar equipamentos de proteção

Epidemiologia

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A artrite reumatoide atinge entre 0,5% e 2% da população do mundo[17]

É mais comum em nativos americanos (atingindo ~25%) e brancos (atingindo ~24%) do que em negros (~19%), latinos (~11%) e orientais (8%). Atingem por volta de 1 a cada 7 pessoas, principalmente acima dos 30. Dos acometidos 2/3 tem menos de 65 anos, 60 a 70% são mulheres e é a principal doença estudada pela medicina do esporte e medicina do trabalho.[18]

No mundo, cerca de 10% dos homens e 15% das mulheres tem algum tipo de artrite, aumentando para 30% para homens e 50% para mulheres maiores 65 anos. Com o sedentarismo e envelhecimento da população ela tem aumentado rapidamente no mundo inteiro, é estimado que aumente em 40% até 2020.[19]

Também é um problema bastante comum em animais portanto sendo bastante estudada pelos veterinários.

Ver também

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Referências

  1. a b c d e «Arthritis and Rheumatic Diseases». NIAMS. Outubro de 2014. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2016 
  2. a b «Arthritis Types». CDC. 22 de junho de 2016. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 14 de setembro de 2016 
  3. a b Athanasiou, Kyriacos A.; Darling, Eric M.; Hu, Jerry C.; DuRaine, Grayson D.; Reddi, A. Hari (2013). Articular Cartilage (em inglês). [S.l.]: CRC Press. p. 105. ISBN 9781439853252. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016 
  4. a b c «Arthritis Basics». CDC. 9 de maio de 2016. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2016 
  5. a b c d e f g h i j «Living With Arthritis: Health Information Basics for You and Your Family». NIAMS. Julho de 2014. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2016 
  6. a b c «Arthritis: An Overview». OrthoInfo. Outubro de 2007. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 19 de setembro de 2016 
  7. a b «Arthritis». CDC. 22 de julho de 2015. Consultado em 14 de setembro de 2016. Cópia arquivada em 22 de setembro de 2016 
  8. March, L; Smith, EU; Hoy, DG; Cross, MJ; Sanchez-Riera, L; Blyth, F; Buchbinder, R; Vos, T; Woolf, AD (junho de 2014). «Burden of disability due to musculoskeletal (MSK) disorders.». Best practice & research. Clinical rheumatology. 28 (3): 353–66. PMID 25481420. doi:10.1016/j.berh.2014.08.002 
  9. Richette P, Bardin T (janeiro de 2010). «Gout». Lancet. 375 (9711): 318–28. PMID 19692116. doi:10.1016/S0140-6736(09)60883-7 
  10. Waite, Maurice, ed. (2012). Paperback Oxford English Dictionary (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford. p. 35. ISBN 9780199640942. Cópia arquivada em 20 de dezembro de 2016 
  11. Leonard, Peggy C. (2015). Quick & Easy Medical Terminology - E-Book (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 160. ISBN 9780323370646 
  12. Senna ER, Barros ALP, Silva EO, Costa IF, Pereira LVB, Ciconelli RM, et al. Prevalence of rheumatic diseases in Brazil: A study using the COPCORD approach. J Rheumatol 2004; 31 (3): 594-7.
  13. "Rheumatology Information: Therapeutics for Rheumatoid Arthritis". Fda.gov. April 17, 2009. http://www.fda.gov/Drugs/ResourcesForYou/HealthProfessionals/ucm107046.htm. Retrieved March 3, 2011.
  14. ANA RITA CRAVO, VIVIANA TAVARES, JOSÉ CANAS DA SILVA (2006) TERAPÊUTICA ANTI-TNF ALFA NA ESPONDILITE ANQUILOSANTE. Acta Med Port 2006; 19: 141-150 Disponível em: http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2006-19/2/141-150.pdf[ligação inativa]
  15. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/arthritis/symptoms-causes/dxc-20168905
  16. http://www.tempoagora.com.br/previsaodotempo.html/SaoPaulo-SP/artrite
  17. Majithia V, Geraci SA (2007). "Rheumatoid arthritis: diagnosis and management". Am. J. Med. 120 (11): 936–9. doi:10.1016/j.amjmed.2007.04.005. PMID 17976416.
  18. «Cópia arquivada». Consultado em 6 de março de 2011. Arquivado do original em 5 de julho de 2011 
  19. http://www.who.int/healthinfo/statistics/bod_osteoarthritis.pdf

Ligações externas

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