Assassinato de Lorenza de Pinho
O assassinato de Lorenza Maria de Pinho ocorreu em abril de 2021 no bairro Buritis, região oeste de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, no apartamento onde ela morava com os filhos e o marido, o promotor de justiça André Luiz Garcia de Pinho, que foi acusado e condenado pelo crime a 22 anos de prisão em regime fechado.[1][2]
Assassinato de Lorenza de Pinho | |
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Local do crime | Belo Horizonte, Minas Gerais |
Data | 02 de abril de 2021 |
Vítimas | Lorenza de Pinho |
Réu(s) | André Luís Garcia de Pinho |
Juiz | Wanderley Paiva (desembargador) e outros |
Local do julgamento | Belo Horizonte |
Situação | Réu condenado a 22 anos de prisão em julgamento de 1ª instância |
Consequência | Preso |
Vítima
editarLorenza Maria de Pinho tinha 41 anos quando foi morta. Ela e André, casados há 17 anos, tinham cinco filhos, de 2, 7, 10, 15 e 16 anos à época do crime.[3]
Investigações
editarInquirido pelos policiais, André disse inicialmente que Lorenza havia se engasgado enquanto dormia, após ter tomado remédios e bebida alcoólica. Ele disse que encontrou o corpo na manhã de 2 de abril de 2021, por volta das 6 horas, no apartamento do casal, e que chamou um médico particular, que atestou a morte às 7h17.[4][5]
Algumas horas depois ele apresentou um atestado de óbito emitido pelos médicos Itamar Cardoso e Alexandre Figueiredo que corroboravam sua versão e que, com isso, liberavam o corpo para ser cremado. Um delegado embargou a cremação no sábado de 04 de abril, após os investigadores fazerem buscas no apartamento. Depois de uma perícia feita no Instituto Médico Legal, foi constatado que a causa da morte havia sido “asfixia por associação de intoxicação exógena e ação contundente cervical”. O perito também apontou que ela tinha pouco sangue no corpo, o que foi resultado de uma tanatopraxia, assunto que havia sido pesquisado pelo promotor. [6] [7] [8]
"Segundo o legista, havia apenas 1 litro de sangue no corpo da mulher, que, em condições saudáveis, deveria apresentar cerca de 5 litros. Entre o montante encontrado, apenas 25 ml puderam ser colhidos na necrópsia para testes toxicológicos e de dosagem de álcool", reportou o portal Terra.[9]
Prisão
editarApós o laudo do IML, André foi preso em 05 de abril e aguardou o julgamento na prisão.[10][4]
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou André pelo feminicídio triplamente qualificado de Lorenza em 30 de abril de 2021, tendo sido analisados seis celulares, quatro computadores e mais de 100 horas de imagem de câmeras do prédio onde a família morava, o que foi importante para a resolução do caso.[11]
Julgamento e pena
editarO julgamento de André aconteceu em 29 de março de 2023, sendo que os dois filhos mais velhos do casal, André e Mariana, acompanharam os trabalhas, além do pai da vítima, que disse para a imprensa em frente ao tribunal: “nada vai trazer minha filha, mas quero que sirva de exemplo. Chega de mulheres serem massacradas. Eu já estou com muita idade para essa dor passar. Tô muito, muito cansado. Não tenho idade para aguardar o julgamento".[12]
Vinte desembargadores do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) participaram da sessão e acompanharam o voto do relator, o desembargador Wanderley Paiva, que justificou a sentença de 22 anos de prisão em regime fechado: "não há como se desconsiderar que houve emprego de asfixia, que o motivo do homicídio foi torpe, que o réu utilizou de recurso que dificultou a defesa da vítima, que o delito foi praticado contra a mulher em contexto de violência doméstico-familiar, caracterizando, assim, as qualificadoras".[1]
Os dois médicos que assinaram o atestado de óbito inicial, Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso e Alexandre Figueiredo, também viraram réus por falsificar o atestado de óbito. Tadeu chegou a trocar mensagens sobre a morte com outra médica, Ana, demonstrando desconfiança a respeito do marido de Lorenza. [13] [14] Itamar foi absolvido em outubro de 2024 em julgamento em 2ª instância.[15]
Referências
- ↑ a b «Caso Lorenza: promotor André de Pinho é condenado a 22 anos de prisão por feminicídio». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ Minas, Estado de (29 de março de 2023). «Caso Lorenza: promotor André de Pinho é condenado pela morte da esposa». Estado de Minas. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Morte de mulher de promotor é investigada em Belo Horizonte». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ a b «Caso Lorenza: promotor André de Pinho será julgado nesta quarta-feira pela morte da mulher». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Caso Lorenza: promotor André de Pinho começa a ser julgado em BH pela morte da mulher». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Investigando morte de mulher de promotor, Polícia Civil vai até prédio onde casal morava em BH». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Caso Lorenza: promotor André de Pinho será julgado nesta quarta-feira pela morte da mulher». G1. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ Oliveira, Raíssa (29 de março de 2023). «Filhos de Lorenza de Pinho acompanham julgamento do pai em BH». Hoje em Dia. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Caso Lorenza: MP crê que 'ritual' pode explicar falta de sangue em corpo [18/05/2021]». noticias.uol.com.br. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Promotor é preso suspeito de matar a esposa em Belo Horizonte [05/04/2021]». noticias.uol.com.br. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «MP denuncia promotor de BH por feminicídio da mulher [30/04/2021]». noticias.uol.com.br. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ Oliveira, Raíssa (29 de março de 2023). «Filhos de Lorenza de Pinho acompanham julgamento do pai em BH». Hoje em Dia. Consultado em 29 de março de 2023
- ↑ «Médico não sabia causa ao atestar morte de Lorenza, indica conversa». R7.com. 13 de maio de 2021. Consultado em 30 de março de 2023
- ↑ Brito, Alice (23 de julho de 2021). «Médicos que atestaram morte de Lorenza de Pinho serão julgados em 1ª instância | O TEMPO». www.otempo.com.br. Consultado em 30 de março de 2023
- ↑ «Caso Lorenza: médico que atestou morte de esposa de promotor condenado por assassinato é absolvido em segunda instância». G1. 5 de novembro de 2024. Consultado em 7 de novembro de 2024