Ataque em Inata em 2021
O ataque de Inata foi um episódio da insurreição jihadista no Burquina Fasso que ocorreu em 14 de novembro de 2021 em Inata, no oeste da província de Soum. Provocou a morte de várias dezenas de membros da gendarmaria burquinense.
Ataque em Inata em 2021 | |||
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Insurreição jihadista no Burquina Fasso | |||
Data | 14 de novembro de 2021 | ||
Local | Inata, Burkina Faso | ||
Desfecho | Vitória dos jihadistas | ||
Beligerantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Baixas civis: 4 mortos[5] |
Contexto
editarEm novembro de 2021, Inata, na província de Soum, no norte de Burkina Faso, é a única posição ainda ocupada pelo governo burquinense na região de Djibo.[6] Localiza-se na zona de ação do Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), afiliado à al-Qaeda, que antes havia expulsado o Estado Islâmico do Grande Saara.[6] A região é tão perigosa que a guarnição de Djibo se recusa a socorrer os homens de Inata, exceto por helicóptero.[6]
Segundo o jornalista Wassim Nasr, as condições de vida dos gendarmes em Inata são deploráveis.[6] A base militar está sitiada por jihadistas que visam seus suprimentos, tanto que os gendarmes não têm mais reservas de alimentos e são obrigados a caçar para se alimentar.[6]
Em 12 de novembro, o comandante da guarnição alertou o Estado Maior, declarando que “há duas semanas, o destacamento se alimenta graças ao abate de animais” e solicitou autorização para abandonar a posição.[7] Os gendarmes que deveriam substituí-los recusam-se a ir para o front sem apoio aéreo e blindado, o que o comando militar não lhes concede.[7]
Forças presentes
editarA RFI indica que, segundo fontes locais, o posto de Inata era defendido por 100 a 150 gendarmes.[1] A AFP menciona cerca de 150 homens e o Le Monde 120.[4] O ataque foi realizado pelo Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos[6][8], bem como por combatentes do Ansarul Islam, segundo fontes de segurança do jornal Le Monde.[7][4]
Quanto aos jihadistas, a AFP informou inicialmente, segundo uma fonte de segurança, “um grande número de indivíduos armados” circulando “a bordo de várias picapes e motocicletas”.[5] Poucos dias após o ataque, evoca mais de 300 combatentes em picapes e motocicletas, segundo várias fontes militares.[2]
Desenvolvimento
editarEm 14 de novembro de 2021, por volta das 5h30, os jihadistas lançaram o ataque contra o destacamento da gendarmaria de Inata, localizado próximo a uma antiga mina.[9][10][6]. Os combates são intensos, porém os gendarmes são rapidamente subjugados pelos atacantes.[11] Vários deles são abatidos ao tentar fugir.[4][12] Os jihadistas então incendiaram as instalações do campo, depois bateram em retirada.[4]
Baixas
editarO primeiro balanço, dado no dia seguinte ao ataque, registrou pelo menos 20 mortos, mas isso foi posteriormente revisado para cima várias vezes pelo governo burquinense.[10]
Em 17 de novembro, o ministro das Comunicações e porta-voz do governo, Ousséni Tamboura, declarou durante um conselho de ministros que a contagem de mortos do ataque era de 49 gendarmes e 4 civis mortos, e que 46 gendarmes foram encontrados vivos.[5] Em 22 de novembro, o número de baixas do Ministério das Comunicações subiu para 57 mortos, incluindo 53 gendarmes.[3] Segundo o Le Monde, 20 militares ainda estavam desaparecidos à data de 8 de dezembro.[4] Este foi, até então, o ataque mais mortífero contra as forças de defesa e de segurança burquinenses desde o início da insurreição jihadista em 2015.[7]
Um vídeo não oficial foi difundido por uma unidade que reivindica ser do GSIM, onde várias dezenas de jihadistas são vistos participando do ataque à base militar com metralhadoras pesadas 14,5x2 imbricadas em caminhonetes.[8]
Os jihadistas reivindicaram a morte de cerca de sessenta gendarmes e a captura de um significativo espólio de guerra, incluindo mais de 86 fuzis de assalto AK, cinco RPGs e várias metralhadoras ligeiras.[13] A base militar foi totalmente destruída.[13]
Referências
- ↑ a b Burkina Faso: trois jours de deuil national après l'attaque à Inata, RFI, 15 de novembro de 2021.
- ↑ a b Burkina: l'attaque d'Inata illustre la déroute de l'armée face aux jihadistes, AFP, 23 de novembro de 2021.
- ↑ a b Burkina : une vingtaine de morts, dont 9 gendarmes, lors d'une attaque dans le nord, Le Figaro com AFP, 22 de novembro de 2021.
- ↑ a b c d e f Sophie Douce, Au Burkina Faso, l’armée en plein doute face aux attaques terroristes, Le Monde, 8 de dezembro de 2021.
- ↑ a b c Burkina : l'attaque de dimanche contre les gendarmes a fait au moins 53 morts, Le Figaro com AFP, 17 de novembro de 2021.
- ↑ a b c d e f g [vídeo] Burkina Faso : au moins 20 morts dans une attaque jihadiste dans le nord du pays, France 24, 15 de novembro de 2021.
- ↑ a b c d Morgane Le Cam, Au Burkina Faso, la colère monte après l’attaque meurtrière du poste d’Inata, Le Monde, 19 de novembro de 2021.
- ↑ a b Wassim Nasr, #BurkinaFaso montage de l’attaque d’#Inata par une unité qui se revendique du #JNIM. Ce n’est pas une com officielle. On remarque: 1/ la présence de mitrailleuse lourde 14,5x2 sur 4x4, Twitter, 18 de novembro de 2021.
- ↑ Burkina Faso : des djihadistes présumés font au moins 20 morts dans le nord du pays, Le Monde com AFP, 15 de novembro de 2021.
- ↑ a b Yaya Boudani, Burkina Faso: au moins vingt morts dans une attaque dans le Soum, RFI, 15 de novembro de 2021.
- ↑ Attaque mortelle contre un détachement de gendarmerie dans le nord du Burkina Faso, France 24 com AFP e Reuters, 14 de novembro de 2021.
- ↑ Sophie Douce, Burkina Faso. Le cri du cœur des militaires après la pire attaque contre l’armée, Ouest-France, 12 de dezembro de 2021.
- ↑ a b Calibre Obscura, #BurkinaFaso #Sahel Some of the very large capture by JNIM frm Gendarme in #Inata. Claimed:86 AKs (Look to be Zastava M05(E1) variants, along w/ poss. AKM/T56/AK-103, 7+ PK-pattern MG (MG-1M seen), 5x RPG-7 w/ expelling charges/projectiles, 29 pistols, 4 HMG, 5 Pickup, ammo/kit., Twitter, 18 de novembro de 2021.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Attaque d'Inata (2021)».