Atyria

género de insetos

Atyria é um gênero de mariposas, ou traças, neotropicais pertencentes à família Geometridae, classificado por Jacob Hübner em 1823, na obra Zuträge zur Sammlung exotischer Schmetterlinge, volume 2, ao nomear sua espécie-tipo, Atyria isis, coletada no Brasil (descrição número 193.); um espécime fêmea "Obtido do Sr. Frank".[1][2][3][4]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAtyria
Atyria isis foi a primeira espécie a receber o nome Atyria, no ano de 1823; esta a ilustração proveniente de sua descrição original por Jacob Hübner.[1]
Atyria isis foi a primeira espécie a receber o nome Atyria, no ano de 1823; esta a ilustração proveniente de sua descrição original por Jacob Hübner.[1]
Atyria lemonia; ilustração retirada dos Proceedings of the Zoological Society of London, 1890.
Atyria lemonia; ilustração retirada dos Proceedings of the Zoological Society of London, 1890.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Lepidoptera
Superfamília: Geometroidea
Família: Geometridae
Subfamília: Sterrhinae
Género: Atyria
Hübner, 1823[2][3]
Espécie-tipo
Atyria isis
Hübner, 1823[1]
Distribuição geográfica
As mariposas, ou traças, do gênero Atyria são encontradas no sudeste da região neotropical (em verde, no mapa).[1][2]
As mariposas, ou traças, do gênero Atyria são encontradas no sudeste da região neotropical (em verde, no mapa).[1][2]
Espécies
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Coloração e mimetismo

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Mariposas Atyria são insetos que costumam ter colorações em amarelo e negro nas suas asas, porém, em algumas espécies, como em Atyria commoda, as cores são alaranjadas.[5] Essas cores são imitadas por borboletas, como Riodinidae, e mariposas de outras famílias, como Erebidae (subfam. Arctiinae), ou por outros gêneros de sua própria família, como Cyllopoda ou Atyriodes,[6][7][8] construindo o que os cientistas costumam chamar de "anel mimético", que constitui-se, neste caso, de grupos de espécies pertencentes principalmente a sete famílias distintas e uma superfamília (Geometridae, Notodontidae, Hesperiidae, Nymphalidae, Erebidae (subfam. Arctiinae), Riodinidae, Noctuidae e Pyraloidea) com diferentes graus de impalatabilidade (de gosto desagradável para seus predadores), juntamente com espécies palatáveis (perfeitamente comestíveis) que convergiram para um mesmo padrão de coloração, mimetizando-se umas às outras através de seleção natural.[9][10]

Espécies

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De acordo com o Global Biodiversity Information Facility; com asterisco (*) estão as espécies registradas para o Brasil (fonteː SiBBr - Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira).

  • Atyria albifrons Prout, 1916
  • Atyria alcidamea (Druce, 1890)
  • Atyria allogaster (Prout, 1918)
  • Atyria basina (Boisduval, 1870)*
  • Atyria centralis (Dognin, 1911)
  • Atyria chibcha (Schaus, 1892)*
  • Atyria circumdata (Maassen, 1890)
  • Atyria commoda Prout, 1938
  • Atyria compensata (Dognin, 1906)
  • Atyria dichroa (Perty, 1833)*
  • Atyria dichroides Prout, 1916*
  • Atyria dubia (Schaus, 1892)*
  • Atyria durnfordi (Druce, 1899)*
  • Atyria fumosa Kohler, 1924
  • Atyria gracillima (Warren, 1907)
  • Atyria isis Hübner, 1823*
  • Atyria lemonia (Druce, 1890)
  • Atyria limbata (Butler, 1873)
  • Atyria matutina (Walker, 1864)*
  • Atyria mnemosyne Prout, 1916
  • Atyria nanipennis (Warren, 1900)
  • Atyria portis Prout, 1938
  • Atyria quadriradiata (Weymer, 1901)
  • Atyria quicha (Schaus, 1892)
  • Atyria sciaulax Prout, 1938
  • Atyria stenochora (Prout, 1918)*
  • Atyria subdichroa Dognin, 1900
  • Atyria triradiata Prout, 1938
  • Atyria vespertina (Walker, [1865])
  • Atyria volumnia (Druce, 1899)[2][3]
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Na cultura popular do Brasil o gênero Atyria, transformado em borboleta e com sua grafia modificada, se tornou conhecido a partir de 1951 com o lançamento do livro, romance policial de literatura infantojuvenil da escritora Lúcia Machado de Almeida, Atíria, a borboleta, posteriormente, em 1972, com o seu título remodelado para O caso de Atíria, a borboleta e finalmente para O caso da borboleta Atíria a partir de 1975; figurando na Série Vaga-Lume[12] e a partir daí até o século XXI apresentando uma ilustração semelhante à espécie Atyria basina em sua capa,[13][14] feita por Milton Rodrigues Alves.[12]

Referências

  1. a b c d Savela, Markku. «Atyria Hübner, 1823» (em inglês). Lepidoptera and some other life forms. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  2. a b c d «Atyria Hübner, 1823». SiBBr - Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  3. a b c «Atyria Hübner, 1823» (em inglês). GBIF. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  4. Hübner, Jakob (1819–1823). «Zuträge zur Sammlung exotischer Schmettlinge, Vol. 2» (em alemão). Internet Archive. p. 31. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  5. OasisLinda (3 de maio de 2023). «GE Atyria commoda» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  6. a b «MIMETISMO ENTRE BORBOLETAS RIODINIDAE E MARIPOSAS NOTODONTIDAE, GEOMETRIDAE E ARCTIIDAE». NetNature. 23 de outubro de 2014. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  7. «MARIPOSA ATIRIODES». NetNature. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  8. Campis, Marcos Cesar (26 de abril de 2019). «Cyllopoda claudicula (Dalman, 1823)». Flickr. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Familia: Geometridae. 
  9. Jesus, Thyelen Engel de (2021). «Anéis miméticos de borboletas da Serra do Japi e sua comparação com diferentes florestas Neotropicais.» (PDF). XXIX Congresso de Iniciação Científica da UNICAMP. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  10. Lewis, Delano S.; Covell Jr, Charles V. (2008). «Review of the Neotropical genus Cyllopoda (Lepidoptera: Geometridae: Sterrhinae: Cyllopodini)» (em inglês). Tropical Lepidoptera Research 18(2) (ResearchGate). 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  11. «Xanthoarctia pseudameoides Rothschild, 1909» (em inglês). GBIF. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  12. a b Padovani, Daniel Medeiros (10 de março de 2014). «Lúcia Machado de Almeida: Atíria, a borboleta (1951) / O caso da borboleta Atíria (1975)». Blogger. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  13. Menéndez, Guillermo (28 de julho de 2023). «(Atyria basina)» (em espanhol). EcoRegistros - Registros Ecológicos de la Comunidad. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024 
  14. Sebo Porão. «Livro O Caso Da Borboleta Atíria - Lúcia Machado De Almeida [1980]». Wayback Machine. 1 páginas. Consultado em 26 de dezembro de 2024. Arquivado do original em 26 de dezembro de 2024 

Ligações externas

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Anel mimético com Atyria e outros taxa (in Seitz, A.; The Macrolepidoptera of the World. Volume 8. Ilustração nº 17. 1931.)

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