Euphorbia tirucalli é um arbusto da família das euforbiáceas, composto basicamente por caules verdes que se subdividem, e que produzem uma seiva tóxica e cáustica, capaz de cegar.[1]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaEuphorbia tirucalli
Euphorbia tirucalli
Euphorbia tirucalli
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Subclasse: Magnoliidae
Ordem: Malpighiales
Família: Euphorbiaceae
Género: Euphorbia
Espécie: Euphorbia tirucalli
Nome binomial
Euphorbia tirucalli
Linnaeus

Ela serve como fonte de alimentação de camelos.[2]

Nomes populares

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É conhecido por uma ampla variedade de nomes comuns:

  • almeidinha[3]
  • árvore-de-são-sebastião
  • árvore-do-coral-de-são-sebastião[4]
  • árvore-do-lápis
  • árvore-lápis
  • árvore-palito
  • aveloz (grafia inglesa)[3] ou alveloz (por corrupção de aveloz)
  • cachorro-pelado
  • cassoneira[3]
  • cega-olho[4]
  • cerca-do-diabo e cerca-viva (por utilização)
  • coral-de-são-sebastião
  • coral-verde[4]
  • coroa-de-cristo
  • dedinho
  • dedinho-verde
  • dedo-de-anjo
  • dedo-do-diabo[4]
  • dente-de-cão[4]
  • espinho-de-cristo
  • espinho-de-judeu
  • espinho-italiano
  • esqueleto
  • figueira-do-diabo
  • fuxico
  • gaiolinha
  • garra-do-diabo
  • graveto-do-cão
  • graveto-do-diabo[4]
  • homem-nu
  • labirinto[4]
  • leite-de-nossa-senhora
  • mata-verruga[4]
  • palito-de-fogo (por coloração avermelhada)
  • pau-de-leite
  • pau-do-diabo
  • pau-liso
  • pau-pelado
  • pau-sobre-pau
  • pinheirinho
  • pinheiro-do-diabo

Características

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O arbusto tem uma ampla distribuição na África, presente no nordeste da África Central e Austral. Também pode ser nativo de outras partes do continente, bem como de algumas ilhas vizinhas e da Península Arábica. Foi introduzido em muitas regiões tropicais. Seu status na Índia é incerto. Cresce em áreas secas e é muitas vezes usado para alimentar o gado ou como cobertura. Diferenças na ramificação e variação nas cores (tons rubros e alaranjados) podem indicar subspécies, porém a planta carece de maiores estudos.[5]

A Euphorbia tirucalli produz uma seiva branca venenosa (látex), que pode ser facilmente convertida em gasolina. Isso levou o químico Melvin Calvin a propor a exploração da seiva desse arbusto como substituto do petróleo. Este uso é particularmente atraente devido à capacidade do arbusto de crescer (rapidamente) em terras que não são adequadas à sua produção. Calvin estimou que 10 a 50 barris de petróleo por hectare seriam possíveis. Essa seiva também foi utilizada na produção de borracha, porém sem muito sucesso.

Essa seiva também tem usos em medicina alternativa, em muitas culturas. Tem sido usada para tratar cancros, excrescências, tumores e verrugas em lugares diversos como Brasil, Índia, Indonésia e Malásia. Porém, usada em grandes quantidades, é extremamente nociva à saúde.

Conforme o Jornal Folha de S. Paulo, estudos do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, mostram que essa planta conseguiu estabilizar o quadro clínico de uma pessoa doente com câncer, em estado terminal, e que também foi eficaz no alívio das dores.[6] Porém, em estudo realizado com ratos (Rattus norvegicus) sobre os efeitos mutagênicos causados pela Euphorbia tirucalli em células da medula óssea, verificou-se que seu extrato aumentou a quantidade de mutações nos ratos, e assim pode também causar câncer, fato que demonstra que mais estudos controlados são necessários para conhecer seus reais efeitos sobre o corpo humano, e que deve-se ter cautela no uso desta planta para fins medicinais.[7]

Primeiros socorros

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A seiva leitosa da Euphorbia tirucalli é extremamente corrosiva e tóxica. Em contato com a pele causa queimaduras graves; em contato com os olhos pode causar dor intensa e cegueira temporária de até sete dias. Se ingerida, pode causar queimaduras na boca, lábios e língua. Se ingerir a seiva, o indivíduo deve procurar assistência médica.

A ingestão do látex ou de preparados feitos a partir da seiva da avelós pode causar náuseas, vômitos e diarreia.[8]

Ver também

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Referências

  1. Folha: Planta usada para chá pode virar 1º quimioterápico brasileiro
  2. Mirkena, Tadele; Walelign, Elias; Tewolde, Nega; Gari, Getachew; Abebe, Getachew; Newman, Scott (21 de dezembro de 2018). «Camel production systems in Ethiopia: a review of literature with notes on MERS-CoV risk factors». Springer Science+Business Media. Pastoralism (em inglês). 30 páginas. ISSN 2041-7136. PMC 7099212 . PMID 32226597. doi:10.1186/s13570-018-0135-3. Consultado em 2 de maio de 2024 
  3. a b c Gabriella Harriet Schmelzer; Ameenah Gurib-Fakim; PROTA Foundation (2008). Medicinal Plants. [S.l.]: PROTA. p. 296. ISBN 978-90-5782-204-9 
  4. a b c d e f g h Julio Seabra Inglez Souza; Aristeu Mendes Peixoto; Francisco Ferraz de Toledo (1995). Enciclopédia agrícola brasileira: A-B. [S.l.]: EdUSP. p. 2. ISBN 978-85-314-0129-9 
  5. Juliani; et al. (2013). «Euphorbia tirucalli L. (Euphorbiaceae) – The Miracle Tree: Current Status of Knowledge, in African Natural Plant Products Volume II: Discoveries and Challenges in Chemistry, Health, and Nutrition» (em inglês). ACS Symposium Series, American Chemical Society. Consultado em 14 de julho de 2018 
  6. Capa da Folha de S. Paulo - Avelós pode curar o câncer
  7. Christofolli, Simone; Zaions, Maria Ignez (2009). Avaliação do efeito mutagênico do avelóz (Euphorbia tirucalli L.) através do teste de micronúcleos em células medula ósea de ratos (Rattus novergicus, Linhagem Wistar ) in vivo. [S.l.]: Universidade do Oeste de Santa Catarina 
  8. «SERVIÇO DE INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS». Extensio - Revista Eletrônica de Extensão. Consultado em 10 de janeiro de 2016