Axé (gênero musical)
Axé, ou axé music, é um movimento musical e um gênero musical que se configura como um “rótulo” para um conjunto de ritmos que surgiram no estado da Bahia ao longo dos anos nas manifestações populares do Carnaval de Salvador e que tem como marco mercadológico nacional o lançamento do disco “Magia”, de Luiz Caldas, no ano de 1985.[1]
Axé music não é um único ritmo, como alguns pensam erroneamente, conforme manifestações dos precursores e criadores do gênero e movimento musical.[2] [3][4]Nesse sentido, pode-se exemplificar como uma fonte esclarecedora o documentário “Axé: Canto do Povo de um Lugar”, dirigido por Chico Kertézs, onde os artistas e músicos como Caetano Veloso, Ivete Sangalo e Letierres Leite exploram a diversidade rítmica do axé music, a qual inclui ritmos percussivos afro-baianos criados ao longo das últimas décadas, como o samba-reggae, o galope e o pagodão(pagode baiano).
A palavra "axé" é uma saudação religiosa usada no candomblé, que significa energia positiva.[5][6] Expressão corrente no circuito musical soteropolitano, ela foi anexada à palavra em inglês "music" pelo jornalista Hagamenon Brito em 1987 para formar um termo que designaria pejorativamente aquela música dançante com aspirações internacionais.[7][6]
Com o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo como alguns dos maiores nomes já produzidos Luiz Caldas, Daniela Mercury, Cheiro de Amor, Ivete Sangalo, Xanddy, Claudia Leitte, Léo Santana, Margareth Menezes, Durval Lelys, Bell Marques, Rachel Reis, Alinne Rosa, Tomate, Parangolé, Gilmelândia, Timbalada, Babado Novo,Carlinhos Brown, É O Tchan, Banda Eva, Márcia Castro, Saulo Fernandes, Psirico, Igor Kannário, Jammil e Uma Noites, Olodum, Banda Didá, Baiana System, Filhos de Jorge, Jau, Tony Salles, Ricardo Chaves, Afrocidade, Ilê Ayê, Márcia Freire, Carla Visi, DIDENGO, Carla Cristina, Emanuelle Araújo, Aila Menezes, Pedro Pondé, Cortejo Afro, Ed City, Araketu, entre outros.
A canção We Are the World of Carnaval composta em 1988 por Nizan Guanaes especialmente para a campanha beneficente de arrecadação de fundos das Obras Sociais Irmã Dulce.[8] Foi lançada em 28 de novembro de 1988 por um grupo de jovens artistas que estavam encabeçando o movimento de expansão do axé naquele momento, e fortaleceu o dito, novos nomes da música baiana, entre eles Margareth Menezes, Daniela Mercury, Durval Lélys e Ricardo Chaves. É considerada o hino do carnaval baiano e é sempre uma das mais executadas a cada ano no Carnaval de Salvador e nas micaretas no Brasil.[9][10]
Os pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo Moura.[11]
História
editarOrigens, ascensão e continuidade
editarCom o impulso da mídia, o axé music rapidamente se espalhou por todo o país (com a realização de carnavais fora de época, as chamadas micaretas), e fortaleceu-se como potencial mercadológico, produzindo sucessos durante todo o ano, tendo, como alguns dos maiores nomes, Luiz Caldas, Daniela Mercury, Cheiro de Amor, Ivete Sangalo, Xanddy, Claudia Leitte, Léo Santana, Margareth Menezes, Durval Lelys, Bell Marques, Rachel Reis, Alinne Rosa, Tomate, Parangolé, Gilmelândia, Timbalada, Babado Novo, Carlinhos Brown, É O Tchan, Banda Eva, Parangolé, Márcia Castro, Saulo Fernandes, Psirico, Igor Kannário, Jammil e Uma Noites, Olodum, Filhos de Jorge, Pedro Pondé entre outros.
A canção We Are the World of Carnaval composta em 1988 por Nizan Guanaes especialmente para a campanha beneficente de arrecadação de fundos das Obras Sociais Irmã Dulce.[12] Foi lançada em 28 de novembro de 1988 por um grupo de jovens artistas que estavam encabeçando o movimento de expansão do axé naquele momento, e fortaleceu o dito, novos nomes da música baiana, entre eles Margareth Menezes, Daniela Mercury, Durval Lélys e Ricardo Chaves. É considerada o hino do carnaval baiano e é sempre uma das mais executadas a cada ano no Carnaval de Salvador e nas micaretas no Brasil.[13][14]
Os pioneiros do gênero foram os músicos da renomada banda Acordes Verdes, que acompanhava Luiz Caldas e eram músicos de estúdio da W.R, em Salvador. O principal arranjador do estúdio, na altura, era o compositor Alfredo Moura.
A origem do carnaval de Salvador como conhecemos hoje estão na década de 1950, quando Dodô e Osmar começaram a tocar o frevo pernambucano em guitarras elétricas de produção própria — batizadas de guitarras baianas — em cima de uma fobica (um Ford 1929). Nascia o trio elétrico, atração do carnaval baiano para a qual Caetano Veloso chamou a atenção do país em 1975 na canção "Atrás do Trio Elétrico". Mais tarde, Moraes Moreira, dos Novos Baianos, teria a ideia de subir num trio (que era apenas instrumental) para cantar — foi o marco zero da tradição de cantores "puxando" os trios elétricos. A partir da década de 1960, paralelamente ao movimento dos trios, aconteceu o da proliferação dos blocos afro: Filhos de Gandhi (do qual Gilberto Gil faz parte), Badauê, Ilê Aiyê, Muzenza, Araketu e Olodum. Eles tocavam ritmos afro como o ijexá e o samba (utilizando alguns instrumentos musicais da percussão, comuns nas baterias das escolas de samba do Rio de Janeiro).
A axé music propriamente dita nasceu no estúdio WR, no bairro da Graça, em Salvador, com a formação de um grupo de músicos jovens que viria a substituir a banda residente, comandada por Toninho Lacerda (irmão do pianista Carlos Lacerda). O primeiro, da nova leva, a ser contratado foi o baterista Cesinha. Depois dele, o compositor, pianista e arranjador Alfredo Moura, que na época estudava composição e regência na escola de música da Universidade Federal da Bahia, tendo, como professores: Lindembergue Cardoso, Ernst Widmer, Jamary Oliveira, Paulo Costa Lima, entre outros. Luiz Caldas veio em seguida, trazendo o percussionista Tony Mola. Carlinhos Brown foi o último, dessa leva, a entrar, tendo sido submetido a uma audição e sendo aprovado já por Alfredo Moura, na altura o principal arranjador do estúdio.[15]
Essa banda que se formou do encontro de músicos contratados originaria a banda Acordes Verdes, que daria início ao movimento. Os arranjos de Alfredo Moura mostrariam ser fundamentais para o estabelecimento do novo estilo musical, pois encontrou um tipo de linguagem popular e altamente comunicativa que possibilitou a divulgação dessa nova música nas rádios e televisões por todo o Brasil.[15] Nos arranjos, notam-se elementos vindos de diversas culturas musicais e que interagiam de forma homogênea apesar da diversidade da origem. A música tinha características baianas e fazia referências ao passado enquanto se posicionava com o presente.
O movimento adquiriu força e os arranjos e a estética original foram intensamente copiados, evoluindo para novas leituras e estilos, tendo uma durabilidade impressionante em termos de música popular brasileira.[15]
Estava criado, então, um polo criador, um centro musical poderoso, e o estilo, concebido por Alfredo Moura com a ajuda dos músicos da banda Acordes Verdes, principalmente Carlinhos Brown, se tornaria referência para as três gerações vindouras, colocando a música da Bahia num cenário pioneiro, dinâmico, e inovador.[16][15]
O estilo nasceu com carga pejorativa e sem saber a que servia. Hoje, ainda há polêmica na hora de definir a quais músicas o termo se aplica, mas todos fazem coro num ponto: seu papel foi o de fundar um novo mercado musical.— [17]
Sob a influência das letras e canções de Bob Marley nos ouvidos, surgiu, no Olodum — sob a batuta do mestre Neguinho do Samba —, um ritmo que misturava reggae e samba, num estilo com forte caráter de afirmação da negritude, que fez sucesso em Salvador a partir da década de 1980: o samba-reggae. Posteriormente, artistas como Gerônimo, Banda Reflexu's e a Banda Mel aderiram a essa novidade rítmica, lançando canções que chegavam ao Sudeste em discos na bagagem dos que lá passavam férias. Em meados da década de 1980, mais precisamente em 1985, Luiz Caldas e Paulinho Camafeu compuseram juntos o primeiro sucesso nacional daquela cena musical de Salvador: "Fricote (Nega do cabelo duro)", gravado por Luiz Caldas. O ritmo era o deboche, criado por Alfredo Moura e Carlinhos Brown. O arranjo inovador e de alta qualidade técnica foi marcante para que a canção (de apenas dois acordes) se tornasse um dos maiores sucessos brasileiros. A canção imediatamente tornou-se um hit e espalhou-se por todo o país, virando um marco para o axé.[16] Com uma introdução épica, onde os teclados simulando metais eram precedidos por uma percussão dançante, a canção traduzia a necessidade de afirmação de uma geração de músicos que não queria ficar no ostracismo causado pela fuga de artistas para o eixo Rio–São Paulo.
Uma nova geração de estrelas aparecia para o Brasil: Banda Reflexu's (do sucesso "Madagascar Olodum"), Sarajane (do clássico "A Roda"), Cid Guerreiro (do "Ilariê, gravado por Xuxa), Chiclete com Banana (que vinha de uma tradição de bandas de baile), banda Cheiro de Amor (com Márcia Freire) e Margareth Menezes (a primeira a engatilhar carreira internacional, com a bênção do líder da banda americana de rock Talking Heads, David Byrne). No início da década de 1990, o Olodum foi convidado pelo cantor e compositor americano Paul Simon para gravar participação no disco The Rhythm of The Saints. Posteriormente, tocou com Michael Jackson no videoclipe da canção "They Don't Care About Us" nas ruas do Pelourinho e teve outras parcerias com artistas internacionais e nacionais, que aumentaram a visibilidade do grupo.[18] A modernidade das guitarras se encontrava com a tradição dos tambores em mistura de alta octanagem.
Aquela nova música baiana avançaria mais ainda na direção do pop em 1992, quando o Araketu resolveu injetar eletrônica nos tambores, e o resultado foi o disco homônimo Araketu, gravado pelo selo inglês independente Seven Gates, e lançado apenas na Europa. No mesmo ano, Daniela Mercury lançaria O Canto da Cidade, e o Brasil se renderia de vez ao axé. Aberta a porta, vieram Asa de Águia, Banda Eva (que nasceu do Bloco Eva e revelou Ivete Sangalo), Banda Mel (que depois assinaria como Bamdamel), Cheiro de Amor (que revelou Alinne Rosa) Ricardo Chaves, Babado Novo (que revelou Claudia Leitte) etc. A explosão comercial do axé passou, no entanto, longe da unanimidade. Dorival Caymmi reprovou suas qualidades artísticas, Caetano Veloso as endossou. Das tentativas de incorporar o repertório das bandas de pop rock, nasceu a marcha-frevo, que transformou sucessos como "Eva" (Rádio Táxi) e "Toda Menina Baiana" (Gil) em mais combustível para a folia.
Enquanto o axé music se fortalecia, alguns nomes buscavam alternativas criativas para a música baiana. O mais significativo deles foi a Timbalada, grupo de percussionistas e vocalistas liderado por Carlinhos Brown (cuja música "Meia Lua Inteira" tinha estourado na voz de Caetano Veloso em 1989), veio com a proposta de resgatar o som dos timbales, que há muito tempo estavam restritos à percussão dos terreiros de candomblé, agregando-os ao ritmo galope. Paralelamente à Timbalada, Brown lançou dois discos solo – Alfagamabetizado (1996) e Omelete Man (1998), arranjados por Alfredo Moura. Com sua incorporação de várias tendências do pop e da MPB à música baiana, Brown obteve grande reconhecimento no exterior. Além disso, ele desenvolveu um trabalho social e cultural de alta relevância entre a população da comunidade carente do Candeal, no bairro de Brotas, em Salvador, com a criação do espaço cultural Candyall Guetho Square, o grupo de percussão Lactomia (para formar uma nova geração de instrumentistas) e a escola de música Pracatum. Enquanto isso, os nomes de sucesso da música baiana multiplicavam-se: juntaram-se o ex-Beijo Netinho e Gilmelândia, a girl band As Meninas, o É o Tchan, Jammil e Uma Noites, Xanddy com o Harmonia do Samba, o grupo Psirico alterando a célula percussiva e criando o ritmo pagodão como conhecemos hoje, o cantor Tomate, a banda Terra Samba (com vendas extraordinárias de disco), Ivete Sangalo em carreira solo etc.
Em 2017, a revista norte-americana Billboard abriu uma enquete para saber quem é a "Rainha do Carnaval de Salvador" na lista estava as principais cantoras do axé music, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte e Alinne Rosa.
Nos anos 2020 nomes mais atuais como Rachel Reis, Filhos de Jorge, Pedro Pondé, DH8, Jhaca, Mari Antunes (Babado Novo), Felipe Pezzoni (Banda Eva), Rafael (Jammil e uma Noites), Lincoln (Parangolé), Léo Santana, Aila Menezes, Afrocidade, Baiana System, Márcia Castro etc., e nomes mais tradicionais Como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Saulo Fernandes, Xanddy, Psirico etc. promovem a continuidade do gênero com novos ares, mantendo o samba-reggae, o pagodão e o galope se renovando com novas influências da música mundial.
É relevante observar, por fim, que não foi e não é incomum a negação do uso do “rótulo” axé music por diversas das bandas que executam os ritmos criados no âmbito desse movimento, inclusive Chiclete com Banana (nos anos iniciais) e a Baiana System mais recentemente. Há visões sobre o axé music ter se tornado uma indústria de dinheiro rotulando ritmos que acabariam sendo apagados. Não obstante, a retomada da história do axé music através de documentários e estudos sobre o gênero musical, bem como debates sobre a influência das religiões de matrizes africanas na percussão de todos os ritmos da axé music têm promovido uma reflexão e uma retomada das questões relativas à origem do rótulo: ele foi uma ressignificação de uma adjetivação usada pejorativamente por razões racistas contra toda música afro-baiana que estava surgindo no âmbito do carnaval de Salvador. Desse modo: mais do que uma mera indústria de dinheiro, axé music é música de resistência e de afirmação da afro-baianidade através das células de percussão inovadoras criadas ao longo dos anos pelo povo de Salvador, cidade com população predominantemente afrodescendente.
Ver também
editar- Música no Brasil
- Cultura da Bahia
- As Donas do Canto: O Sucesso das Estrelas-Intérpretes no Carnaval de Salvador
- Festival Axé Brasil
- Álbuns
Referências
- ↑ «Axé – Canto do Povo de um Lugar». Wikipédia, a enciclopédia livre. 21 de junho de 2024. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- ↑ «Letieres diz que 'não existe o ritmo axé music' e critica indústria que organizou movimento - Bahia Notícias». www.bahianoticias.com.br. 22 de fevereiro de 2020. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- ↑ «Luiz Caldas: 'O axé não é um gênero musical, é uma forma de se fazer música, é como um grande liquidificador' | Cultura». O Globo. 25 de janeiro de 2025. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- ↑ «Em alta: Leo Santana lidera ranking de artistas de Axé Music mais ouvidos em 2024 - Bahia Notícias». www.bahianoticias.com.br. 30 de janeiro de 2025. Consultado em 31 de janeiro de 2025
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ a b GUERREIRO, Almerinda (2000). A trama dos tambores. a música afro-pop de Salvador. [S.l.]: Editora 34. ISBN 9788573261752
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
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- ↑ «Nizan Guanaes diz que Salvador virou "favelão" e ataca Bell, do Chiclete com Banana». Uol. Consultado em 10 de setembro de 2016. Arquivado do original em 23 de setembro de 2016
- ↑ «We Are the World of Carnaval». Carnaxé. Consultado em 10 de setembro de 2016
- ↑ «Nizan Guanaes vai receber uma nota do Ecad». Bahia Notícias. Consultado em 10 de setembro de 2016
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- ↑ a b c d SANTANNA, Marilda. As donas e as vozes: uma interpretação sociológica do sucesso das estrelas- intérpretes no carnaval de Salvador (PDF). [S.l.]: UFBA
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- ↑ ARANHA, Ana (7 de fevereiro de 2005). «Vinte anos de baianidade» 351 ed. Revista Época. Consultado em 15 de setembro de 2012
- ↑ "They Don't Care About Us" - Michael Jackson. UOL Mais.
Ligações externas
editar- Ijexá (ritmo)WR BAHIA
- Cliquemusic. Matéria sobre o Axé Music, por Silvio Essinger.
- RI UFBA. A indústria fonográfica mundial e o axé music na Bahia, por Gustavo Casseb Pessoti, 2000.
- SciELO. Axé music: mitos, verdades e world music, por Armando Alexandre Castro, em 14 de outubro de 2009.
- Portal Terra. Axé 30 Anos: quais coreografias você dançou mais?, em 12 de junho de 2015.