Bairro de Fátima

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O Bairro de Fátima é um sub-bairro do Centro da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.[1][2][3] Tem cerca de 4 000 habitantes. É limitado pela Praça Presidente Aguirre Cerda, pelo bairro da Lapa e pelo bairro de Santa Teresa. A vizinhança é primordialmente residencial de classe média, com muitos descendentes de espanhóis e portugueses. A Rua do Riachuelo, principal rua próxima à região, concentra um grande comércio que vai desde supermercados e hotéis até casas de shows. O logradouro possui fácil acesso aos principais bairros da cidade, como Glória, Catete, Flamengo, Tijuca e, em poucos minutos, ao resto do Centro da cidade. É circunscrição do Segundo Registro Geral de Imóveis.

A avenida Nossa Senhora de Fátima

História

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Fundado em 13 de maio de 1935, originou-se a partir da expansão de uma colônia de imigrantes portugueses que vieram para o Brasil por ocasião do Estado Novo português, foragidos do regime ditatorial de Salazar. Por sua localização privilegiada, entre o Centro e Santa Teresa, pouco a pouco o bairro passou a concentrar ainda grande parte dos imigrantes italianos e espanhóis que se estabeleciam na cidade e que atuavam no comércio do bairro.

O primeiro comércio do Bairro de Fátima surgiu em 1948 - o Bar e Restaurante Fátima. Seu dono, o português Antero Ribeiro, viveu no local até o início dos anos 1960, mudando-se depois para a Tijuca, mas deixando lá herdeiros que, até hoje, habitam o bairro. O comércio local também foi marcado pela presença de uma pizzaria que fez história por mais de quarenta anos: a Gruta de Fátima, fundada por uma família de italianos que vivia em Santa Teresa.

Em 13 de maio de 1951, no bojo das celebrações em homenagem à padroeira da região, inaugurou-se o Nicho Paroquial de Nossa Senhora de Fátima, localizado na Praça Presidente Aguirre Cerda, ao lado da atual Escola Municipal Guatemala. Carinhosamente conhecido pela população local como Santinha, o Nicho Paroquial tem uma história peculiar: foi uma iniciativa da Comissão Pró-Melhoramentos do Bairro de Fátima, presidida na época, por Eduardo Raimundo Rodrigues, com o apoio do cardeal Jaime de Barros Câmara e pela então Prefeitura do Distrito Federal e constituiu-se ao longo do tempo numa referência do bairro. Participavam ainda da Comissão, na qualidade de administradores, o general Ângelo Mendes de Moraes; o doutor João Carlos Vidal; o coronel Dulcídio do Espírito Santo Cardoso e o embaixador Francisco Negrão de Lima, além do doutor José Joaquim Sá Freire Alvim.

 
Rua do Riachuelo, próxima ao Bairro de Fátima

Após anos sofrendo com o processo de esvaziamento urbano do Centro da cidade, o Bairro de Fátima vem passando por um processo de gentrificação devido às intervenções urbanísticas que recebeu durante o Projeto Rio-Cidade e a revitalização do seu entorno em virtude do grande volume de investimentos que vêm sendo realizados pela iniciativa privada na região da Lapa, tanto em termos de lançamentos imobiliários quanto de novos bares, restaurantes e casas de espetáculos.

Com a revalorização do Centro como local de moradia, o Bairro de Fátima recupera aos poucos seu caráter histórico, marcado pela proximidade física com o Centro da cidade, mas também por uma certa tranquilidade que o diferencia e o isola das áreas mais comerciais.

Tal tranquilidade, no entanto, é cada vez mais ameaçada pelos frequentadores e bares da região, que costumam ter apresentações de música ao vivo, churrascos populares na praça, entre outros. A praça, por ser contornada geograficamente por Santa Teresa (que fica em um nível mais elevado), cria uma concha acústica que amplifica os sons da rua e gera perturbação aos moradores da mesma e da praça. Desde antes da pandemia, no decorrer da mesma e após, os comércios da região tem tido cada vez menos respeito pelo fator residencial e de calmaria que é a característica principal do bairro.

Localização

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O bairro consiste em uma avenida (Avenida Nossa Senhora de Fátima) sem saída, com uma praça em seu final (Praça Presidente Aguirre Cerda). Esta praça é ladeada por duas pequenas ruas de mesmo nome (Rua Guilherme Marconi), que dão acesso a escadarias que ligam o bairro às ruas Monte Alegre e Dom Sebastião Leme, em Santa Teresa. No início da subida da Avenida Nossa Senhora de Fátima, à direita, surge uma pequena rua (Rua Das Graças), que também possui um pequeno largo no seu final (a Praça Almirante Jaceguai). Com quatro escadarias em torno de suas praças, é uma das principais entradas de pedestres para Santa Teresa.

As ruas Riachuelo, Tadeu Kosciusko e Carlos Sampaio são comumente incluídas quando se fala da região; devido à falta de delimitação oficial, não é claro se fazem parte ou não. Não é difícil ver moradores distantes da avenida principal citarem o nome do bairro, muitas vezes, para evitar o preconceito comum contra o morador do Centro da cidade. No entanto, o entendimento mais comum é de que o Bairro de Fátima tem esse nome por causa da Avenida Nossa Senhora de Fátima, seu formato pacato e residencial, diferente das outras ruas da região.

Transportes

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O bairro é servido há décadas por uma linha de ônibus circular (010/C10), que faz um percurso curto: originalmente Mauá-Fátima e, desde a volta pós-pandemia, Fátima-Central. Até o final dos anos 1960, também faziam ponto final no bairro duas linhas de ônibus: 126-Bairro de Fátima/Leblon (via Copacabana), operada pela extinta Transportes Mosa e 166-Bairro de Fátima/Leblon (via Jóquei), pela extinta Transportes Helena.

O bairro também é servido por uma linha do tradicional Bonde de Santa Teresa, na ligação entre a Rua Francisco Muratori e o Largo da Carioca, passando pelo início do bairro de Santa Teresa e atravessando o Aqueduto da Carioca.

Educação

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  • Escola Municipal Guatemala.

Eventos

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  • Procissão de Nossa Senhora de Fátima em 13 de maio e em 13 de outubro;
  • Desfile canavalesco da Banda do Bairro de Fátima (paralisada);
  • Ensaios da bateria e desfile do Bloco do Bairro de Fátima (paralisado);
  • Tradicional Festa Agostina.

Moradores ilustres

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Dentre seus moradores ilustres, pelo bairro de Fátima passaram:

 
Commons
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Referências