Bandog

cruzamento entre cães molossos para guarda

Bandog, ou Bandogge, é um termo que designa cães de trabalho sem raça definida (mestiços), geralmente molossóides, gerados especificamente para a função de cão de guarda. Podem também atuar secundariamente na caça de animais de grande porte, como de javalis e ursos.[1][2][3][4]

Bandog
Bandog
Bandog de Swinford
Nome original Bandog
Outros nomes Bandogge
Band-dog
Bondogge
Bande-dogge
Canis cathenarius
País de origem  Inglaterra e  Estados Unidos
Características
Peso 45-63 kg em média(35-75 kg em maioria e preferencial)
Altura 63-73 cm em média
Pelagem curto
Cor todas
Tamanho da ninhada 5-14 filhotes
Expectativa de vida 10-17 anos
Seção Focado principalmente na guarda e caça de javalis
Não é reconhecida por qualquer clube de cães

Historicamente o termo inglês "bandogge" (e suas variações) foi utilizado durante séculos na Inglaterra para se referir a qualquer cão de guarda que ficava amarrado durante o dia.[5]

O conceito desperta interesse no nicho dos criadores e apreciadores de cães de trabalho, em que saúde e desempenho são mais valorizados que beleza ou raça pura.

Modernamente, para obter um cão classificado como Bandog ou iniciar uma estirpe de Bandogs, geralmente são acasalados cães de presa e mastins de guarda de duas ou mais raças diferentes e temperamento individual aprovado através de testes de temperamento por profissionais capacitados, com o objetivo de agregar qualidades para resultar em um tipo de cão saudável, rústico, vigoroso, com forte aptidão para guarda, e, principalmente, bastante funcionalidade possuindo uma versatilidade física. A partir do momento em que o criador alcança o resultado inicial desejado, comumente passa à acasalar bandog com bandog ao longo de várias gerações, podendo ou não acrescentar novas raças ao decorrer da seleção genética, evitando sempre altos graus de consanguinidade.[6][7][8]

Seleções de Bandogs têm como vantagem a liberdade na criação e desenvolvimento, já que o criador da estirpe ou linhagem não precisa seguir padrões morfológicos que geralmente são impostos rigidamente à criações de cães de raça pura, além de ter a liberdade para realizar intercruzamentos entre raças diferentes ao seu gosto.[6][7][8] Os pedigrees são emitidos por alguns criadores mais estabelecidos para suas próprias produções, enquanto outros criadores mantêm registrado as árvores genealógicas de modo informal e privado.

A pelagem de um Bandog geralmente é curta e apresenta-se em diversas cores, dependendo das raças utilizadas nos cruzamentos. Algumas cores comuns são: tigrado, preto, azul (cinza), marrom, castanho, e amarelo.[1][1]

Etimologia

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O termo Bandogge originalmente denotava um cachorro grande mantido em uma corrente. A palavra Band está relacionada com corrente ou corda, algo que servia para conter, prender ou amarrar. E a palavra "dogge" pode derivar do próprio inglês antigo "docga" que significa "cão poderoso, musculoso"; ou do Proto-germânico "dukkǭ" que significa "poder; força".[9][4] Bandogge: "cão (grande) de corrente".

História

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Bandog, gravura de 1790. Lembra vagamente um Cão de gado transmontano

Bandog antigo

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A nomeação "bandogge" surgiu na Inglaterra por volta do ano 1250, apesar de ser possivelmente citada em uma inscrição antes de 1006 (e até antes),[10] e era equivalente ao termo "cão de guarda", designando a função que um cão desempenhava. Portanto, não se referia a uma raça específica, contudo, considerando a região onde o termo surgiu, o uso da palavra pode ter sido mais direcionada aos cães que posteriormente deram origem ao Mastim inglês e ao Bulldog antigo. [11][4]

A nomenclatura "bandogge" foi utilizada durante séculos para se referir a qualquer cão de guarda de grande porte que ficava preso em correntes durante o dia.[5][12] Naturalmente, através dos anos e de acasalamentos entre cães de qualidade dentro da mesma utilidade e região, tornou-se algo como uma raça crioula ou land-race descrita por alguns autores da época.

Em 1570, Johannes Caius publicou um livro escrito em latim, que foi traduzido para o Inglês por Abraham Fleming em 1576 sob o nome de "Englishe Dogges", onde ele descreveu o Bandog como um "grande e teimoso cão, ardente, de corpo pesado". Caius também afirmou que, entre outras características:

"Mastim ou Bandogge é utilizável contra a raposa e o texugo, para conduzir os suínos selvagens para fora de prados e pastagens, e para morder e pegar o touro pelas orelhas, quando a ocasião assim exigir".[13][12]
— Johannes Caius,

 Englishe Dogges, 1576

Além disso, William Harrison, em sua Descrição da Inglaterra de 1586, descreve o tipo da seguinte forma:

"Mastim, Tie dog, ou "Band dog", assim chamado porque muitos deles são amarrados em correntes e cordas fortes durante o dia por serem perigosos, é um cão enorme, teimoso, mais feio, ardente, terrível e temível de se ver e muitas vezes mais feroz e cruel do que qualquer cur arcadiano ou corso."[13][12]
— William Harrison. Description of England, Chapter: Of Our English Dogs And Their Qualities -

 1586

Bandog morderno

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Quem resgatou este conceito perdido no tempo com o desaparecimento destes cães foi o veterinário americano John Swinford por volta de 1960, quando tentou criar o "melhor cão de guarda do mundo" (o cão Swinford bandog) a partir de cruzamentos entre Mastim inglês e Pit Bull de combate. No entanto, seu projeto foi interrompido com o seu prematuro falecimento em 1971. Porém, o conceito "bandog" resistiu e persiste nesta versão moderna até hoje. Um bom exemplo é a seleção de Joe Lucero (Joseph Lucero III), que denomina seus cães de American Bandogge Mastiff.

Geralmente são acasalados cães de tipo mastim e de tipo "cão de presa" que geralmente possui porte um pouco menor que o anterior, agregando assim, o tamanho e força do maior com a agilidade e tenacidade do menor, e um pouco do temperamento dos dois, ou a acentuação de um. O objetivo é produzir um cão de guarda rústico, funcional e saudável, com drive de caça, levando em conta os benefícios do vigor híbrido e a liberdade na criação, já que não são sujeitos a seguir padrões morfológicos.[14]

Principais raças utilizadas

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No desenvolvimento do Bandog moderno não há limitações sobre quais ou quantas raças utilizar, porém existem algumas raças que são mais comumente utilizadas nos programas de criação mais conhecidos, estas são:

A escolha das raças com aptidão para guarda e presa é seguida pela escolha de indivíduos com temperamento devidamente testado e aprovado por profissionais.

Ver também

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Referências

  1. a b c «El bandog:». www.molososyperrosdepresa.com (em espanhol). Consultado em 7 de abril de 2018 
  2. «O que é Bandog? - Bandog Brasil». Bandog Brasil. 27 de janeiro de 2016 
  3. «Nossa visão sobre o conceito Bandog - Bandog Brasil». Bandog Brasil. 26 de janeiro de 2016 
  4. a b c «Bandog». Bandog - American Sentinel K9, LLC. Consultado em 7 de abril de 2018 
  5. a b História do Bandog (em inglês)
  6. a b «El bandog:». www.molososyperrosdepresa.com (em espanhol). Consultado em 7 de abril de 2018 
  7. a b «Nossa visão sobre o conceito Bandog - Bandog Brasil». Bandog Brasil. 26 de janeiro de 2016 
  8. a b «Bandog». Bandog - American Sentinel K9, LLC. Consultado em 7 de abril de 2018 
  9. «docga - Wiktionary». en.wiktionary.org (em inglês). Consultado em 7 de abril de 2018 
  10. Wynn, M. B. (29 de março de 2011). History of The Mastiff - Gathered From Sculpture, Pottery, Carvings, Paintings and Engravings; Also From Various Authors, With Remarks On Same (A Vintage Dog Books Breed Classic) (em inglês). [S.l.]: Read Books Ltd 
  11. História do Bandog(em inglês)
  12. a b c American bandog - the history of the bandog(em inglês)
  13. a b História do Bandog(em inglês)
  14. Antonio, Luiz. «CÃES». www.solbrilhando.com.br. Consultado em 7 de abril de 2018 

Ligações externas

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