João Batista Viana Drummond

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João Batista Viana Drummond[nota 1] (Nova Era, 1º de maio de 1825Rio de Janeiro, 7 de agosto de 1897), também conhecido como Barão de Drummond, foi um empresário brasileiro.[1][2] Ficou conhecido por seu papel no desenvolvimento urbano e imobiliário do Rio de Janeiro durante o Brasil imperial.[3] Ele foi o idealizador da Vila Isabel, um dos primeiros bairros planejados da cidade, e do Jardim Zoológico de Vila Isabel, que se tornou o local de origem do famoso jogo do bicho.[4][5]

João Batista Viana Drummond
Nascimento 1 de maio de 1825
Nova Era
Morte 7 de agosto de 1897 (72 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade Brasileiro
Cidadania Brasil
Ocupação empresário

Biografia

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O Barão de Drummond

Drummond nasceu em Nova Era, então um distrito de Itabira, no estado de Minas Gerais. No início da década de 1870, mudou-se para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e iniciou sua trajetória empresarial. Com poucos recursos inicialmente, fez fortuna por meio de investimentos no mercado financeiro e outras formas de especulação, incluindo o mercado de ações e a compra e venda de terras.[3]

Com uma visão voltada para o urbanismo, ele adquiriu terras da família imperial, incluindo uma vasta chácara na região da serra do Engenho Novo, na zona norte da cidade. Em 1872, ele fundou a Companhia Arquitectônica, que se dedicou ao desenvolvimento de novos bairros no Rio. O primeiro e mais importante projeto dessa companhia foi a Vila Isabel, um dos primeiros bairros planejados no Brasil. A nova área foi projetada com ruas largas e alinhadas, inspiradas nas grandes avenidas europeias, e passou a ser um símbolo da modernização da cidade.[6]

Drummond também teve importantes parcerias com Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá, com quem esteve envolvido em diversas iniciativas de infraestrutura urbana, como a formação da Companhia de Carris de Ferro de Vila Isabel, que operava a linha de bondes entre o centro da cidade e o novo bairro.[7] Drummond foi ainda diretor da Estrada de Ferro Dom Pedro II, um dos empreendimentos mais famosos de Mauá.

Para valorizar a Vila Isabel, Drummond investiu também em fábricas e habitações operárias, com destaque para a construção da Fábrica Confiança Industrial e um zoológico, o Jardim Zoológico de Vila Isabel, inaugurado em 1888. Nesse mesmo ano, Drummond recebeu o título de barão pela corte imperial brasileira.[8]

Já no período republicano, em 1890, obteve autorização junto à Intendência Municipal para explorar jogos públicos no zoológico, incluindo um sorteio vinculado a 25 animais.[4][9][10][11] A loteria dos animais do zoológico, que originou o jogo do bicho, se popularizou rapidamente, ultrapassando os limites do local e se espalhando pelas ruas do Rio de Janeiro.[12] No entanto, o crescente sucesso do jogo levou as autoridades a questionar sua legalidade, resultando na rescisão do contrato com a prefeitura em 1895.[13][14] Mesmo com a proibição, o jogo continuou a se expandir clandestinamente, mas sem a participação de Drummond.[15]

Barão de Drummond faleceu no Rio de Janeiro em 7 de agosto de 1897.[1]

Notas

  1. A grafia original do nome do biografado, João Baptista Viana Drummond, deve ser atualizada conforme a onomástica estabelecida a partir do Formulário Ortográfico de 1943, por seguir as mesmas regras dos substantivos comuns (Academia Brasileira de Letras – Formulário Ortográfico de 1943). Tal norma foi reafirmada pelos subsequentes Acordos Ortográficos da língua portuguesa (Acordo Ortográfico de 1945 e Acordo Ortográfico de 1990). A norma é optativa para nomes de pessoas em vida, a fim de evitar constrangimentos, mas após seu falecimento torna-se obrigatória para publicações, ainda que se possa utilizar a grafia arcaica no foro privado (Formulário Ortográfico de 1943, IX).

Referências

  1. a b Almanak do Rio de Janeiro 1898, p. 43.
  2. Borges & Borges 1987, p. 39.
  3. a b DaMatta & Soárez 1999, pp. 60-61.
  4. a b DaMatta & Soárez 1999, pp. 61-64.
  5. Weguelin 2019.
  6. Chazkel 2011, pp. 29,31-32.
  7. Chazkel 2011, pp. 29,50-52.
  8. Chazkel 2011, p. 32.
  9. Chazkel 2011, pp. 32-34.
  10. Magalhães 2005, pp. 17-21.
  11. Simas 2024, pp. 22-23.
  12. Simas 2024, pp. 27-28.
  13. Chazkel 2011, pp. 37-40.
  14. Magalhães 2005, p. 172.
  15. Simas 2024, pp. 31-33.

Bibliografia

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