Antônio Joaquim da Rosa
Antônio Joaquim da Rosa, o Barão de Piratininga (Vila de São Roque, 1821 — 27 de dezembro de 1886), foi um político brasileiro.
Antônio Joaquim da Rosa Barão de Piratininga | |
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Presidente Interino da Província de São Paulo | |
Período | 25 de abril de 1869 até 1 de Maio de 1869 |
Antecessor(a) | Cândido Borges Monteiro |
Sucessor(a) | José Elias Pacheco Jordão |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1821 Vila de São Roque, São Paulo Império do Brasil |
Morte | 27 de dezembro de 1886 (65 anos) Vila de São Roque, São Paulo Império do Brasil |
Progenitores | Pai: Joaquim Manoel da Rosa |
Partido | Partido Conservador |
Títulos nobiliárquicos | |
Barão de Piratininga | 13 de novembro de 1872 |
Biografia
editarApós a morte de seu pai, o Tenente-coronel Manoel Francisco da Rosa[1], chefe político da Vila de São Roque, Antônio Joaquim da Rosa assumiu a função de chefe político em conjunto com seu irmão, Manoel Inocêncio da Rosa, herdando grande fortuna, da qual consta a "Loja Grande", o maior e mais sortido comércio da Vila, ações, dinheiro e muitos imóveis em Pinheirinho, Ibaté e Engenho. Eram proprietários de prédios e de um palacete. Estudou Direito em Sorocaba, mas preferiu se dedicar aos negócios da família na sua juventude.
Ele acumulou importantes posições na cidade e no país. Na Vila de São Roque foi vereador e presidente da Câmara, sendo reeleito como representante da região por quatro biênios sucessivos. De 1845 a 1848, de 1857 a 1860 e de 1861 a 1864.
Nesse ínterim também foi juiz municipal e de órfãos, delegado de polícia e nomeado presidente da Comissão Inspetora das Escolas, onde redigia ofícios e atas, destacando-se ainda mais pelas suas qualidades e conhecimentos eruditos. Em 15 de julho de 1846, Dom Pedro II o nomeia cavalheiro da Ordem de Cristo.
Em 1850, é eleito Deputado da Assembleia Provincial de São Paulo, que equivaleria ao cargo atual de Deputado Estadual. Em 10 de abril de 1854 é nomeado capitão do II Batalhão da Reserva e Guarda Nacional da Província.
Filiado ao Partido Conservador é eleito Deputado Geral no Rio de Janeiro em 1864 (1869-1872), o que equivale ao título de Deputado Federal nos dias atuais. Sua devoção à política o manteve por diversas vezes em seu posto de Deputado Geral por São Paulo (1869 a 1877) e Deputado Provincial (1876 a 1877) e no ano seguinte até 1879. Foi Presidente da Assembleia de 1 de fevereiro de 1876 a 6 de fevereiro de 1877.
Como membro dos congressos provincial e nacional ao mesmo tempo, aliada à sua influência prestigiosa no meio intelectual e político trouxe muitos benefícios à região. Possuía laço estreito de grande amizade com o imperador, homem de grande cultura, incentivador das Artes e das Letras, D. Pedro II nutria grande admiração por ele.
A elevação de vila à cidade de São Roque
editarEm ato governamental assinado em 22 de abril de 1864, a Vila de São Roque é elevada à categoria de Cidade de São Roque. Foi condecorado pelo imperador D. Pedro II como comendador da Imperial Ordem da Rosa, quando era 3º vice-presidente da Província de São Paulo, assumindo a presidência interinamente em 1869, na ausência do Barão de Itaúna[2].
Foi agraciado com o título de "Barão de Piratininga" em 13 de novembro de 1872, pleiteando muitas melhorias para a cidade. Uma importante conquista foi a fundação da Santa Casa de Misericórdia de São Roque, em parceria com seu irmão Manoel Inocêncio, financiando-a nos primeiros anos.
Foi também um dos principais acionista e incentivador da estrada de ferro Sorocabana, incluindo São Roque no trecho férreo, trazendo novo fôlego ao desenvolvimento da cidade. Cedeu grandes quantias para a construção do Teatro São João e engajou-se na arrecadação e construção do Cemitério municipal, vindo a inaugurá-lo.
O Barão chegou a ser proprietário da Capela do Santo Antônio, antes que a propriedade fosse vendida e desmembrada por agricultores espanhóis.
O Barão de Piratininga foi o filho mais ilustre da terra. Era respeitado e prestigiado nas Letras e na política, teria voado muito mais alto se não possuísse uma saúde tão frágil.
Recebeu inúmeros convites para cargos de governo e do parlamento nacional, mas declinou de todos eles. Sofria de crises asmáticas e problemas cardíacos.
Terminou seus dias abatido e deprimido em 26 de dezembro de 1886, aos 65 anos de idade, pedindo em seu testamento que lhe gravassem a data da morte em sua lápide e um epitáfio com os dizeres "NINGUÉM". Foi velado na Loja Grande, de onde saiu seu cortejo fúnebre. Ainda hoje encontramos sua lápide de mármore no cemitério da Paz, o mesmo ao qual foi um grande incentivador.
Produção literária
editarApesar de sua vida voltada para a política e as causas da cidade, o Barão de Piratininga também foi um grande colaborador literário [3].
Colaborava com artigos de alguns jornais onde também escrevia poesias. Escreveu o romance "A Cruz de Cedro", as novelas "A Feiticeira", "A Assassina", em 1854 e o poema "O Cântico de Anchieta" entre outras produções literárias.
Não teve grande produção literária, suas obras de costumes, teriam sido mais exploradas e conhecidas, se o Barão não estivesse em pleno fervilhar do movimento Romântico que lançou grandes e brilhantes autores como a primeira fase de Machado de Assis, Visconde de Taunay, José de Alencar, Joaquim Manoel de Macedo, Bernardo Guimarães, Castro Alves, Almeida Garret, José Bonifácio de Andrade e Silva, Álvares de Azevedo e Nísia Floresta.
"Antônio Joaquim da Rosa publica A ASSASSINA (romance de costumes) (RM) em livro, antes publicada na Revista Literária a partir do Ano I, no. 8, de 14 de novembro de 1850. E depois de publicado em livro foi republicada no Diário Mercantil de São Paulo de 2 a 28 de outubro de 1886.(JRT, p, 55) E A CRUZ DE CEDRO no Jornal do Comércio, Rio de Janeiro e em livro. No ano de 1900 volta a ser publicado em folhetim pelo jornal Correio Paulistano, São Paulo. (JRT, p. 55)"
Em 1909 na fundação da Academia Paulista de Letras foi escolhido como Patrono da Cadeira número 19[4]., ao lado de Teixeira e Souza, escritor de A Providência.
Referências
- ↑ História de São Roque Arquivado em 18 de fevereiro de 2015, no Wayback Machine. Site Férias BR, com informações repassadas de Paulo da Silveira Santos, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo - acessado em 17 de fevereiro de 2015
- ↑ «Transferência da Administração». Consultado em 11 de setembro de 2012
- ↑ «Cronologia das Ficções Brasileiras». Consultado em 11 de setembro de 2012
- ↑ «Estatuto da Academia Paulista de Letras». Academia Paulista de Letras. Consultado em 11 de setembro de 2012. Arquivado do original em 25 de agosto de 2012
Ligações externas
editar- «Página de A Nobreza Brasileira de A a Z». www.sfreinobreza.com
Precedido por Cândido Borges Monteiro |
Presidente da Província de São Paulo 1869 |
Sucedido por José Elias Pacheco Jordão |