Barra (Bahia)

município do Estado da Bahia, Brasil

Barra é um município brasileiro no estado da Bahia, localizado no encontro do Rio Grande com o Rio São Francisco.

Barra
Município do Brasil
Barra em 2019.
Barra em 2019.
Barra em 2019.
Hino
Lema Pax et libertas
"Paz e liberdade"
Gentílico barrense
Localização
Localização de Barra na Bahia
Localização de Barra na Bahia
Localização de Barra na Bahia
Barra está localizado em: Brasil
Barra
Localização de Barra no Brasil
Mapa
Mapa de Barra
Coordenadas 11° 05′ 20″ S, 43° 08′ 31″ O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Buritirama e Pilão Arcado (norte); Cotegipe, Mansidão e Wanderley (oeste); Muquém de São Francisco (sul) e Xique-Xique, Morpará e Ibotirama (leste)
Distância até a capital 650 km
História
Fundação 16 de junho de 1873 (151 anos)
Emancipação 23 de agosto de 1753 (271 anos)
Administração
Prefeito(a) Romeu Júnior (Partido dos Trabalhadores - PT, 2024– )
Vereadores 15
Características geográficas
Área total IBGE/2022[1] 11 428,112 km²
 • Área urbana  IBGE/2019[2] 7,62 km²
População total (2024) [3] 53 528 hab.
 • Posição BA: 42º · NE: 171° · BR: 645º
Densidade 4,7 hab./km²
Clima Semi-árido quente (BSh)
Altitude 406 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 47100-000
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,557 baixo
PIB (IBGE/2021[5]) R$ 430 649,22 mil
 • Posição BA: 76°
PIB per capita (IBGE/2021[5]) R$ 7 941,89
Sítio www.barra.ba.gov.br (Prefeitura)
www.barra.ba.leg.br (Câmara)

História

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A região era povoada originalmente pelos indígenas acroás, na margem esquerda do Rio São Francisco, e pelos indígenas mocoazes, na direita, além de Tupiniquins, Xacriabás, Caiapós, Cariris e Aricobés. O povoamento contemporâneo da região por populações não indígenas surgiu a partir de uma fazenda de gado trazido do litoral no ponto onde o Rio Grande desemboca no Rio São Francisco, pertencente à Casa da Torre, então chefiada pelo 2º Francisco Dias de Ávila Pereira, entre 1670 e 1680. Esta fazenda foi nomeada Fazenda Barra do Rio Grande, posteriormente chamada de Fazenda Barra do Rio Grande do sul para distinguir do Rio Grande do Norte.

Lugar pouco povoado e sem leis, começa a crescer e ter um fluxo de pessoas quando os franciscanos da Capitania de Pernambuco ergueram na região a capela de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande do Sul, criando um aldeamento de indígenas catequizados no lugar que posteriormente vira o pilar fundamental do municipio[6]

Posteriormente foi elevada à categoria de povoação, sendo um povoado da Capitania de Pernambuco. A atividade econômica da povoação consistia na criação de gado e agricultura, com o cultivo da cana-de-açúcar. Abrigava grande diversidade populacional: portugueses, africanos, brasileiros, filhos de portugueses, mestiços de branco e indígena, indígenas puros, holandeses, flamengos e espanhóis.

A vila foi criado por carta regia de D. José I em 1º de dezembro de 1752 e a freguesia (paróquia) em 5 de dezembro do mesmo ano (esta desligada de Cabrobó), mas a instalação só ocorreu em 23 de agosto de 1753, quando foi instalada a nova Vila de São Francisco das Chagas da Barra do Rio Grande, emancipando politicamente, constituída de câmara de vereadores, pelourinho e coletoria. A instalação foi feita pelo Ouvidor e Corregedor da Comarca de Jacobina Henrique Correia Lobato.[6]

D. João VI, por alvará de 3 de junho de 1820 cria a Comarca do São Francisco, e Barra passa a ser a cabeça da nova comarca.

Em 7 de julho de 1824, a Comarca do São Francisco foi desligada de Pernambuco como punição pelo movimento separatista conhecido como Confederação do Equador, passando à jurisdição de Minas Gerais. Em seguida, no dia 15 de outubro de 1827, passou a pertencer em definitivo à Bahia, sendo que ambas as alterações se deram por decretos de Dom Pedro I do Brasil. A vila foi elevada a cidade em 1873 (na época do Império o termo "cidade" era mais figurativo e nada somava-se administrativamente), quando passou a chamar-se Barra do Rio Grande. Em 1931 sua denominação mudou para Barra.

Barra teve seu território desmembrado para formar os Municípios de Campo Largo-Cotegipe (1820), Carinhanha (1832), Ibipetuba, atual Santa Rita de Cássia, em 1840, Buritirama (1986) e Muquém do São Francisco (1989). Elevado à categoria de freguesia com a denominação de Barra do Rio Grande, pela provisão de 5 de dezembro de 1752. Elevado à categoria de vila com a denominação de Barra do Rio Grande, pela Resolução régia de 1º de dezembro de 1752. Instalado em 23 a 27 de agosto de 1753. Elevado à condição de cidade, sob a denominação de Florescente da Barra do Rio Grande, pela lei provincial nº 1.320, de 16 de junho de 1873.[6]

Em 1875, o primeiro jornal da região oeste passou a ser impresso em Barra, com oficinas próprias: era o Eco do São Francisco.

Pela sua localização geográfica, tornou-se ponto de passagem obrigatório para quem se dirigia ao sertão do São Francisco e das boiadas do Piauí, Maranhão e Goiás, vivendo grande efervescência comercial e social entre 1891 e 1912. Em 1902 o vapor Saldanha Marinho começou a trafegar regularmente entre Pirapora, Minas Gerais, e Juazeiro, Bahia, passando por Barra, o que reforçou o comércio da região. A exploração de borracha de maniçoba também deu um impulso econômico à região. Esta cultura sofre declínio a partir de 1912.

Em 1913 Barra torna-se diocese e a igreja matriz Senhor Bom Jesus da Boa Morte torna-se catedral.

Somente em 1998 Barra integra-se à malha rodoviária brasileira com a ligação da cidade à BR-242, a rodovia federal Salvador-Brasília.

Geografia

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Balneário Cabeça do Touro

Com área territorial de 11 428,112 km², é o sexto município em extensão territorial na Bahia. Sua população, conforme o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 51 092 habitantes, sendo o 42º no ranking populacional do estado.[7]

Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1977 a menor temperatura registrada em Barra foi de 10,2 °C em 3 de agosto de 1985,[8] e a maior atingiu 40,6 °C em 22 de outubro de 2015.[9] O maior acúmulo de precipitação em 24 horas atingiu 164,8 milímetros (mm) em 22 de março de 1997. Outros grandes acumulados superiores a 100 mm foram 124,1 mm em 11 de abril de 1996, 117,4 mm em 4 de novembro de 2002, 117,1 mm em 18 de março de 1997, 110,2 mm em 5 de abril de 1978, 102,6 mm em 24 de fevereiro de 2011 e 100,3 mm em 17 de março de 1991.[10] Dezembro de 1989, com 498,5 mm registrados, foi o mês de maior precipitação, seguido por março de 1997 (443,5 mm) e janeiro de 2016 (412,8 mm).[11]

Dados climatológicos para Barra
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima recorde (°C) 38,8 39,2 38,2 38,2 37,6 36,9 36,4 38,1 39,7 40,6 40 39,9 40,6
Temperatura máxima média (°C) 33,4 33,3 - 33,2 33 32,5 32,4 33,4 34,9 35,7 34,3 33,6 33,6
Temperatura média compensada (°C) 27,1 27 - 26,8 26,3 25,2 24,7 25,8 27,7 28,9 27,9 27,2 26,7
Temperatura mínima média (°C) 21,7 21,8 - 21 19,8 17,8 16,9 17,9 20,4 22,4 22,1 21,7 20,3
Temperatura mínima recorde (°C) 13,2 14,9 13,2 13,1 11,3 10,9 10,4 10,2 13,6 12,9 14,1 13,5 10,2
Precipitação (mm) 97,9 100,4 125,5 77,9 15,3 2 0,2 0,6 8,5 33,5 93,5 115,1 670,4
Dias com precipitação (≥ 1 mm) 7 7 8 5 2 0 0 0 1 3 7 8 48
Umidade relativa compensada (%) 62,7 61,8 64,6 61,3 57,8 56,6 53,1 48,9 45,1 47,1 55,2 61,6 56,3
Insolação (h) 241,9 220,3 239 251 268,2 279,3 301,8 309,1 290,7 273,7 232,4 226,2 3 133,6
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (normal climatológica de 1981-2010);[12] (temperatura máxima média, temperatura média compensada e temperatura mínima média: normal climatológica 1991-2020); (recordes de temperatura: 01/01/1977-presente)[8][9]

Filhos Ilustres

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Referências

  1. «Cidades e Estados». IBGE. Consultado em 27 de julho de 2024 
  2. «MEIO AMBIENTE». IBGE. Consultado em 27 de julho de 2024 
  3. «Estimativas da população residente para os municípios e para as unidades da federação - IBGE». www.ibge.gov.br. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 11 de agosto de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2010 à 2021». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 13 de setembro de 2024 
  6. a b c «História & Fotos». IBGE Cidades. IBGE. Consultado em 2 de maio de 2023 
  7. «Panorama». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 27 de julho de 2024 
  8. a b Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura mínima (°C) - Barra». Consultado em 9 de maio de 2018 
  9. a b INMET. «BDMEP - série histórica - dados diários - temperatura máxima (°C) - Barra». Consultado em 9 de maio de 2018 
  10. INMET. «BDMEP - série histórica - dados diários - precipitação (mm) - Barra». Consultado em 9 de maio de 2018 
  11. INMET. «BDMEP - série histórica - dados mensais - precipitação total (mm) - Barra». Consultado em 9 de maio de 2018 
  12. INMET. «NORMAIS CLIMATOLÓGICAS DO BRASIL». Consultado em 9 de maio de 2018 
  13. On, Suporte. «Deocleciano Martins de Oliveira - Biografia do Artista». Catálogo das Artes. Consultado em 20 de julho de 2024 
  14. UFSC-NUPILL, UFSC-INE. «Biblioteca Digital de Literatura de Países Lusófonos». www.literaturabrasileira.ufsc.br. Consultado em 20 de julho de 2024 

Ligações externas

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