Barragem do Roxo
A Barragem do Roxo, construída sobre o leito da Ribeira do Roxo, situa-se nas imediações da localidade de Ervidel, no Município de Aljustrel, no Baixo Alentejo.
Barragem do Roxo | |
---|---|
Localização | |
Município | Aljustrel, Beja |
Bacia hidrográfica | Sado |
Rio | Ribeira do Roxo |
Coordenadas | 37°55'47.5"N, 8°4'52"W |
Localização em Portugal Continental | |
Dados gerais | |
Uso | Rega, Abastecimento |
Data de inauguração | 1967 |
Características | |
Tipo | Barragem mista betão/aterro, Contrafortes+Gravidade (betão) /Terra homogénea (aterro) |
Altura | 34 m |
Cota de coroamento | 139,5 m |
Fundação | Pórfiros, Xistos e Grauvaques |
Dados da albufeira | |
Capacidade total | 96.311.000 |
Capacidade útil | 89.511.000 |
Pleno armazenamento | 136 m |
Descrição
editarÉ uma barragem de estrutura mista, sendo de betão na parte mais profunda do vale, e de aterro na margem direita da ribeira.[1] A albufeira tem uma capacidade total de 96,311 hm³ e uma capacidade útil de 89,511 hm³, o volume morto é de 6,800 hm³, e a superfície inundável à cota de pleno armazenamento é de 1378 ha.[1] Represa a ribeira do Roxo, que está integrada na bacia hidrográfica do rio Sado.[2] Em 1983, alimentava um canal condutor geral com cerca de 21 Km, o canal da Barrada, com 11 Km, vários distribuidores ao longo de 18 Km, e regadeiras que atingiam os 138 Km, além de uma rede de enxugo com 41 Km.[3] Este conjunto de canais chegavam às áreas de São João de Negrilhos, Gasparões, Canhestros e Alvalade.[3] Armazena água quase exclusivamente para fins agrícolas,<refmunicípio name=TSF2021>CASACA, Maria Augusta (30 de Dezembro de 2021). «Chuva que caiu na última semana não chegou para encher barragens do Sul». TSF. Consultado em 28 de Outubro de 2022</ref> abastecendo os municípios de Aljustrel e de Beja.[4]
Não é a única barragem no município, existindo igualmente as represas do Monte Ruas e da Mina, nas imediações da vila de Aljustrel.[3]
História
editarO plano para a barragem foi elaborado em 1958 pela Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos.[2] Foi construída entre 1963[1] e 1967 pela firma Amaro & Mota,[2] tendo sido inaugurada em 30 de Junho de 1958.[5] Em Março de 1969, a barragem foi visitada pelo presidente do Conselho de Ministros, Marcello Caetano, como parte de um roteiro pela região Sul do país.[6] Em Junho desse ano também foi visitada pelo chefe de estado, Américo Tomás, tendo então sido renomeada para Barragem Arantes e Oliveira, em homenagem ao Ministro das Obras Públicas, que tinha demonstrado um especial interesse pelo Plano de Rega do Alentejo.[5] Durante os primeiros dois anos a exploração foi feita pela Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos, tendo depois sido passada para a Associação de Regantes e Beneficiários do Roxo, sedeada na localidade de Montes Velhos, na freguesia de São João de Negrilhos.[1] Esta associação foi oficialmente criada por um alvará de 26 de Junho de 1968, e mudou de nome em 1994 para Associação de Beneficiários do Roxo.[1] A construção da barragem permitiu a introdução das culturas de regadio em grande parte dos municípios de Aljustrel, Ferreira do Alentejo e Santiago do Cacém, alterando dramaticamente as condições socioeconómicas das regiões servidas.[3] Possibilitou igualmente a instalação de fábricas de concentrado de tomate e conservas de frutas, nas povoações de Montes Velhos, Alvalade e Fortes.[3]
Em 7 de Julho de 2010 a estrutura ficou ligada à Barragem do Alqueva, permitindo um considerável aumento na área de regadio, de 5 mil para 30 mil ha.[1] De forma a aproveitar esta nova capacidade, foi planeado um ambicioso conjunto de empreendimentos, principalmente ao nível da agricultura, onde iriam ser iniciadas novas culturas, mas também em bioenergias e na instalação de um entreposto comercial em Aljustrel, para o armazenamento a frio, a escolha e o embalamento de produtos hortofrutícolas.[1] Porém, só em Junho de 2016 é que foi feita a primeira transferência do Alqueva para o Roxo, numa cerimónia que contou a presença de Phil Hogan, Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e de Capoulas Santos, ministro da Agricultura.[7] Mesmo apesar de ser abastecida pelo Alqueva, a Barragem do Roxo continuou a estar em situação crítica em períodos de seca, tendo por exemplo atingido apenas cerca de 10% da sua capacidade em Novembro de 2017.[4] Em Abril de 2019, a albufeira estava a 36,7% do seu máximo, sendo uma das situações mais preocupantes, em conjunto com a Barragem do Monte da Rocha.[8] Em Março de 2020, o deputado Pedro do Carmo anunciou que a Barragem do Roxo iria ser ligada à do Monte da Rocha, como parte do alargamento do perímetro de rega do Alqueva.[9] A barragem foi muito atingida pela seca no Inverno de 2021 para 2022, encontrando-se a sua albufeira em níveis muito baixos em Dezembro de 2021,[10] tendo atingido o limite mínimo em Fevereiro do ano seguinte, pelo que foi necessário o transporte de água a partir do Alqueva no sentido de garantir o abastecimento dos campos agrícolas.[11]
Ver também
editarBibliografia
editar- LOBATO, João Rodrigues (2005) [1983]. Aljustrel: Monografia. Aljustrel: Câmara Municipal de Aljustrel. 432 páginas
Referências
- ↑ a b c d e f g «Água de Alqueva traz novas perspectivas de futuro ao Concelho de Aljustrel» (PDF). Boletim Municipal de Aljustrel (213). Aljustrel: Câmara Municipal de Aljustrel. Outubro de 2010. p. 13. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ a b c «Barragem do Roxo». Comissão Nacional Portuguesa de Grandes Barragens. Agência Portuguesa do Ambiente. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ a b c d e LOBATO, 1983:207
- ↑ a b «Barragem do Roxo está a 10 por cento da capacidade». Rádio Televisão Portuguesa. 27 de Novembro de 2017. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ a b «A Barragem do Roxo visitada pelo chefe do estado» (PDF). Diário Popular. Lisboa: Sociedade Nacional de Imprensa. 8 de Junho de 1969. p. 1. Consultado em 28 de Outubro de 2022 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «A visita ao sul do País do Presidente do Conselho» (PDF). Diário de Lisboa. Lisboa: Renascença Gráfica. 8 de Março de 1969. p. 2. Consultado em 28 de Outubro de 2022 – via Hemeroteca Municipal de Lisboa
- ↑ «Água de Alqueva chega ao Roxo na 5ªfeira». Rádio Voz da Planície. 7 de Junho de 2016. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ «Barragem do Roxo a 36,7% do limite». Rádio Pax. 4 de Abril de 2019. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ «Ligação da Barragem do Roxo à Barragem do Monte da Rocha vai ser uma realidade diz Pedro do Carmo». Rádio Pax. 13 de Março de 2022. Consultado em 28 de Outubro de 2022
- ↑ Erro de citação: Etiqueta
<ref>
inválida; não foi fornecido texto para as refs de nomeTSF2021
- ↑ «Barragem do Roxo com escassez de água». Rádio Televisão Portuguesa. 17 de Fevereiro de 2022. Consultado em 28 de Outubro de 2022
Ligações externas
editar- Outras informações técnicas Página sobre a Barragem no Roxo, no sítio electrónico da Agência Portuguesa do Ambiente
- Página sobre a Barragem do Roxo, no sítio electrónico WikiMapia