Bastões de mensagem

Um bastão de mensagem é uma tradicional forma de comunicação usada pelo povo aborígene australiano que consiste numa sólida peça de madeira de 20 a 20 cm de comprimento gravada com pontos e curvas entalhadas.

Um bastão de mensagem

As mensagens eram passadas entre diferentes clãs de naivos, por vezes de línguas diferentes para estabelecer comunicações e transmitir informações. Eram usadas muitas vezes por grupos vizinhos para convidar para marcar corroborees, lutas grupais e jogos de bola chamados marn grooks.

Alfred Howitt escreveu sobre o povo Wurundjeri que vive na área de Melbourne:

O homem mais idoso (Patriarca, chefe do cã), tendo elaborado tal bastão de mensagem entrega ao ancião que lhe está mais próximo, que o inspeciona e, se necessário, adiciona mais marcas e dá as instruções correspondentes. Finalmante, tendo o bastão passado por um a um dos homens mais velhos presentes, vai para o mensageiro que recebe também a correspondente mensagem verbal. Se alguma duração de tempo é relacionada à mensagem, ou se alguma enumeração de campos ou etapas (de jogos) é feita, usa-se o método da numeração aborígene australiana para explicar isso. [1]

São comumente chamados de cartas pelos aborígenes e são transmitidas por mensageiros (carteiros) que podem percorrer centenas de km para entregá-las.

Donald Thomson, contando sua jornada na Terra de Arnhem depois da crise da Baía Caledônia, Território do Norte, de 1932-34, escreveu sobre Wonggu enviando um bastão de mensagem a seus filhos que estavam na prisão para indicar um chamado para trégua. O bastão apresentava grupos de pessoas sentadas juntas, estando Wonggu ao centro, visando manter a paz.[2]

Jeannie Gunn escreveu sobre a vida num local de Mataranka, Território do Norte, em 1902:

Então, ele de forma coloquial me mostrou um pequeno pedaço de pau com traços sobre o mesmo e disse que era um bastão/carta de um “blackfellow” (termo pejorativo para aborígene) ou, como ele chamou um, "yabber-stick" (termo australiano para mensagem ininteligível). Era de forma cilíndrica, não plana como a maioria das correspondências, e se tratava de um convite para um corroboree. As marcas gravadas explicavam o tipo de corroboree e diziam que se daria Duck Creek. Havia algumas outras informação ali gravadas. [3]

O jornal dos estudantes da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW) leva o nome de Tharunka, termo que designa os bastões de mensagem no dialeto da Austrália Central.

  1. "Notes on Australian Message Sticks and Messengers", AW Howitt, FGS, Journal of the Anthropological Institute, pp 317-8, London, 1889, reprinted by Ngarak Press, 1998, ISBN 1-875254-25-0
  2. *Peterson, Nicholas, Donald Thomson in Arnhem Land, Melbourne University Press ISBN 0-522-85063-4, pp 80-81.
  3. "The Little Black Princess", Mrs Aeneas Gunn, p 54, George Robertson: Melbourne, 1909?

Ligações externas

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