Batalhão Búfalo
O Batalhão Búfalo (designação oficial: 32º Batalhão de Elite da África do Sul; em africâner 32-Bataljon; em Angola ocasionalmente chamados Os Terríveis) foi um batalhão de infantaria do Exército Sul-Africano, do tempo do regime do apartheid, que interveio na Guerra Civil Angolana e na Guerra de Independência da Namíbia.
O batalhão foi constituído em fins de 1975, quando já estava claro que o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o seu aliado Cuba sairiam vitoriosos do conflito armado que caracterizou o processo de descolonização de Angola em 1974/1975.[1] A sua função principal foi a de intervir fora das fronteiras da África do Sul, a começar por Angola onde era do interesse do então regime sul-africano que o conflito se transformassem em guerra civil, logo a seguir a independência de Angola, em 11 de Novembro de 1975.
O batalhão foi fundado para trabalhar na operação Savana, inicialmente com o nome de "Força Operacional Zulu", como iniciativa do tenente-coronel sul-africano Jan Breytenbach, que recrutou, sobretudo, soldados da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) que, derrotados no Sul de Angola por MPLA & Cuba, se refugiaram no Sudoeste Africano (hoje Namíbia), na altura ocupado pela África do Sul.[2] Foram também integrados, especialmente para fins de enquadramento, elementos oriundos de Portugal, do Reino Unido, da então Rodésia e dos Estados Unidos, de modo que o batalhão foi considerado como a Legião Estrangeira sul-africana.
A partir de fins de 1975/inícios de 1976, no fim da operação Savana, a tropa mudou de nome, passando a denominar-se brevemente como "Força Operacional Bravo", em seguida tornando-se oficialmente o "32º Batalhão de Elite da África do Sul". Combateu, juntamente com a UNITA, não apenas as tropas do MPLA e de Cuba, mas também as forças do movimento anti-colonial namibiano Organização do Povo do Sudoeste Africano (SWAPO) que, em 1974/1975, havia estabelecido bases no Sul de Angola para o recrutamento e treino de voluntários e para incursões na actual Namíbia.
Embora os "búfalos" tivessem como vocação específica o combate à guerrilha, eles participaram frequentemente em combates "regulares" e chegaram a ser uma das unidades mais condecoradas do exército sul-africano. A seguir à independência da Namíbia, foram transferidos para a África do Sul onde foram utilizados para o controle de bairros suburbanos, especialmente em Joanesburgo. Em 1993, logo depois do fim do apartheid, a unidade foi dissolvida. Uma série dos seus integrantes passaram então a juntar-se às "empresas de segurança" privadas Executive Outcomes e Sandline Internacional[3] que foram em dada altura contratadas pelo governo angolano (do MPLA) para o combate contra as unidades de guerrilha da UNITA, portanto contra os antigos "companheiros de armas" do Batalhão Búfalo.
Estrutura do 32º Batalhão de Elite
editarReferências
editar- ↑ Robbert Mos. «How did it come about that South African unconventional units, which were successful in many battles, were unable to turn their victories into political success during the South African Border War 1966 - 1989?» (PDF). Consultado em 14 de Abril de 2020
- ↑ Batalhão Búfalo: um passado enviesado. BBCparaAfrica.com. 19 de maio de 2005.
- ↑ Encerrada em 2004; ver http://www.sandline.com/