A Batalha de Bordeaux foi como ficou conhecida a partida de futebol Tchecoslováquia 1 x 1 Brasil válida pelas 4as-de-finais da Copa do Mundo da França-1938.
Este jogo entrou para a história das Copas por ser a primeira partida a ter tido 3 expulsões na história desta competição. Este recorde de expulsões só foi batido 68 anos mais tarde, na copa de 2006 (Portugal 1 x 0 Holanda). Além das 3 expulsões, cinco jogadores sairam de campo machucados.[1] Destes, 2 tchecos foram parar no hospital (o goleiro Walter de Sousa Goulart, com o braço quebrado, e o artilheiro Oldřich Nejedlý, mancando). Por estes motivos, esta partida é considerada a mais violenta da história das copas.[2]
A primeira partida terminou 1 a 1. O Jornal dos Sports acusou os Tchecos de se excederam na violência: "Com outro árbitro ganharíamos o match". O Brasil atuou com 9 homens a maior parte do jogo. Três das quatro expulsões dessa edição da Copa aconteceram nessa partida (a outra foi do alemão Hans Pesser, aos 6′ da prorrogação do empate com a Suíça por 1 x 1). Zezé Procópio foi o primeiro, logo aos 14 minutos da etapa inicial, depois de dar um chute sem bola em Nejedlý. Aos 44′ do segundo tempo, Machado e Říha trocaram agressões e também foram convidados a sairem do campo pelo árbitro húngaro Pal von Hertzka. A partida marcou a inauguração do novíssimo estádio Parc Lescure, em Bordeaux. Isso obrigou as duas delegações a fazerem longos percursos de trem. Os tchecos viajaram 521 quilômetros desde Le Havre e os brasileiros 758 quilômetros desde Estrasburgo (uma viagem de quase 12 horas). Passe de Perácio para Leonidas. 1 a 0. Aos 20′ da etapa final, Nejedlý e Šimůnek fizeram uma tabela no meio da área e Domingos da Guia tentou cortar com o peito, mas conduziu a bola com o braço. Pênalti indiscutível. Oldřich Nejedlý cobrou e converteu. No fim da prorrogação, o empate por 1 x 1 persistiu. O equilíbrio da partida se refletiu nos númeors. Foram 118 ataques para cada equipes, de acordo com o Jornal dos Sports. O goleiro eslavo František Plánička havia jogado mais de meia hora com a clavícula deslocada após um choque com Perácio e o artilheiro Oldřich Nejedlý (goleador da Copa de 1934) tinha fraturado o pé direito. Ambos estavam fora da partida de desempate, marcada para apenas 48 horas depois. Do lado brasileiro, Perácio saiu arrebentado e Leônidas, que tanto apanhou, não tinha condições de jogo.[3]
Dois dias depois do empate por 1 x 1, Brasil e Tchecoslováquia voltaram a campo, mas com times bastante diferentes, em grande parte devido às contusões da partida anterior. Vlastimil Kopecký abre o score. 0 a 1. Senecký chutou rasteiro e Walter fez a defesa, mas a bola escapou de suas mãos e pareceu ter entrado cerca de um palmo no gol, antes que o goleiro pudesse puxá-la de volta. O árbitro francês Georges Capdeville não viu o segundo gol da Tchecoslováquia e mandou o jogo seguir. Patesko serve Leonidas. 1 a 1. Leonidas passa a Roberto. 2 a 1. [4]