Manifestações contra a reunião do G8 em Gênova
As manifestações contra a reunião do G8 em Gênova, também conhecidas como Batalha de Gênova,[1] foram protestos organizados por movimentos antiglobalização, na cidade italiana de Gênova, entre 19 e 22 de julho de 2001, período em que lá acontecia a reunião do G8.
As manifestações contra a reunião saltaram para as primeiras páginas dos periódicos de todo o mundo, dada a violência dos confrontos entre policiais e manifestantes. Um desses manifestantes, Carlo Giuliani, de 23 anos, foi morto pela polícia.[2] Giuliani foi alvejado (alegadamente em legítima defesa) por um carabiniere, que disparou sua arma de dentro de uma viatura de serviço. Em seguida, o veículo passou duas vezes sobre o corpo caído do rapaz.
Em 21 de julho de 2001, à meia noite, quando já havia sido encerrado o encontro do G8, a polícia realizou uma batida na Escola Díaz, a pretexto de caçar adeptos da tática black bloc, e executou o mais violento ataque da semana.[3] O complexo escolar Díaz, composto de dois prédios, um de frente para o outro, na rua Battisti, estava sendo usado pelos advogados do Fórum Social de Gênova. Além disso, rádios independentes estavam transmitindo de lá, e um Centro de Mídia Independente havia sido montando no terceiro andar do prédio. A escola também estava sendo usada como dormitório pelos manifestantes durante os dias do encontro e era considerada como um lugar "seguro".[3]
Os policiais foram acusados de uso excessivo de força, prisão e detenção ilegal, conspiração e de plantar evidências. A equipe médica foi acusada de negligenciar e de ser cúmplice de espancamentos e torturas de manifestantes, na noite que foi denominada "a noite chilena de Gênova".[3]
Várias sentenças judiciais condenaram o Estado italiano pelos abusos e violência das forças de ordem, durante os eventos de Gênova. No entanto, 250 casos foram arquivados em razão da impossibilidade de se estabelecer a responsabilidade de cada policial envolvido em cada um dos abusos registrados.
Referências
- ↑ A Batalha de Gênova - Polícia italiana invade QG de ativistas durante a madrugada e deixa 57 feridos. Por Leonardo Cruz. Folha de S. Paulo, 23 de julho de 2001.
- ↑ Fórum Social pede suspensão da cúpula devido à morte do ativista; número de prisões chega a 69. De luto, 70 mil protestam contra o G-8. Por Leonardo Cruz. Folha de S. Paulo, 22 de julho de 2001.
- ↑ a b c Gênova-G8: O julgamento dos acontecimentos da Escola Diaz. Centro de Mídia Independente, 18 de maio de 2006