Batalha do Estreito da Dinamarca

A Batalha do Estreito da Dinamarca foi um confronto naval da Segunda Guerra Mundial entre navios da Marinha Real Britânica e a Kriegsmarine, que ocorreu no dia 24 de maio de 1941. As embarcações britânicas HMS Hood e HMS Prince of Wales lutaram contra os alemães Bismarck e Prinz Eugen, que estavam tentando entrar no Atlântico Norte, com o objetivo de destruir comboios mercantes aliados.

Batalha do Estreito da Dinamarca
Parte da Batalha do Atlântico na Segunda Guerra Mundial

O Bismarck disparando contra o Prince of Wales
Data 24 de maio de 1941
Local Estreito da Dinamarca, Oceano Atlântico
Desfecho Vitória tática alemã
Beligerantes
 Alemanha  Reino Unido
Comandantes
Günther Lütjens
Ernst Lindemann
Helmuth Brinkmann
Lancelot Holland 
John Leach
Ralph Kerr 
Frederic Wake-Walker
Forças
1 couraçado
1 cruzador pesado
1 cruzador de batalha
1 couraçado
2 cruzadores pesados
Baixas
Couraçado danificado
5 feridos
Cruzador de batalha afundado
Couraçado danificado
1 428 mortos
9 feridos

Menos de dez minutos após os britânicos terem começado a disparar, um projétil do Bismarck atingiu o Hood no paiol de munições. Logo em seguida, o navio explodiu e afundou-se em três minutos. O Prince of Wales continuou no combate, porém passou por problemas com a sua bateria principal, que ainda não havia sido totalmente testada e arrumada. A batalha foi uma vitória tática dos alemães, entretanto, o Bismarck foi forçado a abortar sua missão por causa de danos nos tanques de combustível dianteiros e foi afundado três dias depois.

O início da caçada

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Preparativos de combate

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Na primavera de 1941, a espionagem britânica sabia que o Bismarck estava pronto para zarpar, mas uma série de contratempos atrasou a sua saída do porto polonês de Gdynia até o mês de maio. O plano estratégico original previa que o Bismarck se juntaria ao Scharnhorst e ao Gneisenau no Atlântico, com o objetivo de destruírem os comboios de navios mercantes que iam para o Reino Unido. Os dois navios, porém, estavam em reparação quando o Bismarck ficou pronto para ser lançado ao mar.

Dadas as dimensões e a potência de fogo do Bismarck, o comando naval alemão sabia que a Marinha Real Britânica havia se preparado com todas as suas forças. Assim, o couraçado e o Prinz Eugen, seu companheiro na caça aos navios mercantes inimigos, deviam passar, sem serem descobertos, do Báltico para o Mar do Norte, para daí entrarem no Atlântico. Assim, se o Bismarck conseguisse chegar ao mar aberto, seria impossível localizá-lo. A importância da missão era do conhecimento do almirante Günther Lütjens, comandante da força naval no Atlântico Norte, e do capitão Ernst Lindemann, comandante do Bismarck.

Livre para movimentação

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Às 2 horas da madrugada de 19 de maio de 1941, o Bismarck partiu. Depois de se juntar ao Prinz Eugen, chegou às águas do Báltico e rumou para o Norte. Lütjens seguiu uma rota adequada para se manter fora do raio de ação dos bombardeiros ingleses, mas isso o obrigou a entrar em águas suecas. Às 12 horas de 20 de maio, um navio sueco avistou o Bismarck e seguiu até o Norte. Vinte e quatro horas mais tarde, um Supermarine Spitfire da Força Aérea Britânica localizou-o no fiorde de Bergen. Com liberdade para se movimentar, o Bismarck criava muitos problemas táticos ao almirante John Tovey, comandante da Frota Doméstica britânica em Scapa Flow, nas Ilhas Órcardes: os alemães pretendiam empreender uma ação contra a Islândia ou tentavam entrar no Atlântico. Esta última hipótese era a mais perigosa e, logo que foi informado da detecção feita pelo Spitfire, Tovey deslocou as suas forças para bloquear todas as saídas do Bismarck. O cruzador pesado HMS Suffolk foi juntar-se ao HMS Norfolk no estreito da Dinamarca, enquanto se alertava o resto da frota, incluindo o HMS Hood e o HMS Prince of Wales.

Enquanto Tovey acreditava que o Bismarck ainda estivesse próximo do fiorde de Bergen, o couraçado alemão já navegava para o Norte. Só na noite de 21 de maio, o almirante britânico descobriu que o rastro do Bismarck desaparecera (de fato, ele voltara a navegar a 12 horas). Tovey deixou imediatamente Scapa Flow para ir ao King George V, acompanhado do porta-aviões HMS Victorious, quatro cruzadores e sete contratorpedeiros. O cruzador de batalha HMS Repulse zarpou de Firth of Clyde (no canal do Norte) para juntar-se à força principal no Atlântico. Entretanto, Tovey tinha que esperar que o Bismarck fosse localizado.

Bismarck é localizado

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As embarcações moviam-se às cegas na imensidão do Atlântico e, devido à escassa disponibilidade de informações por parte dos serviços secretos alemães, Lütjens também se encontrava diante do dilema de ter que mover a rainha rumo ao perigo. Uma informação de reconhecimento, chegada a Lütjens na noite de 22 de maio, confirmava as suspeitas dos alemães de que a Frota Doméstica estivera fundeada em Scarpa Flow. Ordenou, então, uma mudança de rumo que, levando-o ao estreito da Dinamarca, colocaria o Bismarck no meio da frota britânica, que o julgava a centenas de quilômetros.

Os cruzadores Norfolk e Suffolk tinham por missão patrulhar o Estreito da Dinamarca, usando o radar do Suffolk para explorar a zona. Mas não foi o radar quem localizou os dois cascos cinzentos que avançavam na névoa, às 17h22 de 23 de maio, mas sim uma lancha desse navio. O Suffolk virou-se para estibordo, para controlar e seguir com o radar os navios alemães, bem como deu indicações ao Norfolk para se juntar à caçada.

Centenas de milhas mais longe, em pleno Atlântico, o almirante Tovey pôs-se imediatamente em ação assim que recebeu o sinal de rádio enviado pelo Suffolk, informando-o da detecção. O Hood, a maior e mais velha unidade da frota britânica, e o Prince of Wales, de construção mais recente, receberam ordem para interceptar o inimigo.

A destruição do Hood

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O vice-almirante Lancelot Holland, comandante do Hood, sabia que a blindagem da coberta de seu navio era muito fraca para a batalha que era iminente e pensava que a melhor maneira de enfrentar o Bismarck seria fazê-lo de proa.

Às 5h53 de 24 de maio iniciou-se o combate. O Suffolk e o Norfolk mantinham-se afastados porque estavam conscientes do menor poder de fogo das suas baterias em relação às do navio adversário. O contato foi muito breve: o Hood e o Prince of Wales foram os primeiros a disparar, mas a resposta do alemão foi mortal. Na quinta salva de canhão, o Bismarck acertou o paiol de munições do Hood, provocando uma grande explosão. O navio partiu-se ao meio antes de afundar com os 1 415 homens, que constituíam a tripulação; apenas três sobreviveram.

O Bismarck e o Prinz Eugen manobraram para atacar o Prince of Wales, mas o comandante do navio britânico preferiu fugir, dadas as condições desfavoráveis do Prince of Wales em relação aos seus adversários.

Danos sofridos em combate

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O Bismarck conseguira uma vitória rápida e decisiva, mas um projétil perfurara-lhe o casco junto à linha de flutuação e a água entrava em abundância. Agora era impossível dar caça aos navios mercantes que se dirigiam para o Reino Unido. Lütjens decidiu rumar para a França para reparos, mas não conseguiu escapar do Norfolk nem do Suffolk, que continuavam a vigiar o Bismarck.

O afundamento do Hood obrigou o almirantado britânico a colocar em ação outros navios. Foi dada a ordem à força H, constituída pelo porta-aviões HMS Ark Royal, pelo cruzador de batalha HMS Renown e por uma grande quantidade de embarcações menores, para que deixassem Gibraltar e rumassem para o Norte. Entretanto, durante as horas de luz do dia 24 de maio, os couraçados HMS King George V, HMS Rodney e o porta-aviões Victorius estavam no Atlântico para caçar o Bismarck, ao mesmo tempo que o Prince of Wales, o Norfolk e o Suffolk o vigiavam decididamente.

Quando as condições meteorológicas pioraram, a missão dos perseguidores tornou-se mais difícil, o que representava uma vantagem para Lütjens. Às 18h30, os operadores de radar do Suffolk perceberam que tinham se aproximado com demasiada rapidez do Bismarck e que em pouco tempo o navio britânico ficaria no alcance de seus canhões. O Prince of Wales abriu fogo para defender o Suffolk, antes que o Bismarck pudesse desaparecer no nevoeiro. Não houve perdas humanas, mas com esta ação Lütjens conseguiu cobrir a fuga do Prinz Eugen, que pôde seguir sozinho a rota até França.

Ligações externas

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