Baterias de Barra Grande
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As Baterias de Barra Grande localizavam-se em Barra Grande, um distrito do município de Maragogi, no litoral norte do atual estado de Alagoas, próximo à fronteira com Pernambuco, no Brasil.
Baterias de Barra Grande | |
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Construção | Pedro I do Brasil (1824) |
Conservação | Desaparecidas |
Aberto ao público |
História
editarDescritas por GARRIDO (1940) como estruturas provisórias (baterias de campanha), erguidas por determinação do Sargento-mor Miguel Veloso da Silveira Nóbrega e Vasconcelos, para dar combate aos revoltosos da Confederação do Equador (1824). Encerrado o conflito, com o retorno das tropas aos seus quartéis, o Governador das Armas (da Província de Alagoas) teria voltado a sua atenção para a conservação das fortificações permanentes (da Província). O mesmo autor entendia que poderiam ter pertencido a este contexto algumas peças de artilharia ainda existentes à sua época (1940) naquele litoral, como um pedreiro de bronze que troava, em dias de festa, em Porto de Pedras (op. cit., p. 75).
Aspectos militares do conflito
editarA Confederação do Equador, de caráter liberal e federativo, eclodiu na Província de Pernambuco como reação às medidas absolutistas e centralizadoras do imperador D. Pedro I (1822-1831), a saber, a dissolução da Assembleia Nacional Constituinte a 12 de novembro de 1823, e a prisão do jornalista liberal Cipriano Barata, também nesse mesmo mês e ano. Estes fatos, em Pernambuco, conduziram à renúncia do Presidente da Província, Francisco Pais Barreto (setembro de 1822 - dezembro de 1823), Morgado do Cabo (depois Marquês do Recife), sendo eleito para esse cargo, pela Câmara Municipal de Olinda, o líder do grupo liberal, Manuel de Carvalho Pais de Andrade (dezembro de 1823). Enquanto aguardava a reação do governo imperial, Pais Barreto arregimentou tropas e as encaminhou para a vizinha Província de Alagoas (LEITE, 1996:18), organizando a resistência contra os liberais que haviam, de fato, assumido o governo de Pernambuco. Em fevereiro, tropas leais a Pais Barreto cercaram o Palácio do Governo, em Recife, e aprisionaram Pais de Andrade no Forte de São João Batista do Brum. Uma reação popular espontânea se registrou, quando tropas fiéis a Pais de Andrade, e populares portando armas, libertaram-no, conduzindo-o de volta ao Palácio (TINÉ, 1969:96-97).
Enquanto isso, a divisão naval de John Taylor bloqueava o porto do Recife, enquanto em terra, os liberais se recusavam a acatar a determinação do Imperador (abril de 1824), e a jurar a Constituição Outorgada em março (junho de 1824). Ante a ameaça de uma possível invasão do território brasileiro por tropas de Portugal, o imperador determinou a concentração das forças defensivas na Capital, devendo as províncias cuidar de sua própria defesa (11 de junho). No início de julho a divisão naval de Taylor retornou ao Rio de Janeiro. Pais de Andrade dirigiu proclamações conclamando os pernambucanos e os brasileiros a se rebelarem contra o governo imperial, visando salvar a pátria e defender a soberania da nação, propondo uma república federativa, nos moldes estadunidenses.
Para combater as tropas fiéis ao Império, concentradas em Barra Grande por Pais Barreto, com o apoio do governo da Província de Alagoas, Pais de Andrade enviou a recém-formada Divisão Constitucional do Sul, reforçada por tropas tropas terrestres e suprimentos navais. Essa força foi derrotada pelos legalistas nos combates de Barra Grande. Às forças legalistas em Barra Grande reuniram-se as da divisão naval de Thomas Cochrane, transportando o Exército Cooperador da Boa Ordem, uma força de 1.200 homens sob o comando do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva, em agosto de 1824. Estas forças, conjugadas, bloquearam Recife, obtendo a rendição da cidade a 17 de setembro. O último foco de resistência rendeu-se em Fazenda do Juiz, no sul do Ceará, a 29 de novembro. Com as execuções dos principais líderes, em dezembro de 1824, e demais condenados à morte, em março de 1825, encerrava-se o episódio, desmobilizando-se as tropas (LEITE, 1996).
Francisco de Lima e Silva foi agraciado com o título de Barão da Barra Grande, título que recusou.
Bibliografia
editar- BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
- GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
- SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
- TINÉ, José Sales. História do Brasil (4a. ed.). Rio de Janeiro: Gráfica Muniz S/A, 1969. 140p. mapas.
- TONERA, Roberto. Fortalezas Multimídia: Anhatomirim e mais centenas de fortificações no Brasil e no mundo. Florianópolis: Projeto Fortalezas Multimídia/Editora da UFSC, 2001 (CD-ROM).