Benedetto Fioretti
Benedetto Fioretti di Mercatale (Pseudônimos: Udeno Nisiely da Vernio; Fracastoro) (1579-1642), (Mercatale, perto de Pistóia, 18 de outubro de 1579 — Pistóia 30 de junho de 1642) foi filósofo, teólogo, gramático, poeta, crítico literário, filólogo e educador italiano. Foi autor da obra Proginnasmi poetici (publicada em 5 volumes entre 1620-1639), ampla coletânea de notas críticas sobre autores de várias épocas, desde os gregos e latinos até os escritores italianos do século XVI, de onde emergem a extraordinária versatilidade e a riqueza de interesses do autor. Como moralista, escreveu as obras Osservazioni di creanze (Observações sobre a fé) e Esercizi morali (1633, Exercícios morais). Foi crítico mordaz de Ariosto,[1] Aristóteles e de outros autores clássicos. Foi também cofundador da Academia dos Apatistas.[2][3] Segundo Girolamo Tiraboschi[4] (1731-1794), foi mais poeta do que filósofo.[5]
Benedetto Fioretti (1579-1642) | |
---|---|
Proginnasmi poetici, 1639
| |
Nascimento | 18 de outubro de 1579 Mercatale, perto de Pistoia, Itália |
Morte | 30 de junho de 1642 Pistoia, Itália |
Alma mater | Universidade de Pádua |
Ocupação | Teólogo, gramático, poeta, crítico literário e educador italiano. |
Biografia
editarAos vinte e dois anos tornou-se sacerdote, mas descuidou-se dos deveres como ministro de Deus, tendo uma vida desregrada de tal modo que o Conde Giovanni Bardi,[6] feudatário de Vérnio, por diversas vezes o admoestou para uma vida mais contida. Porém este respondeu às ameaças com uma sátira que chegou às mãos do conhecido conde, que, de imediato, ordenou a prisão de Fioretti. Mas o astuto sacerdote foge e os partidários do conde encontraram somente uma inscrição na casa do sacerdote que dizia: Resurrexit, non est hic (Ele não está aqui, mas ressuscitou). De fato, havia se refugiado em Florença, onde, com o passar do tempo, mudou totalmente a sua vida: dedicou-se aos estudos e à literatura e tornou-se um sacerdote íntegro. Permaneceu recluso em sua residência do Oriuolo e mudou também o nome tornando-se Udeno Nisieli, que significa de ninguém, com exceção de Deus. Publicou numerosas obras, demonstrando ser diligente filólogo e crítico mordaz. A sua obra prima é a coletânea poética Proginnasmi, em cinco volumes, contendo críticas aos poetas gregos, latinos e italianos. Infelizmente a figura de Benedetto Fioretti foi esquecida pela literatura com o passar do tempo, talvez por ter sido excessivamente franco.[7]
Ao seu pseudônimo costumava adicionar a qualificação de acadêmico apatista, como a indicar a falta de paixão em suas considerações poéticas. A total imparcialidade de seus juízos era condição essencial para sentir-se membro desta academia imaginária, que mais tarde, por generosidade de Agostino Coltellini, foi concretizada com o objetivo de reunir pessoas com hábitos salutares e políticos empenhados.
Segundo Francesco Cionacci (1633-1714),[8] em sua obra Vita di Benedetto Fioretti, ele foi sepultado na Igreja de São Basílio dos confrades da Congregação do Espírito Santo, aos quais deixou como herança a sua Biblioteca e os seus escritos.
Obras
editar- Polifemo Briaco (1627)
- Proginnasmi poetici (versão em 3 volumes, mas que originalmente constituía-se de 5 livros). O volume 5 desta obra mais tarde seria apresentada a Leopoldo de Toscana que a ela se referiu como obra de grande erudição, que pondera os méritos dos grandes escritores do universo, e revela os artifícios mais singulares da Poética.[9]
- Osservazioni di creanze, Publicador Jacopo Sabatini (1675).
- Esercizi morali (1633).
- Rimario e Sillabario - di Udeno Nisieli.
Referências
editar- Vita di Benedetto Fioretti dal Francesco Cionacci (1633-1714).
- CERL Thesaurus
- Treccani - Dizionario Biografico degli Italiani.
- Istoria degli scrittori fiorentini.
- Dizionario Universale Critico Enciclopedico - Volume 5, Francesco Alberti Di Villanuova.
- Il giovane istruito nella cognizione dei libri - Volume 6, Anton Angelo e Marcantonio de Cavanis.
- Storia della letteratura italiana - Girolamo Tiraboschi.
- CRP - Centro Ricerche Prato
Notas
editar- ↑ La critica ariostesca, Firenze 1954, pp. 38-48, R. Ramat. e também na obra Storia della critica ariostesca, Lucca 1951, pp. 20-25, W. Binni.
- ↑ Agostino Coltellini (1613-1631) (* Florença, 17 de Abril de 1613 - Florença, 28 de Junho de 1631), poeta italiano e fundador da Academia dos Apatistas.
- ↑ Accademia degli Apatisti, academia literária, com sede no Studio Florentino, não mais existente que foi fundada em Florença em 1635, por estímulo e desejo do literato italiano Agostino Coltellini.
- ↑ Girolamo Tiraboschi (1731-1794) (* 18 de Dezembro de 1731 - 9 de Junho de 1794), foi crítico literário e primeiro historiador da literatura italiana.
- ↑ Storia della leterattura italiana - Girolamo Tiraboschi.
- ↑ Giovanni Bardi, Conde de Vérnio (1534-1612), (* Florença, 5 de Fevereiro de 1534 - Florença, 1612), foi músico, escritor e cientista. Por volta de 1573 ele fundou a Camerata Florentina, um grupo que procurou reviver a música e a dramaturgia dos gregos antigos.
- ↑ Centro Ricerche Pratesi.
- ↑ Francesco Cionacci (1633-1714)
- ↑ Storia letteraria d'Italia: Il Seicento - Carmine Jannaco e Martino Capucci.