Berengária de Castela

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Berengária de Castela (em castelhano: Berenguela; Segóvia, 1 de junho de 1180Mosteiro de Las Huelgas, 8 de novembro de 1246, foi a filha primogénita de Afonso VIII de Castela e da princesa Leonor de Inglaterra. Foi rainha consorte de Leão entre 1197 e 1204, regente de Castela entre 1214 e 1217 e rainha titular de Castela em 1217.

Berengária
Berengária de Castela
Pintura do século XIX por José María Rodríguez de Losada.
Rainha de Castela
Reinado 6 de junho de 121730 de agosto de 1217
Antecessor(a) Henrique I de Castela
Sucessor(a) Fernando III de Leão e Castela
Rainha consorte de Leão
Reinado 11971204
Predecessor(a) Beata Teresa de Portugal
Sucessor(a) Beatriz da Suábia
Nascimento 1 de junho de 1180
  Segóvia, Espanha
Morte 8 de novembro de 1246 (66 anos)
  Mosteiro de Las Huelgas, Espanha
Sepultado em Capela Real de Granada, Granada, Espanha
Cônjuge Afonso IX de Leão
Descendência Berengária de Leão
Constança de Castela
Fernando III de Leão e Castela
Leonor de Castela
Afonso de Castela
Casa Borgonha
Pai Afonso VIII de Castela
Mãe Leonor de Inglaterra

Casamentos

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Em 1188, com apenas 8 anos de idade, Berengária foi prometida a Conrado de Hohenstauffen, duque da Suábia (1170-1196), filho de Frederico I do Sacro Império Romano-Germânico. Desta forma, o seu tio Ricardo I de Inglaterra, consolidava a aliança com o imperador germânico. Mas Conrado foi assassinado em 1196 e o casamento não chegou a ser realizado.

Casou-se então com o primo direito do seu pai, Afonso IX de Leão, filho de Fernando II de Leão e de Urraca, infanta de Portugal, em Dezembro de 1197. Ao contrário do papa Celestino III, que tinha autorizado esta união, o papa Inocêncio III reprovou-a e viria a ser anulá-la em 1204, devido à consanguinidade dos noivos. Entretanto já tinham nascido o futuro Fernando III de Leão e Castela e quatro outros filhos.

Regência e reinado

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Estátua de Berengária de Leão e Castela nos Jardins do Retiro de Madrid, que fora mandada ser construída pelo rei Fernando VI de Espanha

Pela morte de seu pai, em 1214, o trono de Castela foi herdado pelo seu irmão mais novo, Henrique, então com apenas dez anos. A regência foi inicialmente entregue à sua mãe Leonor de Inglaterra, mas com a morte desta após 24 dias, coube a Berengária reger o reino. Começaram então conflitos com alguma nobreza castelhana, encabeçada por Álvaro Nunes de Lara. Por fim forçaram-na a ceder a tutela do jovem rei ao poderoso conde, mas esta situação acabou também por não ser do agrado de outros nobres castelhanos.

O assunto acabaria por se resolver de uma forma drástica e acidental, já que o pequeno Henrique viria a encontrar a morte decorridos apenas três anos, enquanto brincava com outros jovens. Assim sendo, o encargo de reinar recaiu sobre os ombros de Berengária em 1217. Quase imediatamente, a rainha abdicou em favor de Fernando, filho que tivera de Afonso IX de Leão, que subiu assim ao trono como Fernando III de Castela.

Rainha-mãe

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Berengária passou então a conselheira do rei. «Todos os seus desígnios e desejos eram a procura de honras para o seu filho de todas as formas possíveis».[1] Ajudou a subjugar os nobres rebeldes e depois combinou o casamento de Fernando com uma esposa digna do jovem monarca, Isabel de Hohenstaufen (conhecida em Castela como Beatriz da Suábia), filha do duque Filipe da Suábia e sobrinha do primeiro noivo de Berengária.

 
Armas unidas de Castela e Leão, usadas pela primeira vez por Fernando III

Descontente com a situação, Afonso IX de Leão deserdou Fernando do trono leonês, em favor das filhas que tivera do seu primeiro casamento com Teresa de Portugal, as infantas Sancha e Dulce.

E por ter sido casado com Berengária, passou a ambicionar também a coroa de Castela, iniciando contendas na fronteira entre os dois reinos. Teve o auxílio dos descontentes Lara, que se exilaram em Leão após a subida de Fernando ao trono. Fernando viria a vencer a oposição e Afonso IX pediu a paz. Quanto aos Lara, tiveram que fugir para terras de mouros para escapar à ira do novo monarca, onde se conta que Álvaro Nunes terá morrido miseravelmente.

Em 1230, pela morte de Afonso IX de Leão, o seu reino foi deixado às suas filhas do primeiro matrimônio, Sancha e Dulce. Berengária soube usar da diplomacia com grande mestria. Ajudada pela nobreza e clero leoneses, bem como por Teresa de Portugal, mãe das infantas, conseguiu com que estas renunciassem ao trono em favor de seu meio irmão Fernando, em troca de uma significativa quantia em dinheiro e outros privilégios. Pelo Tratado das Tercerias, Leão e Castela uniram-se para sempre na pessoa de Fernando III, o Santo, e seus descendentes, passando Castela a deter a hegemonia na Hispânia.

A rainha-mãe também manteve uma forte ligação com a sua irmã Branca, rainha da França. Foi esta quem sugeriu casar Fernando com Joana de Ponthieu, depois da morte de Beatriz da Suábia em 1235. Berengária viria a retirar-se para o Mosteiro de Las Huelgas em Burgos, onde faleceria a 8 de novembro de 1246.

Descendência

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Claustro do mosteiro de Las Huelgas em Burgos, Espanha

Do seu casamento com Afonso IX de Leão, teve:

Ancestrais

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Referências

  1. Crónica latina de los Reyes de Castilla

Bibliografia

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Precedido por
Teresa de Portugal
 
Rainha consorte de Leão

1197 — 1204
Sucedido por
Beatriz da Suábia
Precedido por
Leonor Plantageneta
 
Regente de Castela
no reinado de Henrique I

1214 — 1217
Sucedido por
---
Precedido por
Henrique I
 
Monarca de Castela

6 de Junho de 1217
Sucedido por
Fernando III
Precedida por
Elvira Garcia de Castela (Leão)
Sancha I de Leão (Castela)
   
Rainha-mãe de Castela e Leão

6 de Junho de 1217 — 8 de Novembro de 1246
Sucedida por
Maria de Molina