Bernardo de Fresneda
Bernardo de Fresneda, OFM, antes Bernardo de Alvarado (Fresneda, 1509 - Santo Domingo de la Calzada, 22 de dezembro de 1577) foi um religioso franciscano espanhol.[1]
Bernardo de Fresneda | |
---|---|
Nascimento | 1495 Fresneda de la Sierra Tirón |
Morte | 22 de dezembro de 1577 Santo Domingo de la Calzada |
Cidadania | Espanha |
Ocupação | padre católico de rito romano |
Religião | Igreja Católica |
Biografia
editarAlvarado nasceu em uma família pobre. Recebeu o hábito franciscano no mosteiro de San Bernardo de la Sierra o del Monte, na sua aldeia natal, passando o usar "de Fresneda" em vez do sobrenome. Estudou Teologia na Universidade de Alcalá de Henares, onde ingressou em 1534. Após completar a formação, começou a trabalhar na Ordem. Depois, foi nomeado definidor geral da Família Cismontana em 1553. O reconhecimento que Fresneda tinha entre os seus irmãos de hábito e as suas convicções reformistas motivaram a sua nomeação para integrar a comitiva que acompanhou o príncipe Filipe na sua viagem pela Europa em 1548, o que lhe permitiu ganhar o apreço de Carlos V. Com o apoio dos secretários do rei, foi obrigado a acompanhar o príncipe até a Inglaterra, onde foi se casar com Maria Tudor. Integrado na capela real como teólogo, fixou-se definitivamente no confessionário real.[1]
Em sua crescente influência espiritual e política, tornou-se inimigo de Bartolomé Carranza. Fresneda foi responsável por comunicar a Filipe II as acusações incriminatórias cuidadosamente recolhidas pelo Inquisidor-geral Fernando de Valdés contra Carranza. Depois, Frei Bernardo colaborou nas reformas patrocinadas pela política confessional da monarquia. Em 4 de maio de 1562 foi nomeado Bispo de Cuenca; no mesmo ano, foi feito comissário geral do Conselho de Cruzada.[1][2]
No ano seguinte teve que deixar o comissariado, devido sua saída para as Cortes de Monzón, só recuperando o exercício em 1566. Durante seu primeiro episcopado, favoreceu a interferência de Filipe II nos assuntos eclesiásticos, sem que as reivindicações feitas pela Santa Sé produzissem qualquer efeito. Ainda assim, Fresneda foi alvo de vários apelos de Pio V para prosseguir com a implementação dos decretos tridentinos na sua própria diocese. Quando o poder de Fresneda iniciou o seu declínio, visando permanecer à frente do confessionário real, colocou-se ao serviço do novo grande patrono da corte, Diego de Espinoza, que utilizou o radicalismo religioso do franciscano para realizar vários projetos ligados à confessionalização da Monarquia. Em 1567, fez todo o possível para estar na comitiva real para a Holanda, já que agora as determinações de Trento obrigavam a residência dos prelados em sua própria diocese; portanto, ficaria longe da corte e perderia o cargo de confessor real.[1]
Fresneda estava ciente de sua delicada situação devido ao seu isolamento na Corte. A sua intransigência religiosa ajustou-se à política desenvolvida por Espinosa, que lhe permitiu manter as suas ocupações até 1571, mas a sua falta de integração no seu círculo clientelar refletiu-se tanto na visita que fez ao Conselho das Cruzadas a partir de 1566, como nas poucas atividades que desenvolveu a partir de 1568. Nestes anos, além de continuar a sua atividade relacionada com a reforma das ordens religiosas, participou no processo de canonização de São Diego de Alcalá, bem como em diversas cerimônias ligadas à construção do mosteiro de El Escorial. A sua despromoção definitiva foi paralela ao declínio do próprio Espinosa como consequência da mudança nas orientações políticas da Monarquia efetuada por Filipe II.[1]
Indicado por Filipe II em outubro, em 16 de novembro de 1571 foi transferido para a Diocese de Córdova. A reiteração do monarca quanto à cumprir a residência obrigatória distanciou permanentemente Dom Fresneda do confessionário real. Ainda tentou de todas as formas permanecer na Corte, buscando obter uma nova ocupação que justificasse a sua presença ali; no entanto, teve que desistir de seus esforços, por isso chegou à sua sé episcopal em dezembro daquele ano. Concentrou os seus esforços na fundação que patrocinou no convento de Santa María de los Ángeles em Santo Domingo de la Calzada e no Colégio Mayor de San Buenaventura. Em 1576, propôs ao capítulo da catedral a renovação dos Estatutos da igreja de Córdoba.[1][2]
Por fim, Dom Frei Bernardo de Fresneda foi promovido a Arcebispo de Saragoça em 14 de outubro de 1577.[2] Porém, não tomou posse da mitra, pois faleceu durante a viagem à sua nova sede.[1]
Ligações externas
editar- Fernando Muñoz Sánchez: Tras la estela de Cisneros. Fray Bernardo de Fresneda y su legado en Santo Domingo de la Calzada (La Rioja). In: Comunicaciones: II Encuentro de Jóvenes Investigadores en Historia Moderna. Líneas recientes de investigación en Historia Moderna, Servicio de Publicaciones de la Universidad Rey Juan Carlos, Madrid 2015. ISBN 978-84-15305-87-3