Bernardo de Passos
Bernardo de Passos (São Brás de Alportel, 29 de Outubro de 1876 — Faro, 2 de Junho de 1930) foi um poeta português, de forte pendor lírico.
Pessoa de temperamento discreto e modesto, acabou por exercer, após a Implantação da República, os cargos de Administrador do Concelho de Faro e, até ao seu falecimento, Secretário da Câmara Municipal. Colaborou em várias publicações periódicas, de que é exemplo a II série da revista algarvia Alma nova (1915-1918).[1]
Bernardo de Passos | |
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Nascimento | 29 de outubro de 1876 São Brás de Alportel |
Morte | 2 de junho de 1930 (53 anos) Faro |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Ocupação | poeta |
Causa da morte | uremia |
Biografia
editarNasceu na vila de São Brás de Alportel, em 29 de Outubro de 1876.[2] Pertenceu a uma família de artistas, tendo o seu pai, Bernardo Rodrigo dos Passos, sido igualmente poeta.[2] A sua mãe foi Maria Joaquina Dias de Passos, e era irmão de Boaventura Passos, Maria Joaquina Dias Passos de Carvalho, Rosalina Dias Passos e Virgínia Dias Passos Chaves.[2]
Ainda muito novo começou a publicar textos em jornais, principalmente sob os pseudónimos de Braz Brasil ou Passos Júnior.[2] Destacou-se como um poeta lírico romântico, tendo publicado os seus poemas tanto em livros como em diversos jornais e revistas de todo o país.[3]
Foi um fervoroso republicano, tendo sido o primeiro administrador do concelho de Faro após a Implantação da República Portuguesa, em 1910, e Comissário da Polícia do Algarve.[2] Posteriormente também foi Chefe da Secretaria da Câmara de Faro, posição que assumiu quase até à sua morte.[2] Fundou o jornal Correio do Sul do qual foi director nos primeiros anos, em conjunto com António dos Santos.[3]
Faleceu em 2 de Junho de 1930, aos 53 anos de idade, devido a uma uremia, doença da qual padecia há algum tempo.[3] Morreu na sua residência, no primeiro andar do número 26 da Praça Alexandre Herculano, na cidade de Faro, .[3] Aquando da sua morte, a sua família construiu um jazigo-monumento em São Brás de Alportel, tendo o principal impulsionador sido a sua irmã Virgínia Passos, e o arquitecto foi o seu sobrinho Vergílio Artur de Passos.[2]
Obras
editarEntre os seus livros encontram-se: [4][5]
- Adeus (1902)
- Grão de Trigo (1907)
- Portugal na Cruz (1909)
- Bandeira da República (1913)
- A Árvore e o Ninho (1930, póstuma)
- Refúgio (1936, póstuma)
- Ecos da Serra (?)
Referências
- ↑ Rita Correia (19 de julho de 2011). «Ficha histórica:Alma nova: revista ilustrada (II Série) (1915-1918)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de março de 2015
- ↑ a b c d e f g «S. Braz de Alportel: Terra do poeta Bernardo de Passos» (PDF). Almanaque do Algarve. Lisboa. 1944. p. 129-131. Consultado em 6 de Janeiro de 2025 – via Hemeroteca Digital do Algarve
- ↑ a b c d LEMOS, Alvaro de; SANTOS, Elisa; FRANCO, Lyster (8 de Junho de 1930). «Bernardo de Passos» (PDF). Correio do Sul. Ano XI (694). Faro. p. 1-2. Consultado em 7 de Janeiro de 2025 – via https://hemeroteca.ualg.pt/resources/pdf/2025758_1930-06-08_0000_capa-capa_t24-C-R0150.pdf
- ↑ «Biblioteca Nacional de Portugal - Obras de Bernardo de Passos». catalogo.bnportugal.gov.pt. Consultado em 16 de dezembro de 2021
- ↑ Marreiros, Glória (2000). Quem foi quem? 200 Algarvios do século XX. Lisboa: Edições Colibri. pp. 381–382. ISBN 972-772-192-3